Lição 11 O processo de
formação do discípulo I.
10 de setembro de 2017
Texto
Áureo
Tito 2.11
“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo
salvação a todos os homens”.
Verdade
Aplicada
A vida de discípulo de Jesus começa com o novo
nascimento e continua em crescimento e vitalidade espirituais até alcançar a
estatura completa de Cristo.
Objetivos
da Lição
Conscientizar sobre a importância
dos primeiros passos;
Mostrar como Deus tomou a
iniciativa, visando a restauração do homem;
Deixar claro acerca da
necessidade de uma resposta humana à manifestação de Deus.
Glossário
Professar: Reconhecer
publicamente; confessar, declarar;
Regeneração: Gerar ou produzir
novamente; formar-se de novo;
Soteriologia: Doutrina da salvação da
humanidade por Jesus Cristo.
Leituras
complementares
Segunda Jo 3.3
Terça Jo 3.5
Quarta Jo 3.16
Quinta Jo 8.32
Sexta Jo 8.36
Sábado Tt 2.15
Textos de
Referência.
Tito 2.11-14
11 Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os homens,
12 Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e
às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e
piamente,
13 Aguardando
a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo,
14 O qual se deu a si mesmo por nós, para nos
remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de
boas obras.
Hinos
sugeridos.
126, 266. 291
Motivo de
Oração
Ore para que os cristãos sejam fortalecidos e o
Evangelho seja anunciado em todo o mundo.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A importância dos primeiros
passos.
2. Deus tomou a iniciativa.
3. A participação humana.
Conclusão
Introdução
Como Paulo escreveu, estamos em Cristo após
ouvirmos o anúncio do Evangelho, crer e passar a viver guiados pelo Espírito
Santo (Ef 1,13). Ninguém se torna um discípulo sem a ação de Deus e uma
resposta humana.
1. A
importância dos primeiros passos.
O início da jornada cristã se dá quando a
pessoa nasce de novo é a condição para ver e entrar no Reino de Deus (Jo 3.3,
5).
1.1. É
preciso nascer de novo.
Quando Jesus contou a parábola do semeador,
disse que muitos estavam com a mente fechada, coração endurecido, ouviam sem
interesse, fechavam os olhos, pois estavam fora do Reino de Deus (Mt 13.15; Mc
4.11). Primeiro é preciso entrar, para depois compreender “os mistérios do
Reino de Deus”. E a entrada se dá pelo novo nascimento. Pela grande
misericórdia de Deus, Ele opera a regeneração.
É possível utilizarmos três
expressões para indicar a situação do ser humano diante de Deus: geração (Gn
1.27) – momento da criação do homem à imagem e semelhança de Deus; degeneração
– perda ou deformação das características originais, por causa do pecado (Ef
2.1-3); regeneração – notar a expressão: “novamente nascidos” (1Pe 1.2).
1.2. A
grande salvação.
O texto em Tito 2.11-14 é bastante
esclarecedor. A graça de Deus se manifestou trazendo salvação (Tt 2.11). No
verso seguinte, diz que esta mesma graça ensina, orienta sobre como devemos
viver “neste presente século” (Tt 2.12). Porém, primeiro se manifestou para
salvar. Salvação é uma palavra que reúne todos os atos de Deus para a redenção
da humanidade. Vários sentidos são encontrados nesta palavra: libertação,
segurança, cura, redenção, resgate. Por isso a Bíblia que é “uma tão grande
salvação” (Hb 2.3).
A maior necessidade do ser humano é a
salvação! Pois a Bíblia diz que todos pecaram (Rm 3.23). O pecado faz divisão,
separação da comunhão com Deus (Is 59.2). E esta “determinado um dia em que
(Deus) com justiça há de julgar o mundo” (At 17.31). Assim, Deus anuncia (hoje
por intermédio da proclamação da Sua Palavra) a “todos os homens, em todo
lugar, que se arrependam” (At 17.30).
1.3. A
realidade e gravidade do pecado.
É preciso, pois, que a pessoa reconheça que é
pecadora, está perdida e que a solução não se encontra em si própria. Assim,
não compreender a doutrina do pecado é não compreender a doutrina da salvação.
Os judeus, na época do ministério terreno Jesus, apesar de terem e examinarem
as Escrituras, não compreenderam a gravidade do pecado. Achavam que, pelo fato
de serem descendência de Abraão, automaticamente eram livres e já estava
garantida a entrada no Reino de Deus. Interessante notar que este diálogo com
Jesus se deu com os “judeus que criam nele” (Jo 8.30-31). Criam em Jesus, porém
se a fé que diziam professar não os conduzissem ao reconhecimento de que eram
pecadores e ao arrependimento, como Jesus lhes estava revelando, não poderiam
ser Seus discípulos (Jo 8.30-37).
