Lição 13 Relacionamento
com Deus.
27
de dezembro de 2015
Texto
do dia
Oséias 6.3
"Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva, será
a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a
terra."
Síntese
O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé!.
Agenda de leitura
Segunda - Gn 12.1-9 Deus revela-se a Abraão
Terça - Gn 28.10-17 Deus revela-se a Jacó
Quarta - Êx 3.1-22 Deus revela-se a Moisés
Quinta - Jo 1.1-17 Deus revela-se por meio de Jesus
Sexta - At 9.1-19 Jesus revela-se a Paulo
Sábado - Ap 1.9,20 Jesus revela-se à Igreja
Objetivos
DEFINIR o sentido bíblico de revelação;
COMPREENDER os fundamentos da
experiência com Deus;
VIVER a vida no Espírito.
Interação
Professor, enfim chegamos ao final do trimestre! Durante esses encontros dominicais nossos
alunos foram abençoados por Deus pela ministração do tema
"Relacionamentos". Passamos vários momentos agradáveis com a classe!
A cada domingo durante esses meses, fomos instrumentos nas poderosas mãos do
Pai para exortar, consolar e edificar os amados filhos de Deus. Algumas vezes,
sem que os alunos percebessem, comparecemos diante deles atribulados,
preocupados, em outros momentos, enfermos, tendo necessidades materiais não
supridas. Não foi fácil perseverar diante dos reversos que enfrentamos durante
o trimestre. Mas graças ao nosso Deus, cumprimos a vontade de Deus para as
nossas vidas.
Orientação Pedagógica
Professor, para esta aula usaremos um recurso gráfico. Nesta lição
observamos que o relacionamento com Deus somente é possível por meio de Jesus
Cristo no Espírito. Assim destacaremos três palavras enfáticas: saber, fazer e
ser. Estas se relacionam em nosso recurso didático, ao que Cristo sabia, fazia
e era, comparando aquilo que Nele devemos saber, fazer e ser. Apresente o
quadro aos alunos conforme os recursos disponíveis.
Texto bíblico
Salmo 139.1-14
1. Senhor, tu me sondaste e me conheces.
2. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu
pensamento.
3. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus
caminhos.
4. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo
conheces.
5. Tu me cercaste em volta e puseste sobre mim a tua mão.
6. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta, que não a posso
atingir.
7. Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face?
8. Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que
tu ali estás também;
9. se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
10. até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
11. Se disser: decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será
luz à roda de mim.
12. Nem ainda as trevas me escondem de ti; mas a noite resplandece como
o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
13. Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha
mãe.
14. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui
formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As Escrituras afirmam que Deus se revelou, deu-se a conhecer e
comunicou aos homens sua vontade e propósitos a fim de que estes se relacionem
com Ele por meio de Jesus Cristo, seu Filho. É uma iniciativa do próprio
Senhor, mas o homem precisa responder a esse apelo. Nesta lição estudaremos os
fundamentos do relacionamento entre Deus e os homens.
I - DEUS SE REVELA AO HOMEM
1. O sentido bíblico de revelação. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo
"revelação" na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo gālâ,
"descobrir", "revelar", "tirar",
"manifestar", "aparecer" ou "revelar", é usado em
sentido reflexivo com o significado de "desnudar-se" ou "revelar-se",
como na revelação de Deus a Jacó (Gn 35.7; 28.10-17). O Novo Testamento emprega
a palavra apokalypsis com o sentido de "revelar",
"desvendar", "tirar o véu" ou "dar a conhecer"
(Lc 2.32; Is 42.6; Rm 16.25). A doutrina da revelação de Deus nas Escrituras
descreve assim a comunicação, revelação e manifestação de Deus ao homem. Ele
revela sua mensagem, vontade e propósitos.
2. O conceito doutrinário de revelação. A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus mediante a qual Ele se
dá a conhecer às criaturas e lhes transmite um conhecimento de Si e de Sua
vontade, que de outra forma o homem jamais saberia (Ef 1.9; 3.3; Dn 2.28, 47).
É uma iniciativa divina motivada pelo amor (1 Tm 6.16). Essa revelação é
apresentada por meio da criação (Gn 1.1-25; Sl 19.1; 50.6; Rm 1.19,20), do
homem criado "à sua imagem" (Gn 1.27), das Escrituras, que registram
em palavras e ensinos os eventos da experiência salvífica do povo de Deus no
Antigo e Novo Testamentos (Hb 1.1; Mt 22.29) e que alcança seu clímax na vida,
pessoa e ensinos de Jesus Cristo (Mt 1.21-23) com a outorga do bendito dom do
Espírito Santo (Jo 14.16,17).
