segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Lição 9 A fé que nos une a Deus e nos torna produtivos.



Lição 9 A fé que nos une a Deus e nos torna produtivos.
26 de novembro de 2017

Texto Áureo
Romanos 1.17
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”.

Verdade Aplicada
A fé é a virtude pela qual acreditamos em Deus e em tudo o que Ele disse e revelou, porque, sendo Ele a própria verdade, jamais falhará.

Objetivos da Lição
Apresentar a fé como um dom, seu fundamento e seu impacto;
Explicar a nossa responsabilidade com as Escrituras e como a fé sem obras é uma fé morta:
Mostrar como a fé nos une a Deus, nos faz ser produtivos e nos recompensa além dessa vida.

Glossário
Alvenaria: Conjunto de pedras, tijolos, ou outros materiais, ligados ou não com argamassa, que formam paredes, muros, etc.;
Estática: Imóvel, inerte, parada:
Sucumbir: Não resistir; ceder.

Leituras complementares
Segunda Js 1.8
Terça Mt 17.20
Quarta Rm 10.17
Quinta Ef 2.8-9
Sexta Tg 2.18-26
Sábado Hb 4.12

Textos de Referência.
Romanos 1.17; Hebreus 11.1-3, 6

Romanos 1.17
17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

Hebreus 11.1-3, 6
1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.
2  Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.
3  Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

6  Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.

Hinos sugeridos.
126, 331, 594

Motivo de Oração
Ore para que nossos irmãos não desistam nem desanimem na fé.

Esboço da Lição
Introdução
1. O firme fundamento da fé.
2. A fé que faz a diferença.
3. Efeitos que faz a diferença.
Conclusão

Introdução
A fé é imprescindível em nosso relacionamento com Deus (Hb 11.6). A vida cristã não se baseia no que vemos, mas no que cremos. É por esse motivo que a fé é tão importante para todos nós.

1. O firme fundamento.
A única forma de se viver uma vida que agrade a Deus é pela fé. A fé agradável observa duas coisas importantes: ela primeiro acredita que Deus existe, depois acredita que Deus recompensa os que dEle se aproximam (Hb 11.6).

1.1. Conceito bíblico de fé.
A palavra fé vem do latim “fides”, que significa: crer. Considerando a relevância desta doutrina bíblica, é importante conhecer os termos e sentidos da palavra “fé” na Bíblia, para não confundirmos com os vários conceitos populares, principalmente no Brasil, onde é comum a expressão: “fé não se discute”. Assim uma das principais ideias transmitidas dos diversos significados das palavras hebraica e grega é “certeza” ou “firmeza”. O termo hebraico “emunah” tem como significado básico “fidelidade”, traduzido por “fé” em Habacuque 2.4. Ao mencionar este texto, o apóstolo Paulo usou a palavra grega “pistis” (Rm 1.17; Gl 3.11), aprofundando o significado da mensagem transmitida por Habacuque e desenvolvendo a doutrina da justificação pela fé.

Além dos termos usados acima, podemos acrescentar outras ideias acerca da fé encontradas nas páginas das Escrituras Sagradas, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento: confiança, lealdade, convicção fundamentada no ouvir, estar convencido, entre outras.

1.2. Alguns tipos de fé.
É importante estarmos atentos para não confundirmos a fé que salva e sustenta a vida cristã com outros tipos de fé (conforme os diversos sentidos utilizados se referindo ao termo estudado). Existe a “fé natural”: a pessoa semeia na terra crendo que vai colher; é possuída por todos em diferentes graus e situações do cotidiano. Existe a “fé exclusivamente intelectual” (crê na existência de Deus, acredita que Jesus Cristo é o Filho de Deus). Não é suficiente apenas conhecer pois os demônios também conhecem a Pessoa e as obras de deus (Tg 2.19). Há pessoas que professam a “fé utilitária”, baseada somente nos desejos e interesses humanos (Jo 2.23-24; 12.42-43). É a fé que não conduz ao comprometimento e à renúncia. A pessoa crê, mas não está disposta a se arrepender e passar a viver de acordo com a vontade de Deus.

Os textos bíblicos registram: “Jesus não confiava neles” e “não o confessavam...porque amavam mais a glória dos homens...” (Jo 2.23-24; 12.42-43). Que tipo de fé nós estamos professando?

1.3. A fonte de fé.
Considerando sua grande importância na salvação e no sustento da vida de discípulo de Cristo, não podemos ignorar que a fonte da fé é o próprio Deus. Nem todos a têm, ou creem ou crerão (2Ts 3.2). É uma das dádivas de Deus que torna acessível ao ser humano a tão grande salvação (Ef 2.8). Notar as expressões: “pela graça criam” (At 18.27); e “...vos foi concedido...crer” (Fp 1.29). O texto sagrado esclarece que a fé é produzida pela Palavra de Deus (Rm 10.17). Para tanto, requer interesse e atenção por parte do ouvinte. Vide o exemplo de Raabe. Ela ouviu, creu e agiu (Js 2.9-12).

