Lição 5 OS
PRIMEIROS DISCÍPULOS
04/02/2018
Texto do
dia
(Mt 4.19)
"E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos
farei pescadores de homens."
Síntese
O chamado de Jesus e a afirmação de que a seara
é grande e os ceifeiros são poucos continuam atuais.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Mt 4.20,22
Chamados, os discípulos obedeceram
TERÇA - Mt 4.24
A fama de Jesus correu por toda a Síria
QUARTA -
Mt 22,15,16
João Batista e os fariseus também tinham
discípulos
QUINTA - Jo 13.35
O amor identifica o discípulo de Jesus
SEXTA - Mt 5.13
Os discípulos são o sal da terra
SÁBADO - Lc 6.40
"O discípulo não é superior a seu
mestre"
Objetivos
MOSTRAR como se deu o chamado
dos primeiros discípulos;
APRESENTAR o discipulado como
estratégia de crescimento;
DISCUTIR a eficácia do ensino do
Mestre.
Interação
Professor(a), você conhece a origem da palavra
método? Sabe definir tal vocábulo? A palavra método é de origem grega, methodos
e significa caminho ou via que se utiliza para chegar a determinado fim. Para
melhor compreensão, método é o caminho a ser seguido para alcançar os objetivos
propostos de uma aula. Assim sendo, primeiro o professor(a) precisa definir o
objetivo a ser alcançado.
Na sua revista, os objetivos já foram
estabelecidos pelo autor da lição, mas para que você alcance melhores
resultados é necessário adaptá-los com sua realidade. É importante que você
também diversifique a metodologia a cada aula.
Orientação
Pedagógica
Para a aula de hoje, sugerimos que você
providencie cópias do esquema abaixo e canetas. Reserve pelo menos uns 15
minutos da aula para a atividade. Solicite que os alunos formem grupos, e em
seguida distribua as cópias das folhas para os grupos e as canetas. Em grupo os
alunos vão preencher o quadro apresentando sugestões de como implantar ações de
discipulado para os jovens da comunidade. Eles devem apontar também as
possíveis dificuldades e como solucioná-las.
Texto
bíblico
Mateus 4.18-25
18 E Jesus, andando junto ao mar da Galileia,
viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao
mar, porque eram pescadores.
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens.
20 Então, eles, deixando logo as redes,
seguiram-no.
21 E, adiantando-se dali, viu outros dois
irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu
pai, consertando as redes; e chamou-os.
22 Eles, deixando imediatamente o barco e seu
pai, seguiram-no.
23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando
nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as
enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a sua fama correu por toda a Síria; e
traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e
tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia,
de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e dalém do Jordão.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ninguém pode fazer a obra de Deus sozinho, por
isso Jesus, o Filho de Deus, chamou alguns discípulos para estar mais próximos
e ajudarem em seu ministério. O Mestre investiu tempo para preparar estes
primeiros discípulos, a fim de que eles dessem continuidade à sua missão depois
da sua partida.
Jesus comissionou os primeiros discípulos e
começou o seu ministério de evangelização na região da Galileia, logo que soube
que João estava preso. O início da pregação na região da Galileia e a
preparação dos discípulos foram fundamentais para a expansão do Evangelho.
I -
CHAMADOS PARA SEREM PESCADORES DE HOMENS
1. O discípulo recebia formação aos
pés do seu mestre.
A escolha do discípulo era de grande responsabilidade, pois ele seria o
sucessor do mestre para discipular as futuras gerações. No judaísmo, o
discípulo era alguém formado aos pés de um rabi, o mestre religioso, portanto
era algo honroso, mas acompanhado de grande responsabilidade. João Batista e os
fariseus também tinham grupos de discípulos (Mt 22,15,16; Mc 2.18).
