segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Lição 12 A necessidade do batismo com o Espírito Santo.



Lição 12 A necessidade do batismo com o Espírito Santo.
17 de dezembro de 2017

Texto Áureo
Lucas 24.49
“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Verdade Aplicada
O batismo com o Espírito Santo é a promessa do Senhor de revestimento de poder para cumprimento da missão.

Objetivos da Lição
Explicar acerca da necessidade e da importância de se receber o Espírito Santo;
Apresentar o Espírito Santo como fonte de vida, consolador e agente santificador da Igreja;
Apontar três qualidades importantes que foram acrescentadas pelo Espírito Santo à Igreja.

Glossário
Cânon: Conjunto de livros; modelo, padrão, paradigma;
Cerne: Parte essencial:
Jocosa: Que provoca o riso; que faz rir; cômico, divertido, engraçado.

Leituras complementares
Segunda At 2.1
Terça At 2.2
Quarta At 2.3
Quinta At 2.4
Sexta At 2.17
Sábado At 2.18

Textos de Referência.
Atos 1.4-5, 8; 2.1
4 E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.

8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

At 2.1 E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar.

Hinos sugeridos.
24, 155, 358.

Motivo de Oração
Peça ao Espírito Santo para que esse seja um tempo de refrigério, encorajamento e avivamento.

Esboço da Lição
Introdução
1. Conhecendo significado e propósito.
2. Atualidade da promessa e recebimento.
3. Outras considerações sobre a promessa.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, refletiremos sobre a necessidade da Igreja em ser revestida de poder (proveniente do espírito Santo) e o que a Bíblia, a Palavra de Deus, registra sobre esta bênção.

1. Conhecendo o significado e propósito.
Inicialmente refletiremos sobre o significado, as diferentes expressões encontradas na Bíblia e o propósito do revestimento de poder. No dia em que os primeiros discípulos “foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas”, tal fato chamou a atenção e atraiu uma multidão ao local onde estavam. Uns zombavam, mas outros se maravilharam e diziam: “Que quer isto dizer?” (At 2.4, 6, 12-13).

1.1. Significado do batismo com o Espírito Santo.
Quando Paulo chegou em Éfeso, achou alguns discípulos e perguntou-lhes se já haviam recebido o Espírito Santo e eles responderam que nem sabiam que existia o Espírito Santo (At 19.1-2). É importante notar acerca da expressão “batismo com o Espírito Santo” que João Batista mencionou (Mt 3.11) e o próprio Jesus Cristo (At 1.5). Já estudamos na lição 7 sobre o batismo em águas e vimos que a palavra batismo, no grego, significa imersão ou mergulho. Assim, no batismo com o Espírito Santo, a pessoa que recebe é imersa no poder do Espírito.

O Senhor Jesus também designou esta experiência como sendo: “promessa de meu Pai” (Lc 24.49; At 1.4), detalhando em que consistia essa promessa: “do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.29) e “recebereis a virtude do Espírito Santo” (At 1.8). Na primeira pregação, o apóstolo Pedro, respondendo à pergunta “Que quer isto dizer?” mencionou a profecia de Joel (Jl 2.28-32) para explicar aquela manifestação espiritual.

1.2. A diversidade das operações do Espírito.
É preciso saber que a Palavra de deus regi9stra diversas ações do Espírito santo desde a criação (Gn 1.2; Jó 26.13). No Antigo Testamento, vemos o Espírito Santo capacitando e enchendo reis, profetas, juízes e outros para cumprirem a missão dada por Deus. No Novo Testamento, o Espírito Santo é mencionado agindo no novo nascimento (Jo 3.5-8), convencendo o ser humano do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16.8-11), atuando na santificação(1Pe 1.2), promovendo o ingresso do discípulo no Corpo de Cristo (1Co 12.13), produzindo o fruto no caráter do discípulo (Gl 5.22), entre outras operações.

Na presente lição, vamos nos deter somente em uma ação do Espírito Santo: revestimento de poder. Diferente da ação do Espírito registrada em 1 Coríntios 12.13, quando o propósito não é revestimento de poder, mas inserir o discípulo no Corpo de Cristo visando a unidade. O próprio contexto atesta este propósito. Todos que passam pelo novo nascimento são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12.23).

1.3. Propósito do batismo com o Espírito Santo.
O Senhor Jesus seria elevado ao céu e disse aos seus discípulos que eles seriam enviados ao mundo (Jo 20.21), a fim de pregar “o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações” (Lc 24.47) e que seriam Suas Testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Com o propósito de capacitá-los para cumprirem a missão que seriam “revestidos de poder”, receberiam a “virtude do Espírito Santo”. A palavra usada no grego é “dynamis”, que sugere capacidade para realizar algo. É poder dado por Deus.