Raabe testificou que sabia acerca do Senhor, porque ouviu sobre os feitos do Senhor, Muitos ouvem, são informados, mas não se interessam e não dão importância (Hb 4.2). A fé é também produzida quando mantemos nosso olhar fixo em Jesus Cristo, enquanto caminhamos (Hb 12.2). O apóstolo João explica a íntima relação existente entre a Palavra de Deus, a fé e Jesus Cristo (Jo 20.31). A Bíblia também faz menção do dom da fé (1Co 12.9), e a fé como parte do fruto do Espírito (Gl 5.22).

2. A fé que faz a diferença.
Encontramos na Palavra de Deus diversos exemplos do exercício da fé que faz a diferença. Trata-se da fé que tem fundamento e que move quem a possui. Afinal a vida cristã não é estática, mas dinâmica e repleta de desafios (Hb 11.32-39). Meditemos em algumas das características da fé que faz a diferença.

2.1. Baseada na revelação de Deus.
Não é movida e estimulada por desejos e caprichos pessoais, e nem alimentada e mantida por pensamentos positivos, frutos da mente humana. A fé que faz a diferença não aceita qualquer coisa, mas apoia -se na revelação de Deus ao homem (Rm 10.14-17). Note o exemplo de Abraão, que recebeu a promessa divina de que seria “pai de muitas nações”. Interessante as expressões referentes a este relato: “creu contra a esperança”, “corpo amortecido”, “amortecimento do ventre” (Rm 4.17.21). Todavia, mesmo diante de tantos fatores contrários, ele manteve a fé na promessa divina.

A certeza do patriarca Abraão de que Deus cumpriria Sua Palavra sobrepujou toda e qualquer improbabilidade natural. Como declarado por certo escritor: “A validade da fé cristã não está baseada em nossa sinceridade, nem em nosso fervor, mas, sim, na verdade revelada na Palavra de Deus”. Para John Stott, a fé de Abraão estava ancorada em dois atributos divinos: Seu poder e Sua fidelidade. Hernandes Dias Lopes assim afirma: “Abraão creu que o Deus que ressuscita mortos e traz a existência coisas que não existem não pode faltar com a Sua promessa... O poder da fidelidade de Deus são as duas colunas que sustentam o edifício da fé...A fé ri das impossibilidades, pois olha para o Deus fiel que cumpre Suas promessas. A credibilidade de Deus é o alicerce da fé”.

2.2. Move a obediência.
Indo na contramão da fé que muitos professam nos dias de hoje, apenas como instrumento para alcançar bênçãos, sem interesse em transformação pessoal e submissão ao senhorio de Cristo, a fé que faz a diferença move a pessoa a ser obediente e submissa aos propósitos de Deus, mesmo que num primeiro momento não compreenda plenamente. Porém, obedece por que crê! Não é uma fé manipulada pelo homem, mas o meio que conduz o homem a ser um instrumento de Deus.

Deus falou com Noé, ele creu e obedeceu. Assim foi com Abraão e tantos outros (Hb 11.7-8). Certa vez Jesus Cristo estava pregando e “muitos creram nele”. Aos que creram, Ele acrescentou que deveriam permanecer na Palavra (1Jo 8.30.31). Contudo, continuando a leitura, encontramos a resistência dos judeus em receber e cumprir a Palavra de Cristo (Jo 8.33-37). O Reverendo Hernandes Dias Lopes citou: “Fé não é apenas crer a despeito das evidências, mas obedecer a despeito das consequências”, como registrado em Hebreus 11.35-37.

2.3. Fé singular.
Uma das características da pós-modernidade é a pluralidade também do campo religioso e da espiritualidade, assinalada pelo surgimento e expansão de várias crenças. A fé cristã tem sido considerada como simplesmente mais uma opção para se chegar ao mesmo fim. No entanto, sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica, não há lugar para uma fé pluralista. Os estudiosos e pensadores das religiões acusam a fé cristã de considerar-se superior às demais crenças, taxando-a de arrogante e intolerante. Porém, a exclusividade da salvação de Jesus Cristo não é sinônimo de intolerância ou arrogância (Jo 4.7-9; Mt 15.21-28; 11.28-30). A fé que faz a diferença é singular, pois Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5), é o único caminho de salvação para o homem chegar a Deus (Jo 14.6; At 4.12), e a Bíblia é a única regra de fé e conduta (2Tm 3.14-17).

A fé singular não impede o relacionamento com pessoas que professam outras crenças e o diálogo respeitoso. A fé que faz a diferença reconhece o direito de expressão do indivíduo, porém, com firmeza, sabedoria, e amor proclama a singularidade e suficiência das Escrituras Sagradas e da salvação em Jesus Cristo.

