Lição 11 Crenças religiosas
10/09/2017
Dia
Nacional de Missões
Texto do dia
(Mc
7.8)
"Porque,
deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos
jarros e dos copos, e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas."
Síntese
Muitas
das crenças religiosas ditas evangélicas do nosso tempo não mais reproduzem a
cosmovisão do Reino de Deus, por se conformarem com o sistema deste mundo.
Agenda de leitura
Segunda
- Êx 7.10-12 Imitando os
sinais de Deus
Terça
- Nm 26.61 O perigo do fogo estranho
Quarta
- Pv 22.28
Não remova os marcos antigos
Quinta
- Ml 2.2 Bênçãos amaldiçoadas
Sexta
- Mc 7.9 Invalidando o mandamento de
Deus
Sábado
- Ap 14.6 O Evangelho eterno
Objetivos
ANALISAR o crescimento
evangélico e as crenças religiosas da atualidade;
MOSTRAR alguns dos males do sincretismo cultural e
religioso do nosso tempo;
EXPLICAR os perigos do
adultério espiritual.
Interação
Professor,
é possível e natural que, com o passar dos dias, a empolgação do início do trimestre
já tenha diminuído. Portanto, observe se há algum aluno que tem faltado com
frequência e procure informações sobre o motivo de sua ausência. O ideal é que
o professor tenha, no mínimo, o número do telefone de seus alunos, ou mesmo
outras informações que facilitem um contato direto e ágil. Se você tem esse
cuidado, parabéns! Caso não, providencie o mais rápido possível. Quanto ao(s)
ausente(s), vá em busca dele(s)! A estratégia a ser utilizada para trazê-lo de
volta à sua classe deve levar em conta o motivo pelo qual não mais frequenta a
Escola Dominical. O professor comprometido com a obra para a qual foi
vocacionado, jamais desiste de seus alunos!
Orientação Pedagógica
A
estratégia da competição sadia (sem criar rivalidade), como instrumento pedagógico,
é algo bastante salutar, pois estimula a participação da turma na aula. Lembre
os alunos, entretanto, que o mais importante não é receber o prêmio, mas
participar como cristãos. Inicie, assim, a aula distribuindo cartões de quatro
cores diferentes, que equivalem a quatro grupos (sugestão). Anuncie que cada
grupo (identificado pela cor) deverá ilustrar livremente, em cinco minutos,
algo que simbolize o sincretismo (mistura) religioso dos dias atuais. Escolha
três jurados e o prêmio do grupo vencedor: caixa de bombons (fácil de
compartilhar), isso gerará uma boa expectativa e os manterá envolvidos.
Incentive a criatividade e forneça o material necessário. Ao final, parabenize
a todos e premie os vencedores.
Texto bíblico
Gálatas
1.6-12
6
Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de
Cristo para outro evangelho,
7 o qual não é outro, mas há alguns que vos
inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos
anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
9 Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo
também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema.
10
Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se
estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho
que por mim foi anunciado não é segundo os homens,
12 porque não o recebi, nem aprendi de homem
algum, mas pela revelação de Jesus Cristo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Hoje,
depois de dois mil anos, o conceito original de Cristianismo foi
sociologicamente perdido, pois tudo que se faz sob o "símbolo da
cruz", chama-se de Cristianismo, não sendo feita nenhuma depuração, mas no
início não foi assim. Ser cristão significava viver como Cristo e jamais o
negar, ainda que para isso tivessem de morrer! Não se contaminariam com a
cultura do mundo. Eles sempre estavam juntos, vivendo integralmente a contracultura
do evangelho. Esse foi o segredo da Igreja Primitiva: produziu uma revolução
cultural, pois quando a pessoa é transformada por Cristo, o mundo ao seu redor
é mudado. O evangelicalismo deste tempo pós-moderno precisa voltar ao
Cristianismo puro e simples.
