Lição 12 A
EDUCAÇÃO SECULAR EM TEMPOS TRABALHOSOS
17/12/2017
Texto do
dia.
(Hb 13.8)
"Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e
eternamente."
Síntese.
Os milagres são eventos naturais para Deus, mas
sobrenaturais para os homens.
Agenda de
leitura
Segunda - Pv 9.9
Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio
Terça - Cl 1.9,10
Sabedoria e inteligência espiritual
Quarta - Jo 1.1
Cristo, o Verbo e a sabedoria de Deus
Quinta - Dn 1.17-20
Daniel, jovem sábio e inteligente
Sexta - Jd 3
Batalhando pela fé
Sábado - 2 Tm 3.16
Escritura inspirada para ensinar
Objetivos
Conhecer as características da
educação em tempos pós-modernos;
Refletir a respeito da
contribuição do cristianismo para a história da educação e da ciência;
Falar sobre o relacionamento
do cristão com a escola e a universidade.
Interação
Caro(a) professor(a), a presente aula é
propícia para refletir com seus alunos acerca dos dilemas e conflitos que eles
enfrentam no ambiente educacional, tanto escolas quanto universidades. Nesta
lição, deixe claro que, embora pesquisas indiquem um elevado índice de cristãos
que se afastam da igreja após ingressarem em cursos de nível superior (pelo
menos 60%), as faculdades não são responsáveis diretas pelo desvio espiritual
dos crentes. Na verdade, tal índice também é elevado entre aqueles que não
ingressam na universidade. A juventude é uma fase de mudanças e de aquisição de
maior liberdade. Assim, aqueles que não possuem um compromisso profundo com
Cristo e não sabem como manter a fé diante dos questionamentos tão comuns no
ambiente acadêmico, normalmente hostil à
religião, acabam se afastando de Deus e da igreja. Nesse estudo, enfatize a
importância da educação secular, mas também a importância do discípulo de Jesus
capacitar-se bíblica e apologeticamente para enfrentar os ataques que surgirão.
Orientação
Pedagógica
Professor(a), considerando o ambiente
desafiador das escolas e universidades da atualidade, nesta aula, instigue seus
alunos a se aprofundarem em apologética cristã. Por meio dela, o crente poderá
apresentar as razões da esperança cristã (1 Pe 3.15). Explique que "a
palavra apologética deriva do termo grego apologia, um termo relativo à defesa
de alguém no tribunal, um discurso de justificação (At 22.1; 26.1). Sempre que,
como cristãos, somos confrontados a apresentar os fundamentos da nossa fé e
desafiados a argumentar sobre a existência de Deus, sobre a divindade de Cristo
ou ainda acerca da veracidade das Sagradas Escrituras, por exemplo, precisamos
apresentar respostas satisfatórias em defesa do cristianismo" (O Cristão e
a Universidade, CPAD, p. 183).
Texto
bíblico
2 Timóteo 3.1-7
1 Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos;
2 porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos,
3 sem afeto natural, irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 tendo aparência de piedade, mas negando a
eficácia dela. Destes afasta-te.
6 Porque deste número são os que se introduzem
pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de
várias concupiscências,
7 que aprendem sempre e nunca podem chegar ao
conhecimento da verdade.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No final do século XX o mundo passou por
profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas, dando início à pós-modernidade.
Acompanhando o espírito desta época, a filosofia educacional das escolas e
faculdades de hoje é marcada pelo relativismo, pelo naturalismo ateísta e pela
doutrinação ideológica, representando, assim, enorme desafio aos estudantes
cristãos.
O intuito desta lição é demonstrar que a Bíblia
não aprova o anti-intelectualismo e a aversão ao estudo sistematizado. Ao mesmo
tempo, veremos a necessidade de preparo bíblico e apologético do jovem cristão,
para confrontar os ataques proferidos pelos inimigos da cruz.
I -
EDUCAÇÃO EM TEMPOS PÓS-MODERNOS
1. Relativismo. A filosofia educacional
que dita grande parte do ensino nas salas de aula de hoje fundamenta-se no
relativismo, o qual nega a existência da verdade objetiva e afirma que cada
pessoa pode construir a sua própria verdade. Nessa concepção, a sua verdade é a
sua verdade, e a minha verdade é a minha verdade; e as crenças são, em última
análise, questão de contexto social, gostos e interesses pessoais. "O que
é certo para nós talvez não o seja para você" e "o que está errado em
nosso contexto talvez seja aceitável ou até mesmo preferível no seu",
dizem os relativistas. Ao descontruir valores e princípios imutáveis, o
relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os referenciais
éticos para a sociedade e consequentemente, os que se submetem a esse tipo de
educação aprendem sempre, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade (2 Tm
3.7).
