Lição 13 A perseverança
do discípulo de Jesus Cristo.
24 de setembro de 2017
Texto
Áureo
Lucas 8.15
“E a que caiu em boa terra, esses são os que,
ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom e dão fruto com
perseverança”.
Verdade
Aplicada
Jesus nos chamou para sermos Seus discípulos e
nos deu o Seu Espírito Santo e a Sua Palavra para sermos perseverantes.
Objetivos
da Lição
Identificar a relevância da
perseverança;
Sugerir o cultivo de hábitos
saudáveis para sermos perseverantes;
Apresentar três atitudes de
perseverança.
Glossário
Ênfase: Vigor de expre4ssão com
que se salienta ou se tenta tornar mais impressionante um assunto;
Relevância: Aquilo que tem
importância num contexto determinado;
Verbalizar: Fazer uso das palavras
para expressar-se.
Leituras
complementares
Segunda Lc 8.4-9
Terça Lc 8.11
Quarta Lc 8.12
Quinta Lc 8.13
Sexta Lc 8.14
Sábado Lc 8.15
Textos de
Referência.
Hebreus 12.1-3
1 Portanto, nós também, pois, que estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o
pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que
nos está proposta,
2 Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava
proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do
trono de Deus.
3
Considerai, pois, aquele, que suportou tais contradições dos pecadores
contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
Hinos
sugeridos.
126, 376, 509
Motivo de
Oração
Ore pelo fortalecimento da fé dos novos
convertidos.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A importância da perseverança.
2. “A carreira que nos está
proposta”.
3. Atitudes de perseverança.
Conclusão
Introdução
Encerrando estre trimestre, destacaremos a
relevância da perseverança como atributo indispensável para alcançarmos o
propósito de Deus: sermos conformes a imagem de Seu Filho para a glória de
Deus.
1. A
importância da perseverança.
Após estudarmos o processo de formação do
discípulo de Jesus Cristo, veremos agora a importância da perseverança. Não é
suficiente iniciar. É preciso ir até o fim (Dn 12.13).
1.1. O
que significa ser perseverante?
São diversos textos bíblicos que enfatizam a
relevância da perseverança da vida daqueles que estão em comunhão com Deus. São
vários os sentidos desta palavra, no grego “Hupomenô”, dependendo do contexto
no qual é utilizada: permanecer; suportar; aguentar. Em alguns textos
encontramos a palavra paciência (no grego “hupomone”): tolerância; constância;
resistir. É um verdadeiro desafio para esta geração. Muitos estão sofrendo com
a Síndrome do Pensamento Acelerado ou Síndrome da Resposta Rápida. As pessoas
estão com dificuldade de esperar.
E esta tendência está sendo
transferida para a relação com Deus. Em Hebreus 3.6, lemos: “se tão somente conservarmos
firme a confiança...até o fim”. No versículo 14, do mesmo capítulo: “nos
tornamos participante de Cristo, se retivermos firmemente...nossa confiança até
o fim”.
1.2. Cultivando
hábitos saudáveis.
Por que muitos não perseveram? Alguns por não
terem plena consciência do que significa ser discípulo de Jesus. Outros por
criarem expectativas, que, não se cumprindo, levam à frustração. Há aqueles que
descuidam da vida espiritual e, quando vêm as provações e o “dia mau”, acabam
não suportando, pois não cuidaram, antes, de estarem revestidos da armadura de
Deus (Ef 6.13). Se cultivarmos hábitos e disciplina espirituais, estaremos
contribuindo para a manutenção de nossa saúde espiritual. Se não investirmos
tempo em várias práticas devocionais, estaremos indo por um caminho que nos
conduzirá ao fracasso espiritual.