A descida do Espírito Santo como pomba sobre Jesus identifica o marco inicial de Seu ministério. O relato de Lucas informa: “E Jesus, cheio do Espírito Santo”; e em outro momento: “...pela virtude do Espírito...” (Lc 4.1, 14). É o mesmo Espírito Santo que nos capacita, pois, entre a ascensão e a segunda vinda de Jesus, estamos no “tempo da missão”!

2. Atualidade da promessa e recebimento.
Ainda há pessoas em nossos dias que argumentam contra a atualidade da promessa do batismo com o Espírito Santo, afirmando que foi restrito aos tempos apostólicos, até que o cânon das Sagradas Escrituras estivesse completo. Como feito no tópico anterior, permanecemos refletindo neste tema recorrendo às Escrituras, nossa referência maior para atestarmos a atualidade, a importância e como recebe-la.

2.1. Atualidade da promessa.
Existem aqueles que creem nas Escrituras, são discípulos de Jesus, são membros de uma igreja local, porém acreditam que a experiência do batismo com o Espírito Santo, como relatado em Atos, terminou junto com a era apostólica. Contudo, é certo que as Escrituras chegaram até nós para aplicarmos hoje e, se restringirmos todas essas bênçãos ao tempo apostólico, o que ficará para nós? Como decidir o que se aplica àquele tempo e o que é para nós? Às Escrituras recorramos, sempre às Escrituras: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).

Neste texto, encontramos que a bênção prometida pelo Senhor ao grupo inicial de discípulos, os próprios apóstolos reconheciam que se estende de geração a geração, não no sentido de transmissão hereditária, mas aos chamados por Deus ao arrependimento. E Deus continua chamando pela proclamação do Evangelho (At 2.38-39).

2.2. Importância do batismo com o Espírito Santo.
Evidente que o cerne da importância desta experiência encontra-se no fato de que se trata de uma promessa divina desde o Antigo Testamento, repetida por intermédio de João Batista e o próprio Senhor Jesus ter dito que ficassem em Jerusalém “até que, do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49) e esclarecido o propósito (At 1.8). Contudo é interessante refletir que vivemos dias desafiadores.

No caso da igreja evangélica brasileira, temos a tendência de, ainda que imperceptível, diminuir a importância deste revestimento, considerando que vivemos em liberdade para anunciar o Evangelho, com recursos financeiros e tecnológicos, utilização de diversas estratégias (shows, filmes, teatro), grande interesse por crescimento acadêmico-teológico e um ambiente que beira a “competição eclesiástica”, como se fosse um mercado comercial. Contudo, nenhum recurso humano ou material substitui o revestimento de poder. E.M. Brends, escritor e advogado, escreveu: “Estamos à procura de melhores métodos, enquanto Deus está à procura de melhores homens”. Homens e mulheres cheios do Espírito Santo, pois Deus não unge métodos, mas pessoas!

2.3. Como receber o batismo com o Espírito Santo.
Verificaremos alguns textos das Escrituras que registram discípulos recebendo a promessa. Os primeiros discípulos, após a ascensão de Jesus voltaram para Jerusalém e “todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas” (AT1.14). Os samaritanos convertidos receberam o batismo com o Espírito Santo quando os apóstolos oraram e lhes impuseram as mãos (At 8.15, 17). Em Cesareia, Cornélio e os que estavam em sua casa receberam enquanto ouviram a Palavra anunciada por Pedro (At 10.44). Assim é necessário que primeiro a pessoa passe pela experiência do novo nascimento.

É preciso que o discípulo creia; se interesse; busque em oração e persevere adorando a Deus, como registrado em Lucas 24,52-53 (notar a expressão: “estavam sempre”, indicando interesse e perseverança); Lucas 11.13 (Notar: “àqueles que lho pedirem”); “àqueles que lhe obedecem” (At 5.32) – enfatiza uma vida que crê e valoriza a Palavra de Deus, procurando guardar e viver. Os primeiros discípulos obedeceram ao Senhor ao retornarem para Jerusalém e não esperaram passivamente, mas em oração e adoração constantes. Assim escreveu o Dr. Martin Lloyd-Jones sobre o revestimento de poder: “Então, o que devemos fazer a respeito disto? Só existe uma conclusão óbvia. Busque-O! Busque-O! que poderíamos fazer sem Ele? Busque-O! Busque-O sempre! Mas, além de busca-Lo espere-O”.

3. Outras considerações sobre a promessa.
O espaço não permite estender os comentários sobre outros aspectos que envolvem esta experiência tão relevante na vida do discípulo do Senhor para cumprir a missão evangelizadora. Assim iremos nos deter aos seguintes aspectos: falar em outras línguas, cheios do Espírito Santo e a outros esclarecimentos.