3. Efeitos da fé que faz a diferença.
Esta fé não se limita a conhecimento, concordar, aprovar e declarar. Vai muito além. Não se trata de uma fé temporal, baseada em emoções e na busca da satisfação pessoal, pois logo sucumbiria às angustias, perseguições, aos cuidados deste mundo e às seduções das riquezas (Mt 13.20-22). Vejamos, então, alguns resultados da fé que faz a diferença.

3.1. Produz obras.
A fé que faz a diferença é produtiva. É uma fé que manifesta através das obras (Tg 2.14-26). Não há contradição entre fé e obras, pois são complementares. Como pode uma pessoa que diz ser motorista não saber dirigir? Outro se diz pedreiro, mas não consegue executar trabalhos em alvenaria? “...que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras?...” (Tg 2.14a).

Assim pela exposição de Tiago em sua epístola, aprendemos que as obras seguem a conversão, demonstrando como viver depois de justificado. É uma fé que nos move à prática das boas obras (Ef 2.10). A fé que faz a diferença não se limita à ortodoxia (doutrina correta), mas é operante, também, na ortopraxia (prática correta). Assim, a fé que faz diferença é produtiva, operante, frutífera e viva! Segundo Russel Shedd, é importante notar que a questão apresentada por Tiago não é uma oposição entre fé e obras; mas, sim, entre a fé viva e a fé morta (Tg 2.14). Não se trata da prática isolada das boas obras. Pois até o ateu pode produzir boas obras. Assim como não tem aprovação divina a fé meramente nominal. A fé e as obras caminham juntas após o novo nascimento (Mt 5.16). Precisamos viver de modo que o mundo veja as boas obras e Deus seja glorificado.

3.2. Produz resistência.
A fé que faz a diferença produz no discípulo de Cristo consciência da necessidade de buscar constantemente fortalecimento no Senhor e revestimento da armadura de Deus para resistir e ficar firme Ef 6.10-16). Notemos que a ênfase na batalha espiritual é “resistir” (Ef 6.13; 1Pe 5.9; Tg 4.7). A fé, comparada a um escudo, é indispensável para apagar ou extinguir todos os dardos do diabo lançados contra nós.

A. W. Tozer (1897-1963), um dos mais profundos pensadores teológicos do século XX, escrevendo sobre as mudanças no pensamento de muitos que se dizem cristãos e na cosmovisão (visão do mundo), pontua que uma das diferenças é que agora há os que consideram o “mundo não como um campo de batalha, mas como um parque de diversões”, no que diz respeito ao aspecto espiritual. Assim, o enfoque passa a ser diversão, e não luta. Se não há luta, então não há necessidade de armadura.

3.3. Produz vitória.
O texto sagrado registra: “...pela fé, venceram...” (Hb 11.33). A fé que faz a diferença produz vitória, pois é uma fé cristocêntrica (1Jo5.4-5). Não significa que o discípulo de Jesus Cristo não passe por momentos difíceis e trabalhosos. Enquanto estivermos debaixo do sol, estaremos sujeitos a privações, dores, tentações diversas, oposição e outras adversidades. Mas significa que a fé em Cristo não atua apenas para salvação, mas, também, para sustento e provisão durante nosso viver neste mundo.
A Bíblia informa que estamos em pé e vivemos pela fé (Rm 11.20; Gl 2.20). A fé que produz vitória não está baseada em conquistas pessoas e na satisfação dos desejos humanos, ou na concretização de sonhos, mas em Deus e em Seu Filho Jesus Cristo. Lembremo-nos das declarações de Jó e do apóstolo Paulo, bem como do contexto em que foram feitas (Jó 19.25; 2Tm 1.12).

Conclusão.
A Palavra de Deus revelada é dirigida aos que creem. Sem fé é impossível entender o agir de Deus e agradá-Lo. Tomemos posse deste tão precioso dom divino: a fé. A fé que conduz a uma transformação pessoal, frutificação e perseverança na vida do discípulo de Cristo, para a glória de Deus.

Questionário.
1. Qual o significado básico do termo hebraico “emunah”?
R: “Fidelidade” (Hc 2.4).

2. Em que se baseia a “fé utilitária”?
R: Somente nos desejos e interesses humanos (Jo 2.23-24; 12.42-43).

3. Mesmo diante de tantos fatores contrários, o que Abraão manteve?
R: A fé na promessa divina (Rm 4.17-21).

4. Qual é o único mediador entre Deus e os homens?
R: Jesus Cristo (1Tm 2.5).

5. Cite um dos efeitos da fé que faz a diferença?
R: A fé que faz a diferença é produtiva. É uma fé que se manifesta através das obras (Tg 2.14-26).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

Um comentário:

  1. Acessem também a vídeo aula com o Pastor Elias Croce
    https://youtu.be/48mk_ES_7X8

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