Certa vez perguntaram para John Stott
(foi um pastor e escritor anglicano, da Inglaterra, um dos expoentes do século
XX e início do século XXI) sobre a razão do seu longo e tão frutífero
ministério: “Leio a Bíblia e oro todos os dias, vou a igreja todos os domingos
e nunca falto a celebração da Ceia do Senhor”. Parece uma resposta tão simples
e rasa. É evidente que, ao fazer estas coisas mecanicamente, corremos o risco
de entrarmos pelos caminhos do formalismo e legalismo. Deus fala e se revela
com aquele que mostra interesse. Quando cultivamos os hábitos de leitura
bíblica, oração, participar dos cultos, Ceia do Senhor, evangelização, com
consciência e como resultado da fé que professamos, estamos demonstrando
interesse vivo em Deus, por Sua Palavra, pelo Seu Reino. Para cultivarmos estas
disciplinas espirituais, precisamos investir tempo e sermos perseverantes, o
que acarretará estabelecer prioridades em nosso dia a dia. Precisamos abrir mão
ou adiar algumas outras atividades. Ser discípulo de Cristo é mais do que uma
ideologia, é vida: “porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e
quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á” (Mt 16.25).
1.3. É
necessário um novo coração.
Ao discursar sobre como as pessoas recebem a
Palavra de Deus (Mt 13), Jesus Cristo citou vários tipos de terrenos que
receberam a semente: pé do caminho, pedregoso, entre espinhos e boa terra. A
que caiu em boa terra, “vingou, cresceu e produziu” (Mc 4.8). O registro de
Lucas diz: “E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a
conservam num coração honesto e bom e dão fruto com perseverança” (Lc 8.15).
Notar que o texto sagrado faz menção a um “coração honesto e bom” que conserva
a Palavra de Deus. Somente é possível ter um coração assim, disposto e inclinado
para a Palavra de Deus, pelo novo nascimento, como estudado em lição anterior.
Há muitos que são bons, praticam caridade, são homens honestos, cumpridores de
seus deveres, bons cidadãos e outras qualidades mais, contudo não valorizam a
Palavra de Deus e não se submetem ao senhorio de Jesus Cristo.
Quando o Senhor estava falando com a
multidão acerca do “ser meu discípulo” (Lc 14.26-27, 33), para ilustrar Seu
ensinamento, Ele citou o exemplo da pessoa que quer edificar uma torre. Não
basta querer e iniciar. É preciso começar e acabar (Lc 14.28-30). É importante
ressaltar que há pessoas que consideram que suas obras são suficientes para
serem aceitos diante de Deus e terem seus pecados cancelados. Contudo, não é
isto que encontramos na Bíblia (Is 64.6; Ef 2.8-9).
2. “A
carreira que nos está proposta”.
A “carreira que nos está proposta” (Hb 12.1)
inicia com o novo nascimento. Somente assim o ser humano possui um “coração
honesto e bom” para receber e guardar a Palavra de Deus.
2.1. A
necessidade de priorizar.
Em Lucas 9.57-62, encontramos três pessoas
diante do Senhor. Duas lhe disseram: “Senhor, seguir-te-ei”; e a outra, disse
Jesus: “Segue-me”. Estiveram frente a frente com Jesus, foram impulsionadas a
seguí-Lo. Será que o primeiro prosseguiu, após as palavras do Senhor? Ou será
que, ao tomar conhecimento da possibilidade de não contar com as comodidades
naturais da vida, desistiu? O segundo foi chamado pelo Senhor, contudo
respondeu: “Deixa que primeiro”. O terceiro, parecido com o primeiro, se
apresenta, mas verbaliza como o segundo: “deixa-me despedir primeiro”.
Quantos “primeiros” e quantas
conveniências deste mundo têm surgido diante de nós a nos desafiar, nos chamar
e impedir-nos de prosseguirmos na caminhada de discípulo? Mesmo nas lutas,
dificuldades, temores, fraquezas, o discípulo permanece (Tg 1.2-4; Rm 5.3-4),
pois está consciente de que não há outro Jesus Cristo, não há outro Messias,
outro enviado de Deus para nos salvar dos nossos pecados, que tenha “palavras
de vida eterna” (Jo 6.68).