Eles não aceitavam o fato de que o ser
humano, por si próprio, por causa da sua condição de pecador, é incapaz de
alcançar o padrão estabelecido por Deus para a humanidade (Ec 7.29). Jesus
estava lhes dizendo que precisavam de libertação (Jo 8.32, 36). Somente Jesus
Cristo pode libertar o homem da escravidão do pecado. Mas a tendência do ser
humano é minimizar o pecado. Assim escreveu Martins Weingaertner (diretor da
Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba): “Sempre que, orgulhosamente,
fizermos de conta que o pecado não nos afeta, descobriremos que caímos mais
fundo nele”. Portanto, quanto maior a nossa compreensão da realidade e da
gravidade do pecado, mais abrangente será nossa compreensão de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo.
2. Deus
tomou a iniciativa.
É uma realidade bíblica o fato de que só
conhecemos a Deus porque Ele quis se revelar. Bem como só é possível ao ser
humano ter comunhão com com Ele, porque primeiro Ele se aproxima de nós e nos
chama (Gn 3.9; Jo 1.14).
2.1. A
manifestação da Graça.
“A graça de Deus se manifestou”,
E um dos aspectos desta “tão grande salvação” é a regeneração, o novo
nascimento. Pois, para Deus, espiritualmente, as pessoas que ainda não nasceram
de novo estão “mortas em ofensas e pecados”, pois estão “vivendo segundo o
curso deste mundo”, “fazendo a vontade da carne e dos pensamentos”, “sem
Cristo” (Ef 2.1-3, 12). Nesta situação, Deus amou (Jo 3.16) e enviou Seu Filho
Cristo para salvar todo aquele que nEle crer. Nós, que antes estávamos
espiritualmente mortos, agora, pela regeneração, somos “participantes da
natureza divina” (2Pe 1.4). Esta regeneração é gerada pela Palavra de Deus (Tg
1.18 e pelo Espírito Santo (Jo 3.5). O apóstolo Paulo assim se expressou:
“...se alguém está em Cristo, nova criatura é...” (2Co 5.17).
Nossos esforços não são capazes de
resolver o problema do pecado. Nossos recursos morais, intelectuais,
espirituais e materiais são insuficientes: “...isto não vem de vós; é dom de
Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
2.2. A fé
que salva.
É necessário crer que jesus Cristo é o enviado
de deus para nossa salvação. Ele morreu na cruz pelos nossos pecados e
ressuscitou ao terceiro dia. Agora, está à direita de Deus e intercede por nós
(At 16.31; 1Co 15.1-4; Hb 4.14-16). O apóstolo Paulo escreveu que “todos sois
filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26). Portanto, não se trata da
“fé na fé”, ou meramente intelectual ou movida por caprichos e desejos
pessoais. Mas a fé que é produzida a partir do anúncio da Palavra de Deus (Rm
10.14-17). É a fé que nos move a reconhecer a verdade do Evangelho, a Pessoa de
Jesus Cristo e Sua obra. É pela fé que nos apropriamos desta verdade e
confessamos a Jesus Cristo.
Passamos a viver de acordo com o que
cremos: interesse pela Palavra de Deus; oração; abandono do pecado; testemunho
do amor de Deus; comunhão com os outros que professam a mesma fé; viver como um
discípulo de Jesus Cristo (Jo 8.31; At 2.42-47; 8.4).
2.3. A
obra das regeneração.
Não é bíblica a crença na bondade natural do
ser humano como suficiente para produzir mudança tal que nos conduza a uma
perfeição futura. Precisamos de uma intervenção divina. Sem ela não há solução
para a necessidade de mudança na natureza humana. Esta mudança não se dá por
reformas sociais ou pela educação. Não se dá pelo acúmulo de conhecimento, vide
Nicodemos (Jo 3.10), que era mestre em Israel. Não se dá pelo batismo nas
águas, vide Simão (At 8.13, 21). Mesmo após o batismo, ficar continuamente na
companhia de Felipe e testemunhar os sinais e maravilhas, o seu coração não era
reto diante de Deus. O batismo nas águas simboliza, mas não produz regeneração.
O evangelho de João é esclarecedor: “deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12-13). Outra versão diz: “o
direito de se tornarem filhos de Deus”. Não nos tornamos filhos de Deus por
meios naturais, não por descendência humana, não pela decisão de outra pessoa,
não por cumprirmos algum ritual religioso, mas pela “vontade de Deus”. O
próprio Deus é o nosso Pai Celestial faz isto na vida dos que receberam Jesus
Cristo, que creem nEle!
3. A
participação humana.
Evidentemente que existe a participação do
homem. O teólogo e escritor Agostinho disse: “Deus, que te criou sem ti, não te
salvará sem ti”. No evangelho de João 3.16. encontraremos “para que todo aquele
que nele crer”.
3.1. A
necessidade do arrependimento.
A primeira mensagem anunciada por João Batista,
registrada no evangelho de Mateus foi: “Arrependei-vos, porque é chegado o
reino dos céus” (Mt 3.2). Em outro texto encontramos: “...começou Jesus a
pregar e a dizer: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt
4.17). Ao término da primeira pregação, após a descida do Espírito Santo, o
apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos...” (At 2.38). O arrependimento faz parte
da resposta humana à manifestação da graça de Deus. É uma exigência que Deus
faz da parte do homem. Envolve mudança leva tanto a um afastamento do pecado
quanto a voltar-se para Deus.