3. Revelação e experiência de Deus. As Escrituras apresentam a ação e revelação de Deus no âmago da
história e experiência do povo de Deus (Gn 12.1; Êx 3.14 ver Sl 105). A
comunidade judaica reunida no Templo era exortada a lembrar-se "das
maravilhas" e do "concerto" que o Senhor havia "feito, dos
seus prodígios e dos juízos" no meio da congregação (Sl 105.5-7). Ela
confiava nas experiências de Deus entre os patriarcas da nação, no passado,
como promessa da ação divina no presente, e a certeza da presença do Senhor no
futuro (Êx 3.15-18; Sl 118.6). Confiavam na intervenção divina tanto nas
questões individuais (Dn 6.26,27; At 5.17-23), quanto nos problemas nacionais
(Êx 15; Sl 23; 47). Essas experiências de Deus com o seu povo serviram de fonte
e base de sabedoria para todo o Israel e a igreja primitiva (Sl 25.4,5; Ec
12.14).
Pense
"A unidade do Pai e do Filho permite que se faça no Filho uma experiência
de Deus. Jesus é o único hermeneuta da nossa experiência cristã." (Mario
França)
Ponto Importante
"A experiência de Deus se define não apenas como a experiência do
homem para com Deus, mas também a experiência de Deus conosco." (J.
Moltmann)
II - RELACIONAMENTO COM DEUS
1. Relacionamento que se realiza no mistério. Deus é mistério (Is 45.15). Isto significa que o Senhor não pode ser
plenamente conhecido (1 Tm 6.16). Ele transcende a qualquer definição obtida
pela mais profunda experiência (Êx 33.11,20; Dt 34.10). Ele é um indizível
mistério (Êx 33.18-23; Jo 6.46). Tanto a Abraão quanto a Moisés, o Senhor não
apontou o caminho a seguir ou descortinou seus projetos para que eles soubessem
para onde ir ou o que fazer, porém, disse-lhes que estaria caminhando com eles
(Gn 12. 1, "te mostrarei"; Êx 33.14, "irei contigo", ver 2
Sm 7.6,7). O mistério que é Deus se descobre ao caminhar com Ele pela fé! (Hb
11.6,8-10, 24-28).
2. Relacionamento que se concretiza em Cristo. Jesus é a revelação absoluta de Deus e a base de toda
comunhão e relacionamento corretos com Ele (Jo 14.6). O rosto de Deus oculto a
Moisés (Êx 33.20) foi revelado ao mundo em Jesus de Nazaré, o Cristo (Jo
1.14,18; 6.46; 14.7-11; Hb 1.1-3). "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai;
e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser
revelar"! (Mt 11.27; Lc 10.22). O que Jesus afirmou não é misterioso
embora envolva o mistério de Deus no Antigo Testamento: o véu que envolve o
mistério de Deus é removido por Jesus. Ele é quem revelou o Pai (Jo 1.18).
Assim todo e qualquer conhecimento de Deus só pode ser obtido por meio de um
relacionamento concreto com Cristo (Jo 17.20-26; 16.24-28).
3. Relacionamento que se vive no Espírito. O relacionamento com Deus por meio de Cristo se vive na vida do
Espírito (Jo 3.5-8). É preciso notar que a vida no Espírito, assim como a
experiência de Deus no Antigo Testamento, realiza-se também no mistério (Jo
3.8). O Espírito procede do Pai, mas é enviado por Jesus (Jo 16.7) para dar
testemunho dele (Jo 15.26,27). Ele realiza uma profunda transformação no
discípulo de Cristo para viver a experiência de Deus em Cristo (Jo 7.37-39; At
1.8).
Pense
"O extraordinário do Espírito de Deus esconde-se e revela-se no
ordinário quotidiano da vida humana." (Carlos Mesters)
Ponto Importante
"É o Espírito que convence, que guia, anuncia as coisas futuras e
glorifica a Jesus (Jo 16.8-14)."
III - A VIDA NO ESPÍRITO
1. Do Sinai ao Pentecostes. Três
grandes e importantes eventos que marcaram a experiência do povo de Deus na
Escritura foram a revelação de Yahweh no Sinai (Êx 19; 20), a Encarnação do
Filho de Deus (Mt 1.18-25; Lc 1.35; Jo 1.14,18; Fp 2.6-11) e a descida do
Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Esta última evoca os sinais que
concluíram a Aliança no monte Sinai (At 2.2 ver Êx 19.16-18), dando a entender
que o Espírito dará início a Nova Aliança realizada por Jesus (Mt 26.26-29). O
Pai revela, o Filho redime e o Espírito nos insere na unidade trinitária (Jo
17.21-24; 1 Ts 4.8).
2. Experiência do Espírito e discernimento. A experiência de Deus em Cristo, por meio do Espírito Santo é antes de
tudo transformadora (Jo 7.38-39). Toda e qualquer experiência do Espírito
sempre remeterá o crente ou a comunidade a Cristo (2 Co 3.17,18). Ele é o
Espírito de Jesus (Gl 4.6; Fp 1.19). Assim, Jesus é o critério para discernir
as experiências autênticas do Espírito, pois elas levam a Cristo (1 Co 12.3;
1Jo 2.22,23; 4.1-6; 5.5-9).