2.2. A
pessoa de Jesus, nossa maior motivação.
Interessante notarmos a resposta de Pedro,
quando Jesus interpelou aos que ficaram se eles também iriam embora: “Senhor,
para quem iremos nós?” (Jo 6.68). Senhor, “Kurios”, em grego, ou seja, Aquele
que é e tem a autoridade e o poder de Deus. É importante pontuar que a resposta
de Pedro nos faz lembrar que a perseverança do discípulo de Jesus Cristo está
fundamentada, inicialmente, na pessoa de Jesus Cristo: Senhor! Porque Ele é o
Senhor. Não se fundamenta nos feitos, nas bênçãos, nos projetos pessoais
concretizados, na capacidade de entender todos os caminhos de Deus, mas na
Pessoa de Jesus Cristo!
Notemos que a perseverança é a marca,
pois o texto sagrado registra: “...muitos dos seus discípulos tornaram para
trás e já não andavam com ele” (Jo 6.66). Será que eram pessoas que O seguiam
movidas pela curiosidade, pelo interesse de serem beneficiadas com os milagres
ou atraídas apenas pela retórica e oratória de Jesus, ou como uma demonstração
de insatisfação com os líderes religiosos judeus, ou como uma expressão de
revolta contra o domínio romano, ou movidas pela emoção? Sejam quais forem os
motivos, o certo é que recuaram e não andaram mais com Ele.
2.3. A
Palavra de Deus como fundamentação.
Porque Ele é o Senhor, Suas Palavras são de
vida eterna. Jesus Cristo e Sua Palavra são os fundamentos que encontramos
neste texto sagrado para a perseverança dos discípulos de Jesus Cristo. Numa
época de tanta ênfase em conquistar, “determinar”, alcançar metas pessoais,
supervalorização do sucesso financeiro, status, crescimento social e outros
mais, é oportuno dar especial destaque às razões da nossa perseverança como
discípulos de Jesus Cristo: Sua Pessoa e Sua Palavra!
A exortação bíblica, enquanto
caminhamos, é manter nosso foco na Pessoa de Cristo, pois Ele é nosso ponto
inicial e objetivo maior de nossa fé (Fp 3.13-14). Olhando para Ele,
considerando, refletindo e pensando sobre Ele, “para que não enfraqueçais,
desfalecendo em vossos ânimos” (Hb 12.3). É preciso disciplina por parte dos
discípulos de Jesus Cristo, pois vivemos num período de muitas distrações.
Facilmente as pessoas perdem o foco.
3. Atitudes
de perseverança.
A perseverança é a marca do discípulo de Jesus
Cristo. Muitos abandonam a vida de discípulo, seguindo caminhos mais curtos e
fáceis, que surgem a todo momento.
3.1.
Perseverar na Palavra de Deus.
Aos
muitos dos que declararam que criam nEle, Jesus Cristo exortou: “Se vós
permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos” (Jo
8.31). Ou seja, se submete aos ensinos de Cristo e vive de acordo com a Sua
Palavra. O próprio Jesus disse que assim o discípulo conhece a verdade (Jo
8.32). Então, o interesse, a disposição em ouvir, prestar atenção e conhecer a
Palavra de Deus são marcantes características do discípulo perseverante (Jo
8.47).
Somos de Deus? Somos discípulos de
Jesus Cristo? Então, como está nosso relacionamento com a Palavra de Deus?
Nosso relacionamento com a Palavra de Deus sinaliza como se encontra nosso relacionamento
com Jesus Cristo. Jesus disse aos judeus que eles queriam mata-Lo porque a
Palavra de Deus não entrava neles (Jo 8.37).
3.2. Perseverar
no amor.
Outra característica marcante do discípulo de
Jesus é o amor: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos
amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Interessante o contexto no qual Jesus
proferiu estas palavras. As últimas instruções estão sendo transmitidas aos
discípulos. Brevemente o Senhor Jesus encerraria Seu ministério na terra.