3.1. O falar em línguas.
Interessante refletir que antes de Atos 2 ocorriam profecias, curas, demônios expulsos, visão, discernimento e outras manifestações espirituais. Contudo, não há registro de alguém falando em línguas estranhas, seja como sinal ou como dom. Além de Atos 2, Lucas registra o “falar em línguas” em outras duas ocasiões de pessoas sendo batizadas com o Espírito Santo: Atos 10.46 e 19.6. É digno de nota o registro do testemunho do apóstolo Pedro: ele atestou que Cornélio e os que estavam ouvindo a pregação receberam o revestimento de poder “Porque os ouviram falar línguas...” (At 10.46; 11.15-17).

Línguas como sinal do batismo com o Espírito Santo. Assim, não é nenhum absurdo, crermos que aconteceu o mesmo em Samaria, quando os apóstolos impuseram as mãos sobre os convertidos pela pregação de Felipe. O texto diz: “e receberam o Espírito Santo”. Como sabiam que receberam? Simão viu alguma coisa diferente para concluir que o Espírito Santo fora dado (At 8.17-18). Deus, em Sua soberania, reservou esta manifestação espiritual (“falar em línguas”) para a era inaugurada em Atos 2. As línguas não cessaram (1Co 13.8-10).

3.2. Cheios do Espírito Santo.
Há relatos de pessoas que foram cheias do Espírito Santo antes de Atos 2: Isabel (Lc 1.41); João Batista (Lc 1.15); Jesus Cristo (Lc 4.1). Após a descida do Espírito Santo, como prometido pelo Senhor, também encontramos relatos além de Atos 2.4: Pedro (At 4.8); os apóstolos e outros discípulos (At 4.31); Paulo (At 13.9). Tais relatos devemos despertar para o fato de que, mesmo após receber o batismo com o Espírito Santo, não devemos viver acomodados, achando que não há necessidade de perseverar e buscar uma constante renovação espiritual e unção do Espírito para ocasiões especiais.

A realidade de sermos nascidos de novo, sermos templo do Espírito santo e termos batizados com o Espírito Santo não no0s isenta de atentarmos à exortação de Efésios 5.18. Há muitos que perderam o entusiasmo e o fervor nas práticas espirituais, acostumando-se com uma vida estagnada, sem crescimento. Por isso, é importante mantermos em dia o devocional (oração e leitura bíblica diariamente em nosso lar). O Espírito Santo renova aquele que crê, se interessa e busca: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

3.3. Outros esclarecimentos.
Em Jd 18-19 há uma advertência: “no último tempo, haveria escarnecedores...não têm o Espírito”. Será que vivemos neste tempo? Muitos fazem piada sobre “língua estranha” e falam de maneira jocosa. Há aqueles que ressaltam as falhas das pessoas batizadas com o Espírito Santo para dizer que não é tão necessário ser revestido de poder. Não permita que os erros dos outros lhe impeçam de desfrutar de todas as bênçãos que o Senhor Deus tem reservado para os Seus.

Sempre existirão pessoas que, em pleno avivamento, ainda assim, serão influenciadas pelo inimigo (At 5.3). Porém, isto não invalida a ação e eficácia do poder do Espírito Santo. Outros dizem: “Tenho buscado, porém não recebo”. Lembremo-nos da parábola acerca da viúva que insistiu com o juiz (Lc 18.1-8). Não desfaleça. Continue pedindo, buscando e batendo, em oração (Lc 11.9-13). E, de repente, virá do céu e serás batizado com o Espírito Santo. Vale a pena destacar que, no início do século XX, era comum entre as igrejas pentecostais nos Estados Unidos e na Europa os “cultos de espera” com o propósito de buscar o revestimento de poder.   

Conclusão.
É tempo de voltarmos a enfatizar, ensinar e orar sobre o batismo com o Espírito Santo. Diante da frieza e indiferença espiritual dos últimos tempos, a igreja do século XXI necessita mais desse revestimento de poder: “Aviva, o Senhor, a tua obra” (Hc 3.2).

Questionário.
1. Quando Paulo perguntou aos discípulos de Éfeso se já haviam recebido o Espírito Santo, o que eles responderam?
R: Que nem sabiam que existia o Espírito Santo (At 19.1-2).

2. Cite um texto que registra os discípulos recebendo a promessa.
R: Atos 1.14.

3. Além de Atos 2, quais as outras duas ocasiões nas quais Lucas registra o “falar línguas”?
R: Atos 10.46 e 19.6.

4. Cite uma pessoa que foi cheia do Espírito Santo antes de Atos 2.
R: Isabel (Lc 1.41).

5. Qual é a advertência de Judas 18-19?
R: Que “no último tempo, haveria escarnecedores”, pessoas que “...não têm o Espírito” (Jd 18-19).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos, Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.

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