Lição 12 A necessidade
do batismo com o Espírito Santo.
17
de dezembro de 2017
Texto
Áureo
Lucas 24.49
“E eis que sobre vós envio a promessa de meu
Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de
poder”.
Verdade
Aplicada
O batismo com o Espírito Santo é a promessa do
Senhor de revestimento de poder para cumprimento da missão.
Objetivos
da Lição
Explicar acerca da necessidade
e da importância de se receber o Espírito Santo;
Apresentar o Espírito Santo como
fonte de vida, consolador e agente santificador da Igreja;
Apontar três qualidades
importantes que foram acrescentadas pelo Espírito Santo à Igreja.
Glossário
Cânon: Conjunto de livros;
modelo, padrão, paradigma;
Cerne: Parte essencial:
Jocosa: Que provoca o riso; que
faz rir; cômico, divertido, engraçado.
Leituras
complementares
Segunda At 2.1
Terça At 2.2
Quarta At 2.3
Quinta At 2.4
Sexta At 2.17
Sábado At 2.18
Textos de
Referência.
Atos 1.4-5, 8; 2.1
4 E, estando com eles, determinou-lhes que não
se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse
ele) de mim ouvistes.
5 Porque, na verdade, João batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
At 2.1 E, cumprindo-se o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Hinos
sugeridos.
24, 155, 358.
Motivo de
Oração
Peça ao Espírito Santo para que esse seja um
tempo de refrigério, encorajamento e avivamento.
Esboço da
Lição
Introdução
1. Conhecendo significado e
propósito.
2. Atualidade da promessa e
recebimento.
3. Outras considerações sobre a
promessa.
Conclusão
Introdução
Nesta lição, refletiremos sobre a necessidade
da Igreja em ser revestida de poder (proveniente do espírito Santo) e o que a
Bíblia, a Palavra de Deus, registra sobre esta bênção.
1.
Conhecendo o significado e propósito.
Inicialmente refletiremos sobre o significado,
as diferentes expressões encontradas na Bíblia e o propósito do revestimento de
poder. No dia em que os primeiros discípulos “foram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas”, tal fato chamou a atenção e atraiu uma
multidão ao local onde estavam. Uns zombavam, mas outros se maravilharam e
diziam: “Que quer isto dizer?” (At 2.4, 6, 12-13).
1.1. Significado
do batismo com o Espírito Santo.
Quando Paulo chegou em Éfeso, achou alguns
discípulos e perguntou-lhes se já haviam recebido o Espírito Santo e eles
responderam que nem sabiam que existia o Espírito Santo (At 19.1-2). É
importante notar acerca da expressão “batismo com o Espírito Santo” que João
Batista mencionou (Mt 3.11) e o próprio Jesus Cristo (At 1.5). Já estudamos na
lição 7 sobre o batismo em águas e vimos que a palavra batismo, no grego,
significa imersão ou mergulho. Assim, no batismo com o Espírito Santo, a pessoa
que recebe é imersa no poder do Espírito.
O Senhor Jesus também designou esta experiência
como sendo: “promessa de meu Pai” (Lc 24.49; At 1.4), detalhando em que
consistia essa promessa: “do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.29) e
“recebereis a virtude do Espírito Santo” (At 1.8). Na primeira pregação, o
apóstolo Pedro, respondendo à pergunta “Que quer isto dizer?” mencionou a
profecia de Joel (Jl 2.28-32) para explicar aquela manifestação espiritual.
1.2. A
diversidade das operações do Espírito.
É preciso saber que a Palavra de deus regi9stra
diversas ações do Espírito santo desde a criação (Gn 1.2; Jó 26.13). No Antigo
Testamento, vemos o Espírito Santo capacitando e enchendo reis, profetas,
juízes e outros para cumprirem a missão dada por Deus. No Novo Testamento, o
Espírito Santo é mencionado agindo no novo nascimento (Jo 3.5-8), convencendo o
ser humano do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16.8-11), atuando na
santificação(1Pe 1.2), promovendo o ingresso do discípulo no Corpo de Cristo
(1Co 12.13), produzindo o fruto no caráter do discípulo (Gl 5.22), entre outras
operações.
Na presente lição, vamos nos deter
somente em uma ação do Espírito Santo: revestimento de poder. Diferente da ação
do Espírito registrada em 1 Coríntios 12.13, quando o propósito não é
revestimento de poder, mas inserir o discípulo no Corpo de Cristo visando a
unidade. O próprio contexto atesta este propósito. Todos que passam pelo novo
nascimento são imersos no corpo místico de Cristo (Hb 12.23).
1.3.
Propósito do batismo com o Espírito Santo.
O Senhor Jesus seria elevado ao céu e disse aos
seus discípulos que eles seriam enviados ao mundo (Jo 20.21), a fim de pregar
“o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações” (Lc 24.47) e
que seriam Suas Testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Com o propósito
de capacitá-los para cumprirem a missão que seriam “revestidos de poder”,
receberiam a “virtude do Espírito Santo”. A palavra usada no grego é “dynamis”,
que sugere capacidade para realizar algo. É poder dado por Deus.