Então, Ele prepara os Seus discípulos para um novo tempo. Judas Iscariotes já
havia se retirado do meio deles. Logo eles não mais teriam a presença física de
Jesus O preparo começa com o mandamento: “Que vos ameis uns aos outros; como eu
vos amei a vós...” (Jo 13.34).
Que desafio! Vivemos dias difíceis!
Mas, se nosso Senhor ordenou, é possível. Pois nascemos de novo e temos o
Espírito Santo. O amor de Cristo é o modelo. A palavra amor indica boa-vontade
para com os outros, benevolência: “O amor não faz mal ao próximo” (Rm 13.10). É
como se o Senhor estivesse dizendo: “Estou partindo, ajudem uns aos outros,
estimulem uns aos outros amando-vos uns aos outros”. Despertaria a atenção do
mundo. Através deste testemunho, a humanidade reconheceria que há, ainda,
discípulos de Jesus Cristo na terra. É necessário perseverar no amor (Rm 13,8;
1Jo 4.7).
3.3.
Perseverar na frutificação.
O Senhor Jesus, ainda preparando os Seus
discípulos, antes de Seu regresso ao céu, procurando informar-lhes acerca da
grande obra que estariam levando adiante, disse-lhes: “Nisto é glorificado meu
Pai: que deis muitos frutos; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). Ainda
há uma grande necessidade de que os discípulos do Senhor tenham uma
espiritualmente frutífera, para o cumprimento da missão deixada por Jesus e
para a glória de Deus. Principalmente, nesta nossa geração, quando muitos vivem
uma fé meramente nominal, como se estivessem “acostumados” com uma vida
“religiosa” de cumprimentos de normas e rotinas. Importante destacar que na
parábola do semeador, registrada por Lucas, a semente que caiu entre espinhos
são os que ouviram a Palavra, mas ao seguirem adiante são sufocados com as
muitas Ansiedades e cuidados da vida e, assim, “não dão fruto com perfeição”
(Lc 8.14), ou seja, não conseguem amadurecer, não permanecem. Que tipo de fruto
está sendo produzido em nós?
Dependendo do contexto, a palavra
“fruto” pode se referir a obras, ações, caráter do Senhor reproduzido na vida do discípulo de Jesus Cristo,
convertidos a partir de ações evangelísticas (como em Romanos 1.13). Na Bíblia,
encontramos “fruto de arrependimento” (Mt 3.8); “frutifiquemos para Deus” (Rm
7.4); “frutificando em toda boa obra” (Cl 1.’9); “fruto do Espírito” (Gl 5.22).
Frutificar com perseverança, uma das marcas do discípulo de Jesus Cristo.
Conclusão.
Somos chamados para a vida de discípulo por
Jesus Cristo. Temos a Sua presença, o poder do Espírito Santo e a Palavra de
Deus como nossa lâmpada. É possível vive-la: “Porque o Filho do homem virá na
glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas
obras” (Mt 16.27).
Questionário.
1. Ao discursar sobre como as pessoas recebem a
Palavra de Deus, quais tipos de terrenos Jesus citou?
R: Pé do caminho, pedregoso,
entre espinhos e boa terra (Mt 13).
2. Como inicia a “carreira que nos está
proposta”?
R: Com o novo nascimento (Hb
12.1).
3. Qual foi a resposta de Pedro, quando Jesus
interpelou aos que ficaram se eles também iriam embora?
R: “Senhor, para quem iremos
nós?” (Jo 6.68).
4. O que é a perseverança?
R: É a marca do discípulo de
Jesus Cristo (Jo 8.31).
5. Cite uma característica marcante do
discípulo de Jesus.
R: O amor (Jo 13.35).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aprendendo com as Gerações Passadas, A importância,
responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as
complexidades e os desafios da pós-modernidade, Jovens e Adultos, edição do
professor, 1º trimestre de 2017, ano 27, Nº 102, publicação trimestral, ISSN
2448-184X.
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