I - CRESCIMENTO EVANGÉLICO E CRENÇAS RELIGIOSAS
1. Século I. O crescimento vertiginoso do
Cristianismo, no Século I, trouxe a necessidade de se fazer alguns ajustes,
para acomodar todas as vertentes étnicas e culturais emergentes. Diante disso,
os apóstolos se reuniram em assembleia, na Cidade de Jerusalém, para resolver
esse impasse, e ali estabeleceram os comportamentos que deveriam ser praticados
por todos (At 15.20-22).
As
recomendações apostólicas eram um extrato de amor, santidade e comunhão entre
os cristãos do mundo, um ponto de convergência comportamental. Os cristãos
primitivos construíram a unidade sem negociar a verdade, pois queriam seguir
juntos, com uma cosmovisão sólida e coerente, para que crescessem
consistentemente, delineando a identidade cultural cristã. Eles conciliaram o
que era aparentemente inconciliável, porque o Espírito Santo alinhou os
entendimentos.
2. Séculos XX e XXI. O Brasil experimentou,
ao longo das últimas décadas, um vertiginoso crescimento numérico da igreja
evangélica. De acordo com o IBGE, em 1980 algo em torno de 6,6% dos brasileiros
eram evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no ano 2000, subiu para
15,4% da população e no último censo, em 2010, o índice saltou para 22,2%, um
aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões).
Talvez hoje os evangélicos brasileiros já totalizem mais de 50 milhões de
pessoas!
No
Século I, a igreja cristã cumpriu a Grande Comissão e a comissão cultural,
levando o evangelho da salvação e transformando a cultura do mundo antigo.
Hoje, entretanto, não se visualiza a existência de uma contracultura produzida
uniformemente pelas igrejas evangélicas. Prova disso é que, não obstante esse
impressionante crescimento numérico, os índices de criminalidade, prostituição
infantil, trabalho escravo, corrupção, dentre outras mazelas sociais, não têm
diminuído. Numa análise matemática, o crescimento evangélico não está fazendo
diferença na cultura nacional. Algo, então, precisa ser mudado, pois esse não é
o efeito prático do Cristianismo puro e simples.
3. Sincretismo evangélico. Algumas
crenças religiosas evangélicas pós-modernas são eminentemente sincréticas, ou
seja, misturadas com elementos cultuais da sociedade, notadamente dos elementos
cultuais místicos dos católicos, espíritas, dos cultos afros e até das
religiões indígenas. Uma miscelânea de ideias e conceitos antagônicos, que
buscam o resultado a qualquer custo. Daí advém a realização de novenas, o uso
do sal grosso, rosa ungida, a deificação de líderes (cujo suor pode curar), a
formulação de poções feitas com dezenas de ingredientes "mágicos",
dentre inúmeras outras práticas, que indicam que os "convertidos"
permanecem prisioneiros do misticismo, embora tenham alterado o rótulo religioso.
Pense
No
lugar em que o Cristianismo puro e simples chega há, necessariamente, mudança
cultural?
Ponto Importante
Com
a chegada do Cristianismo verdadeiro há, sempre, uma revolução cultural, pois
quando uma pessoa é transformada por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado.
II - OS MALES DO SINCRETISMO CULTURAL E RELIGIOSO
1. Pregação da cultura do mundo.
A pregação cristã deve se basear exclusivamente nas
Escrituras (Sola Scriptura), mas quando o sincretismo religioso surge,
elementos culturais e doutrinários são incorporados gerando apostasia. Exemplo
disso são pregações que ensinam e estimulam o amor ao dinheiro e às riquezas.
Isso
caracteriza a igreja utilitarista, ou seja, se os resultados numéricos (e
financeiros) forem positivos, então o método e a doutrinação podem (e devem)
continuar.
Nessa
esteira, muito tem proliferado a famigerada teologia da prosperidade, a qual
coloca os bens materiais em posição de destaque na vida, estimulando a busca
deles. Inclusive, é bom lembrar que não foi Jesus quem disse: "Tudo isto
te darei se, prostrado, me adorares", mas o próprio Diabo (Mt 4.9). Todo
cuidado é pouco.
2. Humanismo secular. Consequência
indissociável do sincretismo de certas crenças ditas evangélicas é o
aparecimento do humanismo secular, - o homem se torna o centro de todas as
coisas.