A descida do Espírito Santo como
pomba sobre Jesus identifica o marco inicial de Seu ministério. O relato de
Lucas informa: “E Jesus, cheio do Espírito Santo”; e em outro momento: “...pela
virtude do Espírito...” (Lc 4.1, 14). É o mesmo Espírito Santo que nos
capacita, pois, entre a ascensão e a segunda vinda de Jesus, estamos no “tempo
da missão”!
2. Atualidade
da promessa e recebimento.
Ainda há pessoas em nossos dias que argumentam
contra a atualidade da promessa do batismo com o Espírito Santo, afirmando que
foi restrito aos tempos apostólicos, até que o cânon das Sagradas Escrituras
estivesse completo. Como feito no tópico anterior, permanecemos refletindo
neste tema recorrendo às Escrituras, nossa referência maior para atestarmos a
atualidade, a importância e como recebe-la.
2.1. Atualidade
da promessa.
Existem aqueles que creem nas Escrituras, são
discípulos de Jesus, são membros de uma igreja local, porém acreditam que a
experiência do batismo com o Espírito Santo, como relatado em Atos, terminou
junto com a era apostólica. Contudo, é certo que as Escrituras chegaram até nós
para aplicarmos hoje e, se restringirmos todas essas bênçãos ao tempo
apostólico, o que ficará para nós? Como decidir o que se aplica àquele tempo e
o que é para nós? Às Escrituras recorramos, sempre às Escrituras: “Porque a
promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe:
a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).
Neste texto, encontramos que a bênção
prometida pelo Senhor ao grupo inicial de discípulos, os próprios apóstolos
reconheciam que se estende de geração a geração, não no sentido de transmissão
hereditária, mas aos chamados por Deus ao arrependimento. E Deus continua
chamando pela proclamação do Evangelho (At 2.38-39).
2.2.
Importância do batismo com o Espírito Santo.
Evidente que o cerne da importância desta
experiência encontra-se no fato de que se trata de uma promessa divina desde o
Antigo Testamento, repetida por intermédio de João Batista e o próprio Senhor
Jesus ter dito que ficassem em Jerusalém “até que, do alto sejais revestidos de
poder” (Lc 24.49) e esclarecido o propósito (At 1.8). Contudo é interessante
refletir que vivemos dias desafiadores.
No caso da igreja evangélica
brasileira, temos a tendência de, ainda que imperceptível, diminuir a
importância deste revestimento, considerando que vivemos em liberdade para
anunciar o Evangelho, com recursos financeiros e tecnológicos, utilização de
diversas estratégias (shows, filmes, teatro), grande interesse por crescimento
acadêmico-teológico e um ambiente que beira a “competição eclesiástica”, como
se fosse um mercado comercial. Contudo, nenhum recurso humano ou material
substitui o revestimento de poder. E.M. Brends, escritor e advogado, escreveu:
“Estamos à procura de melhores métodos, enquanto Deus está à procura de
melhores homens”. Homens e mulheres cheios do Espírito Santo, pois Deus não
unge métodos, mas pessoas!
2.3. Como
receber o batismo com o Espírito Santo.
Verificaremos alguns textos das Escrituras que
registram discípulos recebendo a promessa. Os primeiros discípulos, após a
ascensão de Jesus voltaram para Jerusalém e “todos estes perseveraram unanimemente
em oração e súplicas” (AT1.14). Os samaritanos convertidos receberam o batismo
com o Espírito Santo quando os apóstolos oraram e lhes impuseram as mãos (At
8.15, 17). Em Cesareia, Cornélio e os que estavam em sua casa receberam
enquanto ouviram a Palavra anunciada por Pedro (At 10.44). Assim é necessário
que primeiro a pessoa passe pela experiência do novo nascimento.
É preciso que o discípulo creia; se
interesse; busque em oração e persevere adorando a Deus, como registrado em
Lucas 24,52-53 (notar a expressão: “estavam sempre”, indicando interesse e
perseverança); Lucas 11.13 (Notar: “àqueles que lho pedirem”); “àqueles que lhe
obedecem” (At 5.32) – enfatiza uma vida que crê e valoriza a Palavra de Deus,
procurando guardar e viver. Os primeiros discípulos obedeceram ao Senhor ao
retornarem para Jerusalém e não esperaram passivamente, mas em oração e adoração
constantes. Assim escreveu o Dr. Martin Lloyd-Jones sobre o revestimento de
poder: “Então, o que devemos fazer a respeito disto? Só existe uma conclusão
óbvia. Busque-O! Busque-O! que poderíamos fazer sem Ele? Busque-O! Busque-O
sempre! Mas, além de busca-Lo espere-O”.
3. Outras
considerações sobre a promessa.
O espaço não permite estender os comentários
sobre outros aspectos que envolvem esta experiência tão relevante na vida do
discípulo do Senhor para cumprir a missão evangelizadora. Assim iremos nos
deter aos seguintes aspectos: falar em outras línguas, cheios do Espírito Santo
e a outros esclarecimentos.
3.1. O
falar em línguas.