Para ser convocado pelo mestre, o discípulo
deveria apresentar algumas qualificações, como por exemplo, ter memorizado a
Torá, além de possuir potencial para se tornar um mestre no futuro. Ele também
precisava ser próximo de seu mestre, pois a partir da escolha deveriam ter uma
vida em comum por um longo período. A princípio pode parecer que Jesus não teve
o devido cuidado na escolha dos primeiros discípulos. O texto descreve a
escolha a partir de um encontro casual e repentino, durante uma caminhada junto
ao mar. Por isso, a necessidade de analisar esta narrativa de Mateus em
conjunto com os demais Evangelhos, pois as informações se complementam. Cada um
dos evangelistas teve o seu objetivo na hora de escrever os Evangelhos, com
destinatários específicos e informações que seguiam também as necessidades
específicas.
2. A escolha dos discípulos. Quando o chamado dos
primeiros discípulos é analisado em conjunto com outros Evangelhos é possível
perceber que Jesus os conhecia antes de chamá-los e os preparou depois da
chamada. Diferente do que aparenta a leitura isolada de Mateus, João nos dá
mais detalhes a este respeito (Jo 1.35-56). André, o primeiro discípulo a ser
chamado já havia abandonado o negócio de pescaria da família para ser discípulo
de João Batista e deve ter visto Jesus pela primeira vez quando este foi
batizado por João. Quando ouve João dizer que Jesus era o Cordeiro de Deus, ele
segue a Jesus até sua casa e passa o dia com o Mestre. No dia seguinte André
encontra seu irmão Simão e o leva para conhecer Jesus (Jo 1.41,42). No outro
dia Jesus também chama Filipe, que, também traz mais um discípulo, Natanael. Os
novos amigos e discípulos de Jesus permanecem juntos durante vários dias (Jo
2.12).
O lugar onde ocorreu o chamado dos primeiros
discípulos é motivo de controvérsia entre alguns estudiosos dos Evangelhos.
Pois, a narrativa dos Evangelhos pode dar impressões diferentes. Segundo João
parece que eles foram chamados na Judeia, onde João pregava. Mas de acordo com
Mateus o local definido é a Galileia. Os comentaristas geralmente falam de duas
chamadas, a primeira na Judeia e a segunda e definitiva, pouco depois, na
Galileia quando Jesus iniciou o seu ministério, após saber da prisão de João
Batista.
3. Ser discípulo exige fazer algumas
renúncias.
O que caracteriza um verdadeiro discípulo de Jesus? É a sua disposição para
segui-lo, independente das circunstâncias. A chamada dos discípulos e a
resposta imediata deles mostram como se dá a verdadeira conversão. O chamado de
Jesus falou mais forte do que os projetos pessoais e familiares daquele grupo
de homens.
Mateus mostra que os discípulos abandonaram
suas profissões para seguir a Jesus, porém eles não abandonaram seus familiares
por completo (Mt 8.14,15; 20.20). Mas, uma coisa é certa, todas as pessoas que
se propõe a seguir Jesus terão que fazer algum tipo de renúncia e mudar o
estilo de vida.
Pense
Os discípulos de Jesus tiveram que fazer algum
tipo de renúncia para seguir a Jesus. Jovem, o que você tem renunciado por
Cristo?
Ponto
Importante
O chamado para o exercício do ministério é para
pessoas ocupadas e que estejam dispostas a seguir Jesus, independente das
circunstâncias.
O chamado de Jesus falou mais forte do que os
projetos pessoais e familiares daquele grupo de homens.
II - O
DISCIPULADO COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
1. O início do ministério de Jesus e
a preparação dos discípulos. Jesus deu início ao seu ministério terreno assim que soube
da morte de João. Ele retorna para a Galileia, mas não se estabelece em sua
cidade natal, Nazaré, onde foi rejeitado (Lc 4.29). Jesus se muda para
Cafarnaum, uma cidade marítima na região de Zebulom e Naftali. Mateus faz
questão de enfatizar que Ele não fez isso por acaso, mas para que se cumprissem
as Escrituras. Por isso, ele cita Isaías 9.1,2. Uma predição de que os
habitantes de Zebulom e Naftali, que estavam em trevas, veriam uma grande luz.