Isso não é perigoso somente para a fé cristã -
que têm na existência da verdade objetiva um de seus fundamentos - mas é
perigoso para a sociedade em geral. Ao desconstruir valores e princípios
imutáveis, o relativismo pedagógico promove inversão de valores e acaba com os
referenciais éticos para a sociedade.
2. Naturalismo ateísta. Apesar de ser fruto
da modernidade, período que depositou a confiança no método científico, o
naturalismo ateísta predomina ainda hoje nas escolas e universidades. Ao
desconsiderar antecipadamente a existência de Deus como algo possível (Rm
1.21), tal pensamento defende que o universo, a vida e o ser humano são
resultantes de fatores aleatórios e acidentais, destituídos de qualquer
sentido, propósito e valor intrínseco.
Esse tipo de pensamento que dita hoje as aulas
da grande maioria das universidades seculares, a partir da premissa que o
avanço científico fez desaparecer a necessidade de um Criador para explicar a
origem do universo e da espécie humana. Essa é a razão pela qual hoje boa parte
dos estudantes universitários são convidados a deixarem suas "crenças
religiosas ultrapassadas" longe das salas de aulas, pois esse espaço,
segundo dizem, é destinado à produção imparcial de conhecimento segundo
evidências cientificas (e não baseado na fé). Essa filosofia está presente não
somente nas ciências naturais, mas em todas as áreas da produção acadêmica,
incluindo-se aí as ciências exatas, biológicas, humanas e sociais.
3. Doutrinação ideológica. De muitas maneiras, o
ensino contemporâneo está impregnado de ideologias partidárias, antirreligiosas
e até mesmo imorais. Educadores tendenciosos, em vez de ensinarem tão somente o
conteúdo de suas disciplinas, buscam realizar verdadeira doutrinação ideológica
dos alunos, enredando-os com filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8). Em outros
casos, o próprio poder público tenta induzir os alunos a assimilarem noções
distorcidas sobre ética, sexualidade e religião em sintonia com as ideias
daqueles que ocupam o poder, mediante programas e adoção de material literário
que sirvam aos seus interesses.
Pense
"Os homens se tornaram cientistas porque
esperavam haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador" (C.
S. Lewis).
Ponto
Importante
A filosofia educacional que dita grande parte
do ensino nas salas de aula de hoje fundamenta-se no relativismo, o qual nega a
existência da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua
própria verdade.
II - A
CONTRIBUIÇÃO DO CRISTIANISMO PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA CIÊNCIA
1. O valor da educação. Somente a fé cristã
fornece adequadamente o pressuposto que fundamenta a necessidade da educação. A
doutrina da depravação humana (Rm 3.23) explica a natureza do homem e ao mesmo
tempo exige um processo pedagógico de constante instrução acerca da Lei de
Deus. Nessa perspectiva, a educação não é um fim e si mesmo. Ela serve para nos
proporcionar conhecimento e desenvolver habilidades e atitudes que honrem o
propósito de Deus para o ser humano. Certo teólogo inglês captou essa verdade
ao dizer que "o conhecimento deve, em primeiro lugar, nos conduzir à
adoração a Deus, a quem nos submetemos com plena admiração" (Rm 11.33).
2. O surgimento das universidades. Em decorrência disso, a
história da educação e do surgimento das primeiras universidades no Ocidente
(Paris, Bolonha, Oxford, Cambridge) está intimamente ligada ao cristianismo. A
própria palavra "universidade" foi concebida com a ideia de encontrar
unidade na diversidade. Com base nas Escrituras, acreditava-se numa verdade
fundamental, que interligava todas as áreas do pensamento humano. Como o Deus
cristão é único, a fonte de todas as verdades, o currículo era unificado pois
esperava-se que toda disciplina lançasse luz sobre as demais e com elas se
harmonizasse.
3. Fé cristã e a ciência. Igualmente, não há como
falar em ciência sem mencionar a contribuição cristã. O pensamento de que o
universo obedece a um conjunto de leis fixas e que o papel do cientista é
basicamente desvendar tais leis, surge da concepção cristã. Nesse sentido, C.
S. Lewis escreveu: "Os homens se tornaram cientistas porque esperavam
haver leis na natureza, porque acreditavam num legislador". Isso explica
porque proeminentes cientistas do passado acreditavam em Deus, homens como
Galileu, Kepler, Pascal, Boyle, Newton, Faraday, Babbage e Mendel. A boa
ciência, portanto, não refuta a existência do Criador! Ela revela as maravilhas
da criação de Deus (Rm 1.19,20).