Interessante refletir que antes de Atos 2
ocorriam profecias, curas, demônios expulsos, visão, discernimento e outras
manifestações espirituais. Contudo, não há registro de alguém falando em
línguas estranhas, seja como sinal ou como dom. Além de Atos 2, Lucas registra
o “falar em línguas” em outras duas ocasiões de pessoas sendo batizadas com o
Espírito Santo: Atos 10.46 e 19.6. É digno de nota o registro do testemunho do
apóstolo Pedro: ele atestou que Cornélio e os que estavam ouvindo a pregação
receberam o revestimento de poder “Porque os ouviram falar línguas...” (At
10.46; 11.15-17).
Línguas como sinal do batismo com o
Espírito Santo. Assim, não é nenhum absurdo, crermos que aconteceu o mesmo em
Samaria, quando os apóstolos impuseram as mãos sobre os convertidos pela
pregação de Felipe. O texto diz: “e receberam o Espírito Santo”. Como sabiam
que receberam? Simão viu alguma coisa diferente para concluir que o Espírito
Santo fora dado (At 8.17-18). Deus, em Sua soberania, reservou esta
manifestação espiritual (“falar em línguas”) para a era inaugurada em Atos 2.
As línguas não cessaram (1Co 13.8-10).
3.2.
Cheios do Espírito Santo.
Há relatos de pessoas que foram cheias do
Espírito Santo antes de Atos 2: Isabel (Lc 1.41); João Batista (Lc 1.15); Jesus
Cristo (Lc 4.1). Após a descida do Espírito Santo, como prometido pelo Senhor,
também encontramos relatos além de Atos 2.4: Pedro (At 4.8); os apóstolos e outros
discípulos (At 4.31); Paulo (At 13.9). Tais relatos devemos despertar para o
fato de que, mesmo após receber o batismo com o Espírito Santo, não devemos
viver acomodados, achando que não há necessidade de perseverar e buscar uma
constante renovação espiritual e unção do Espírito para ocasiões especiais.
A realidade de sermos nascidos de novo, sermos
templo do Espírito santo e termos batizados com o Espírito Santo não no0s
isenta de atentarmos à exortação de Efésios 5.18. Há muitos que perderam o
entusiasmo e o fervor nas práticas espirituais, acostumando-se com uma vida
estagnada, sem crescimento. Por isso, é importante mantermos em dia o
devocional (oração e leitura bíblica diariamente em nosso lar). O Espírito
Santo renova aquele que crê, se interessa e busca: “Enchei-vos do Espírito” (Ef
5.18).
3.3.
Outros esclarecimentos.
Em Jd 18-19 há uma advertência: “no último
tempo, haveria escarnecedores...não têm o Espírito”. Será que vivemos neste
tempo? Muitos fazem piada sobre “língua estranha” e falam de maneira jocosa. Há
aqueles que ressaltam as falhas das pessoas batizadas com o Espírito Santo para
dizer que não é tão necessário ser revestido de poder. Não permita que os erros
dos outros lhe impeçam de desfrutar de todas as bênçãos que o Senhor Deus tem
reservado para os Seus.
Sempre existirão pessoas que, em
pleno avivamento, ainda assim, serão influenciadas pelo inimigo (At 5.3).
Porém, isto não invalida a ação e eficácia do poder do Espírito Santo. Outros
dizem: “Tenho buscado, porém não recebo”. Lembremo-nos da parábola acerca da
viúva que insistiu com o juiz (Lc 18.1-8). Não desfaleça. Continue pedindo,
buscando e batendo, em oração (Lc 11.9-13). E, de repente, virá do céu e serás
batizado com o Espírito Santo. Vale a pena destacar que, no início do século
XX, era comum entre as igrejas pentecostais nos Estados Unidos e na Europa os “cultos
de espera” com o propósito de buscar o revestimento de poder.
Conclusão.
É tempo de voltarmos a enfatizar, ensinar e
orar sobre o batismo com o Espírito Santo. Diante da frieza e indiferença
espiritual dos últimos tempos, a igreja do século XXI necessita mais desse
revestimento de poder: “Aviva, o Senhor, a tua obra” (Hc 3.2).
Questionário.
1. Quando Paulo perguntou aos discípulos de
Éfeso se já haviam recebido o Espírito Santo, o que eles responderam?
R: Que nem sabiam que existia o
Espírito Santo (At 19.1-2).
2. Cite um texto que registra os discípulos
recebendo a promessa.
R: Atos 1.14.
3. Além de Atos 2, quais as outras duas
ocasiões nas quais Lucas registra o “falar línguas”?
R: Atos 10.46 e 19.6.
4. Cite uma pessoa que foi cheia do Espírito
Santo antes de Atos 2.
R: Isabel (Lc 1.41).
5. Qual é a advertência de Judas 18-19?
R: Que “no último tempo, haveria
escarnecedores”, pessoas que “...não têm o Espírito” (Jd 18-19).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Doutrinas Fundamentais da Igreja de Cristo. O legado
da reforma Protestante e a importância de perseverar no ensino dos apóstolos,
Adultos, edição do professor, 4º trimestre de 2017, ano 27, Nº 105, publicação
trimestral, ISSN 2448-184X.
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