Mateus relê o texto de Isaías, apresentando Jesus como essa grande luz que
traria a salvação para esse povo. A chamada Galileia dos gentios estava em
trevas, distante de Deus e era um campo fértil para conversões.
Jesus não foi para os grandes centros da Judeia
e nem comissionou os principais rabinos e mestres de Jerusalém para iniciar o
seu ministério. Ele escolhe discípulos da própria região, sem qualificações de
liderança. Mas investiu na preparação deles.
A comitiva de Jesus saiu por toda a Galileia
pregando, ensinando e realizando diversos milagres. Assim, os discípulos vão
sendo preparados "aos pés de Jesus".
2. A difusão das Boas Novas pelos
discípulos.
A estratégia de Jesus deu grande resultado, pois as pessoas que se convertiam
se transformavam em novos discípulos para anunciar as Boas Novas. Jesus, como
homem, não poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo, mas poderia ser
representado pelos discípulos.
O envolvimento daqueles que eram alcançados
pela mensagem das Boas Novas era tão grande que Mateus registra que as pessoas
da região da Galileia, da Judeia, de Jerusalém, dalém do Jordão, inclusive de
Decápolis e da Síria, foram alcançadas pelo Evangelho. A mensagem de salvação
ultrapassou as fronteiras. E isso se deve ao envolvimento e testemunho dos
novos convertidos.
Os discípulos foram aprendizes e testemunhas
dos milagres de Jesus, foram propagadores de sua mensagem e instrumentos de
Deus para cura dos enfermos. A expansão do Reino de Deus se deu com pessoas
simples, porém testemunhas do poder de Deus na vida de Jesus. Eles propagavam
com eficácia a mensagem e os feitos de Jesus nas ruas, casas e comércio, de tal
forma que milhares de pessoas se convertiam e a cada dia aumentava o grupo de
discípulos.
3. A estratégia de discipulado de
Jesus continua atualizada. Ainda hoje, algumas pessoas pensam que a responsabilidade
pela propagação do evangelho é somente dos líderes e pregadores. Muitos estão
acomodados com a rotina de atividades dentro dos templos. A evangelização
deixou de ser prioridade para alguns.
Jesus disse que veio para os doentes e não para
os sãos. A Igreja deve atuar como um hospital, um local para acolher os
enfermos, mas para isso, precisa de pessoas capacitadas e preparadas para
receber e tratá-los adequadamente.
A conversão é uma obra espiritual realizada
pelo Espírito Santo, mas fazer discípulos é responsabilidade de cada cristão.
Essa era a estratégia de Jesus. As pessoas que ouviam e testemunhavam do poder
de Deus eram estimuladas a propagar as Boas-Novas em todos os lugares, de forma
simples e objetiva. Com isso as conversões cresciam a cada dia por meio do
discipulado. A tarefa da Igreja somente estará completa quando o novo crente
for integrado à vida da Igreja e for capacitado para fazer novos discípulos (2
Tm 2.2).
Pense
Considerando que o discipulado é
responsabilidade de cada cristão, jovem, qual tem sido a sua contribuição?
Ponto
Importante
Desde o início da Igreja o discipulado tem sido
a melhor estratégia de crescimento, pois desenvolve tanto o discipulando como o
discipulador.
III - A
EFICÁCIA DO ENSINO DO MESTRE (Mt 7.24-29)
1. A didática do Mestre. A eficácia do ensino
de Jesus era surpreendente, pois Ele conseguia falar para um público grande e
diversificado e mantê-los atentos por horas. Ele fez uso de várias ilustrações
em seus sermões, pois elas conduziam os seus ouvintes a imaginarem a cena
citada de tal forma que os discípulos se sentiam participantes ativos.