Pense
"A Educação Cristã, tendo como base o
Evangelho de Cristo, transforma radicalmente o ser humano, tornando-o útil a
Deus, à sociedade e a si mesmo"
(Claudionor de Andrade).
Ponto
Importante
O pensamento de que o universo obedece a um
conjunto de leis fixas e que o papel do cientista é basicamente desvendar tais
leis, surge da concepção cristã.
SUBSÍDIO1
"Seja qual for o motivo que enseje o
abandono da fé cristã, a universidade não é culpada pelo desvio espiritual das
pessoas. Muito embora os números apresentados nas pesquisas possam levar
apressadamente a esta conclusão, precisamos ter o máximo de cautela antes de
concluir que a academia não é lugar para cristão, pois - para além de outros
fatores - a grande maioria dos estudos não traça um paralelo com o abandono da
fé daqueles que não chegaram a ir para a universidade.
Em análise interessante sobre o tema, Frank
Turek concluiu que o abandono da fé também é elevado entre os que não vão para
a faculdade. Turek observou que após o término do ensino médio é comum que
jovens cristãos pretendam dar uma pausa em seu relacionamento com a igreja, e
isso acontece tanto em relação aos católicos quanto aos evangélicos, em virtude
- diz ele - do ´cristianismo fácil e de entretenimento tão pregado atualmente,
o qual não incentiva as pessoas a desenvolverem uma vida cristã focada na
verdade, mas sim na emoção"(NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a
Universidade. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 26).
SUBSÍDIO2
"O professor comprometido com a orientação
bíblica para a vida e o ministério assume obrigação perpétua com a integridade
da verdade. Deus, como fonte suprema de toda a verdade, dotou o Universo de
insinuações dessa verdade, e a operação da graça comum permite que homens
falíveis e até não convertidos divulguem elementos dessa verdade. Por essa
razão, os cristãos não devem arbitrariamente descartar a possibilidade de
conclusões válidas que emergem de estudos empíricos do comportamento humano. O
crente também compreende que a verdade é declarada mais explicitamente nas
Escrituras; a coerência exige que a verdade da revelação geral seja conformada
com a fornecida pela revelação especial.
Ao procurar integrar a verdade precisamos
evitar duas tendências igualmente perigosas. A primeira é assumir 'nada mais
que' a Escritura como guia para formar abordagem coerente para o educando. A
Bíblia fala frequente e fortemente sobre o papel constrangedor do ensino para
levar as pessoas à fé e maturidade espiritual, mas em grande parte é silenciosa
a respeito de métodos eficazes. O perigo oposto acha-se na aceitação
inquestionável dos achados científicos sem examiná-los à luz da verdade
bíblica" (GANGEL, K.; HENDRICKS, H. G. (Eds.) Manual de Ensino para o
Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro
ensino cristão. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 107).
ESTANTE
DO PROFESSOR
NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade:
Um guia para a defesa e o anúncio da cosmovisão cristã no ambiente
universitário. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
CONCLUSÃO
Não há, afinal, incompatibilidade entre fé
cristã e intelectualidade. Assim como Daniel e seus amigos, os crentes podem
sobressair no meio estudantil, inclusive no ambiente universitário, visto que
somente a Palavra de Deus fornece as bases adequadas para a plena formação do
ser humano.
Hora da revisão.
De acordo com a lição, o que é relativismo?
Pensamento que nega a existência
da verdade objetiva e afirma que cada pessoa pode construir a sua própria
verdade.
O que o naturalismo ateísta defende?
Tal pensamento defende que o
universo, a vida e o ser humano são resultantes de fatores aleatórios e acidentais,
destituídos de qualquer sentido, propósito e valor intrínseco.
Segundo a lição, para que serve a educação?
Ela serve para nos proporcionar conhecimento e
desenvolver habilidades e atitudes que honrem o propósito de Deus para o ser
humano.
As primeiras universidades estão ligadas ao
cristianismo?
Sim. A história da educação e do
surgimento das primeiras universidades no Ocidente (Paris, Bolonha, Oxford,
Cambridge) está intimamente ligada ao cristianismo.
Segundo a lição o que significa a palavra
"universidade"?
A palavra
"universidade" foi concebida com a ideia de encontrar unidade na
diversidade.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, Seguidores de Cristo – Testemunhando numa Sociedade
em Ruinas, Comentarista Valmir Nascimento,
4º trimestre 2017.
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