Certa feita Billy Graham disse: “Só
haverá transformação da sociedade humana se ocorrer uma mudança de dentro para
fora. O homem precisa de transformação interior. A única maneira de conseguir
uma reforma moral é através do arrependimento dos pecados e um retorno a Deus”.
Não devemos confundir ou restringir ou isolar os seguintes aspectos do arrependimento
exigido por Deus ao ser humano: tristeza; confessar; reconhecer; prometer
mudar; chorar; infligir autopenitencia. Não se restringe, ainda, a uma simples
mudança de hábito. Trata-se de uma mudança interior, da mente, que conduz a
mudança de atitude. O evangelista Carlos Finney assim definiu : “Mudança de
atitude e mudança da vontade, envolvendo tristeza, segundo Deus, e a forte
resolução de nunca mais praticar aquilo que antes praticava”, Assim, a mudança
é constituída de três elementos: intelectual, emocional e prático. Um exemplo
bem prático desta doutrina são as ações de Judas e Pedro em relação ao
reconhecimento de seus pecados. Judas ficou triste, reconheceu e trilhou o
caminho da autodestruição (Mt 27.3-5). Enquanto Pedro, após negar, “lembrou-se
das palavras de Jesus” (Mt 26.75). chorou, reconheceu, quis encontrar-se com
Jesus (Jo 20.2-6), arrependeu-se e retornou à comunhão com o Senhor (Jo 21).
3.2. A
necessidade da submissão.
A vida do discipulado envolve valores e
atitudes tão contrárias ao mundo, tão diferentes do que vive a geração
incrédula e corrompida, que só é possível pelo poder do Espírito Santo em nós.
Pela ação sobrenatural da Palavra de Deus em nós. Em constante e progressiva
comunhão com Jesus Cristo, a videira verdadeira. É a segunda ação da graça que
se manifestou, primeiro para salvar, e depois, “ensinando-nos” (Tt 2.11-12).
Qual o ensino? É preciso renúncia para viver neste “presente século sóbria, e
justa, e piamente”. É o viver do discípulo de Jesus Cristo enquanto estiver
debaixo do sol.
O Senhor Jesus está procurando aqueles que
assim querem viver. Para tanto, é necessário que lhe deem o primeiro lugar em
suas vidas. O pregador inglês H. A. Evans Hopkins assim se expressou: “Procura
hoje, como sempre o fez, não multidões que sigam Suas pegadas sem objetivo, só
porque se deixaram levar pela corrente, mas procura individualmente homens e
mulheres cuja imorredoura adesão provem do fato de reconhecerem que Ele quer
para si aqueles que estão prontos para seguir o caminho da renúncia que Ele
trilhou antes deles”.
3.3. A
permanente batalha espiritual.
É evidente que, após o novo nascimento, a fé, o
arrependimento, a libertação do poder do pecado e passarmos a viver como
discípulos de Jesus, há uma constante batalha: “Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que
não façais o que quereis” (Gl 5.17). Esta batalha somente encerrará quando
ocorrer a glorificação, considerada, na soteriologia (estudo da salvação), como
o último aspecto da salvação, a consumação da redenção do discípulo de Jesus.
Após o novo nascimento, somos livres da obrigatoriedade de viver em pecado, ou
seja, o pecado não é mais o nosso senhor, pois Cristo nos liberta do poder do
pecado (Jo 8.34-35).
Vivenciamos, a cada dia, a
possibilidade de pecar, pois ainda estamos na carne. Por isso precisamos estar
em vigilância e oração. Porém, um dia, seremos transformados (1Co 15.52), o que
é corruptível se revestirá da incorruptibilidade e o que é mortal se revestirá
da imortalidade (1Co 15.53). Este dia será “quando ele se manifestar, seremos
semelhante a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo 3.2). Então seremos
livres, também, da possibilidade de pecar (Ap 21.7, 27; 3, 14).
Conclusão.
Assim é o início da caminhada cristã. A pessoa
ouve a mensagem do Evangelho, o Espírito Santo age e ela reconhece que Jesus
Cristo é o Salvador. A partir daí se submete ao Seu senhorio. É uma nova
criatura. Nascida de novo, a pessoa agora pode viver a vida do discipulado.
Questionário.
1. Qual é a condição para ver e entrar no Reino
de Deus?
R: Nascer de novo (Jo 3.3, 5).
2. O que o batismo nas águas não produz?
R: Regeneração (At 8.13, 21).
3. Qual foi a primeira mensagem anunciada por
João Batista?
R: “Arrependei-vos, porque é
chegado o reino dos céus” (Mt 3.2).
4. Do que o arrependimento faz parte?
R: Da resposta humana a
manifestação da ação da graça de Deus (Mt 4.17).
5. Quem nos liberta do poder do pecado?
R: Jesus Cristo (Jo 8.34-35).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aprendendo com as Gerações Passadas, A importância,
responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as
complexidades e os desafios da pós-modernidade, Jovens e Adultos, edição do
professor, 1º trimestre de 2017, ano 27, Nº 102, publicação trimestral, ISSN
2448-184X.
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