2. Histórias utilizadas pelo Mestre. Ao longo do Sermão do
Monte, Jesus se utiliza da parábola dos dois alicerces para ressaltar a
diferença entre aqueles que ouvem a sua palavra e a pratica; e os que somente a
ouvem. Jesus mostra que a primeira casa foi muito bem construída, pois o seu
construtor a estabeleceu sobre um fundamento seguro, a rocha. Jesus compara o
construtor prudente à pessoa que ouve os seus ensinos e os coloca em prática. O
Mestre ensina que a nossa vida (nossa casa) é construída mediante as nossas
escolhas e que estas vão interferir em nosso futuro. Na segunda casa, o
construtor utiliza a areia como fundamento e tal ilustração chama a atenção
para as práticas dos escribas, fariseus e os líderes religiosos que viviam uma
espiritualidade superficial e hipócrita. Jesus mostra que a primeira casa se
manterá de pé, mesmo diante das intempéries da vida, mas a segunda será
destruída. Sobre qual fundamento você tem construído sua casa?
3. O ensino de Jesus era único e
causava admiração (Mt 7.28,29). Apesar de tudo que já foi escrito a respeito do Mestre, o
estudo de sua vida e obra continua edificando, exortando, consolando seus
discípulos e lhes causando admiração. Por isso, não é de se estranhar o
entusiasmo das multidões ao ouvir seus sermões (v.28).
Os métodos utilizados por Jesus em seu ensino
não eram novos; a grande maioria era conhecida, principalmente pelos mestres
judeus. No entanto, a maestria com que Ele os utilizava fazia uma grande
diferença no aprendizado dos seus ouvintes e os deixavam maravilhados. Porém,
isso não era o que mais impressionava e causava admiração nos seus discípulos e
naqueles que o ouviam. O que chamava a atenção do povo era a coerência entre o
que Jesus ensinava e o seu modo de vida. Enquanto os escribas, fariseus e
demais líderes viviam de aparência e falsas ostentações, o discurso de Jesus
era coerente com sua prática. Os anos passam, mas seus ensinos continuam
admiráveis, inigualáveis e capazes de transformar o mais vil pecador em filho
de Deus, tornando-o "um pescador de homens" (Mt 4.19).
Pense
Jovem, sobre qual dos fundamentos citados por
Jesus, rocha ou areia, você está construindo sua casa?
Ponto
Importante
Jesus, com a sua metodologia de ensino e com a
sua autoridade, fazia com que multidões o ouvissem voluntariamente por horas.
A tarefa da Igreja somente estará completa
quando o novo crente for integrado à vida da Igreja e for capacitado para fazer
novos discípulos.
SUBSÍDIO
"Discípulo era um termo comum no século I
para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso,
filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado
para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista
e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses
discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo
sistema de educação judaica - os que já tinham memorizado as Escrituras
hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos
dos rabis sobre a Lei e os profetas a fim de que pudesse ensinar isso a outros.
Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para
ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo
com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos
como aqueles que 'ficavam cobertos pela poeira do rabi', porque, literalmente,
seguiam de muito perto seus mestres" (Guia Cristão de Leitura da Bíblia.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 69).
ESTANTE
DO PROFESSOR
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que Jesus escolheu os
discípulos e investiu tempo para capacitá-los a fim de que se tornassem
discipuladores. Isso exigiu deles renúncias pessoais, profissionais e até mesmo
familiares. Aprendemos também que o
modelo de discipulado de Jesus continua atual e eficiente para o crescimento da
Igreja na atualidade.
Hora da revisão
Segundo a lição, qual foi o local do chamado
dos discípulos?
De acordo com Mateus o local
definido é a Galileia.
O que caracteriza um verdadeiro discípulo de
Jesus?
É a sua disposição para segui-lo,
independente das circunstâncias.
De acordo com a lição, quando Jesus iniciou o
seu ministério terreno?
Jesus deu início ao seu
ministério terreno assim que soube da morte de João.
A estratégia de discipulado de Jesus continua
atualizada?
Sim. Ainda hoje, temos a
responsabilidade de fazer discípulos.
De quem é a responsabilidade de fazer
discípulos?
De todos os crentes.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, Seu Reino não Terá Fim – Vida e obra de Jesus
segundo o Evangelho de Mateus,
Comentarista Natalino das Neves, 1º trimestre 2018.
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