O
humanismo tira a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano; então,
assim, a obra de Deus se transforma em "ministério" desta ou daquela
celebridade, o púlpito da congregação se transforma em palco e o culto, em
show. Como se não bastasse, são
outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais como apóstolo, patriarca,
sumo-sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira a identificá-lo acima dos
demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e trata-se de uma apostasia à
fé cristã.
3. Uma longa história. A história do
sincretismo do fenômeno religioso é bastante antiga. Quando Moisés demorou a
descer do monte, os israelitas fizeram um bezerro de ouro "egípcio" e
disseram que aquele era o Senhor. Jeroboão I, ao criar os altares em Dã e
Betel, iguais ao de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares seriam os
substitutos do Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os casos foram
terríveis.
Paulo,
quando escreveu aos Gálatas
repreendeu-os severamente pelo sincretismo daquela igreja. Eles estavam
colocando as experiências religiosas acima das Escrituras. Então o apóstolo dos
gentios recomendou que não aceitassem outro evangelho, nem que fosse pregado
por um anjo (Gl 1.6-8). Qualquer "revelação" que contrariasse a
"cosmovisão judaico-cristã" deveria ser considerada uma maldição.
Pense
A
sincretização dos rituais e doutrinas religiosas não são importantes para
trazerem mais pessoas ao conhecimento da verdade?
Ponto Importante
Paulo
advertiu sobre o perigo do sincretismo religioso, alertando que qualquer
"revelação" que contrariasse o Evangelho deveria ser considerada uma
maldição
III - O PERIGO DO ADULTÉRIO ESPIRITUAL
1. Tempos trabalhosos. Uma vez consolidada a
corrupção de uma prática cristã, seja ela cultural, seja doutrinária, aos olhos
do Senhor surge um adultério espiritual, o que Deus não tolera. Abundantes são
os casos, na Bíblia, em que homens cometeram adultério espiritual e foram
severamente punidos. Podem-se citar os acontecimentos envolvendo Nadabe e Abiú,
os filhos de Eli, Uzá, Uzias, dentre outros.
Episódio
igualmente impressionante foi o de Ananias e Safira (At 5.1-7). Eles mentiram
para o apóstolo Pedro, em um ambiente de culto, o que ocasionou suas mortes
imediatamente, porque não havia apenas avareza, mas também um sentimento de
zombaria, de desprezo pelas coisas do Senhor, um adultério espiritual. Isso
acendeu o zelo de Deus. O juízo foi rápido, em cumprimento ao que está escrito:
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará" (Gl 6.7).
2. Subcultura. O sincretismo
evangélico tende a produzir apenas uma subcultura do mundo, e não uma
contracultura do Reino, ou seja, as pessoas passam a viver com particularidades
culturais cristãs, sem, todavia,desprenderem-se do modo de vida dominante no
mundo. Há uma conformação aos moldes sociais (Rm 12.2), uma aceitação tácita da
cultura secular. Tal fato pode ser observado em algumas crenças religiosas do
tempo atual que, por exemplo, não enxergam pecado na prática do sexo antes do
casamento, aceitam a realização do aborto e do casamento homossexual, admitem
toda forma de sensualidade e desejo da carne.
3. Cristianismo puro e simples. O
resultado prático de se viver o cristianismo na sua forma original é o
estabelecimento de uma contracultura capaz de responder efetivamente a qualquer
questionamento de ordem emocional, espiritual ou social. Está escrito que os
crentes primitivos "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão
[...] E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar" (At 2.42,47).
Pense
As
crenças religiosas não devem se atualizar, compatibilizando-se com os avanços
sociais e políticos da sociedade contemporânea?
Ponto Importante
As
denominações evangélicas não devem, em nome da liberdade cristã, dar ocasião ao
pecado, pois sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
SUBSÍDIO 1
"O
verdadeiro Cristo e a verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente
substituídos por alternativas doentias, oferecidas por um grupo de mestres que
pertencem ao denominado 'Movimento da Fé'.