Pense
"Não extingais o Espírito" (1 Ts 5.19).
Ponto Importante
"Atos dos Apóstolos é um firme testemunho da gloriosa experiência
e realidade do Espírito na Igreja."
Jesus é o critério para discernir as experiências
autênticas do Espírito, pois elas levam a Cristo.
SUBSÍDIO I
"Os cristãos estão unidos com Cristo através de dois
relacionamentos espirituais: eles estão em Cristo e Cristo habita neles ('Vós,
em mim, e eu, em vós', Jo 14.20). Nossa posição em Cristo é permanente e nos dá
inúmeras bênçãos espirituais que promovem nossa santificação. Cada crente, por
exemplo, é uma nova criatura em Cristo, o que o capacita a levar uma vida
transformada (2Co 5.17). O relacionamento Cristo em nós significa sua
residência permanente no crente (Cl 1.27). A essência da santificação cristã é
experimentar a presença pessoal de Cristo, 'Cristo vive em mim', Gl 2.20. Os
cristãos podem manifestar Cristo em suas vidas somente porque Ele reside neles
(Fp 1.20,21). A santificação sempre trabalha de dentro para fora. Através de
nossa união com Cristo, sua vida espiritual nos preenche, permeia nossas vidas
e se mostra através de nós (Gl 2.20), de modo que "a vida de Jesus se
manifeste também em nossos corpos" (2Co 4.10). Compreender que temos uma
nova vida através da união com Cristo nos ajuda a evitar duas ideias falsas. A
primeira delas é que nossa união espiritual com Cristo é uma união morta. Em
segundo lugar, que nossa conexão espiritual com Cristo é uma união estática. Em
vez disso, ela é uma união dinâmica, na qual a vida espiritual de Cristo flui
através de nós. Cristo é semelhante à videira e sua vida é como seiva que
aviva, fortifica e nos nutre como seus ramos (Jo 15.1-8)" (HOLLOMAN,
Henry. O Poder da Santificação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.29-30).
SUBSÍDIO II
"Fé e paciência são dois ingredientes inseparáveis para se tomar
posse das promessas de Deus. A fé nas promessas de Deus é o estímulo para as
conquistas dos nossos sonhos, especialmente, quando esses sonhos estão de
acordo com a vontade de Deus. Abrão tinha dado passos gigantescos na direção da
vontade de Deus. Ele havia aprendido a importância do caminho da obediência
para a verdadeira felicidade, mas não pôde evitar as circunstâncias desse
caminho. Grandes provações teriam de ser vencidas para que Abrão reconhecesse a
soberania divina e a dependência a Ele. Fragilidade e fé são termos opostos na
nossa peregrinação espiritual. Por natureza somos frágeis e suscetíveis às
intempéries da vida. A fé é o elemento espiritual que nos capacita a reagir nos
momentos de fraquezas. Abrão já havia vencido grandes reveses e, agora, depois
de haver chegado à Terra Prometida de leite e mel não poderia deixar-se ofuscar
pelo desânimo. Porém, se depara com uma terra seca e vazia, onde a fome espalhava-se
entre os seus habitantes. Esse caos na terra de Canaã ia de encontro à promessa
de uma terra de 'leite e mel'; um tempo de provações que expôs toda a
fragilidade emocional de Abrão. Na vida cristã quando empreendemos andar no
caminho da fé não imaginamos encontrar as dificuldades e adversidades desse
caminho".
(CABRAL, Elienai. Abraão: As Experiências de Nosso Pai na Fé. 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 27-8).
ESTANTE DO PROFESSOR
HOLLOMAN, Henry. O Poder da Santificação. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CABRAL, Elienai. Abraão: As Experiências de Nosso Pai na Fé. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
CONCLUSÃO
É a vontade de Deus que o crente viva a vida no Espírito com liberdade
e discernimento, sem extinguir sua presença na comunidade. O Espírito de Cristo
é o agente divino que nos insere na comunhão trinitária: Pai, Filho e Espírito
Santo.
Hora da Revisão
Descreva o sentido bíblico de revelação.
A comunicação, revelação e manifestação de Deus ao
homem.
Defina o conceito doutrinário de revelação.
A revelação é uma ação livre e graciosa de Deus
mediante a qual Ele se dá a conhecer às criaturas e as transmite um
conhecimento de Si e de Sua vontade.
O que significa afirmar que Deus é mistério?
Que o Senhor não pode ser plenamente conhecido.
É possível se relacionar com Deus à parte de Cristo?
Não é possível.
Quais são os três importantes eventos que marcaram a experiência do
povo de Deus?
A revelação de Yahweh no Sinai (Êx 19; 20), a
Encarnação do Filho de Deus (Mt 1.18-25) e a descida do Espírito Santo no dia
de Pentecostes (At 2).
Fonte:
CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 4º trimestre 2015.
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