Este
câncer vem sendo alimentado por uma constante dieta que poderia ser chamada de
'cristianismo das refeições rápidas' - belas na aparência, mas fracas em
substância. Os provedores dessa dieta cancerígena têm utilizado o poder das
ondas de rádio e televisão, bem como uma pletora de livros e fitas criteriosa e
agradavelmente embalados, a fim de atrair suas presas para o jantar. E os
desavisados têm sido chamados a amar não o Mestre, mas aquele que está na mesa
do Mestre.
Durante
anos venho pregando sobre este assunto com uma urgência dramática. Em adição,
lembro-me das incontáveis horas passadas com o Dr. Walter Martin (fundador do
Instituto Cristão de Pesquisas-EUA), antes de sua morte, discutindo tal
catástrofe e suas implicações para a fé cristã histórica.
Para
evitar esta crise, precisamos mudar nossa percepção de Deus como um meio para
se chegar a um fim, reconhecendo que Ele é um fim em si mesmo. Precisamos mudar
duma teologia baseada em perspectivas temporais para uma teologia alicerçada
sobre verdades eternas" (HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 14,15).
SUBSÍDIO 2
"O
perigo é que a cultura popular cristã por imitar os costumes da cultura
dominante em estilo, mudando somente o conteúdo. O mercado de música está
transbordando com Rock, Rap, Blue, Jazz Heavy Metal cristãos. As prateleiras
das livrarias estão cheias com "ficção cristã", desde histórias de
aventuras infantis até romances quase picantes. Parque temáticos cristãos
oferecem uma alternativa à Disney e vídeos cristãos para crianças e para
pessoas que praticam exercícios são muito vendidos. Em alguns aspectos, esse é
um desenvolvimento saudável, mas temos sempre de perguntar: Estamos criando uma
genuína cultura cristã, ou estamos apenas criando uma cultura paralela com
aparência cristã? Estamos impondo um conteúdo cristão para uma forma já
existente? Pois a forma e o estilo sempre enviam uma mensagem própria.
Quando
criamos uma cultura popular cristã, temos que ter cuidado para não simplesmente
inserir o conteúdo cristão em qualquer estilo corrente no mercado. Ao invés
disso, deveríamos cultivar alguma coisa distintamente cristã tanto no conteúdo
quanto na forma. Temos de aprender a identificar as cosmovisões expressadas em
várias formas para podermos criticá-las e produzir uma alternativa que seja
realmente bíblica" (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, como
Viveremos? 2.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp. 549,550).
ESTANTE DO PROFESSOR
HANEGRAAFF,
Hank. Cristianismo em Crise. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
CONCLUSÃO
A
revolução do Cristianismo continua em ação, porém tem-se observado a ausência
de identidade com Cristo de algumas crenças religiosas "cristãs", o
que é dramático. Em qualquer tempo, o indivíduo que se entregar ao Senhor, como
fizeram os primeiros cristãos, experimentará algo extraordinário, inigualável,
e receberá uma nova vida em Cristo (2 Co 5.17), criando ao redor de si uma
contracultura transformadora.
Hora da revisão
O
considerável aumento da população evangélica não produziu uma contracultura
eficiente, pois os indicadores ruins continuam intocados. Por quê?
Resposta pessoal.
Identifique
pelo menos dois exemplos do sincretismo evangélico.
Rosa ungida e o uso do sal grosso para rituais.
O
que é uma igreja utilitarista?
É aquela igreja na qual, se os resultados numéricos
forem positivos, então o método e a doutrinação devem continuar. O mais útil é
o melhor.
O
que é o adultério espiritual?
Traição ao cristianismo genuíno, a consolidação da
corrupção de uma prática cristã.
O
que é uma subcultura do mundo?
É o resultado da mistura cultural do cristianismo com
o mundo. É o viver de uma coletividade que possui particularidades culturais
cristãs, sem, todavia, se desprender do modo de vida dominante no mundo.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, Tempo para todas as coisas – Aproveitando as
oportunidades que Deus nos dá,
Comentarista Reynaldo Odilo, 3º trimestre 2017.
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