Lição 4 A
TENTAÇÃO DE JESUS
28/01/2018
Texto do
dia
(Mt 4.11)
"Então, o diabo o deixou; e, eis que
chegaram os
anjos e o serviram."
Síntese
A narrativa da tentação de Jesus enaltece a
importância do conhecimento e do uso da Palavra de Deus contra os ataques do
Inimigo.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Êx 16.3-8
Os hebreus tentaram a Deus no deserto com suas
murmurações
TERÇA - Dt 8.3
Jesus rebate a primeira tentação do Diabo
QUARTA - Sl 91
Deus promete proteger o justo
QUINTA - Dt 6.16
Jesus rebate a segunda tentação do Diabo
SEXTA - Sl 24.1
Do Senhor é a terra
SÁBADO - Mt 4.10
Jesus rebate a terceira tentação do Diabo
Objetivos
MOSTRAR a tentação dos hebreus no deserto;
EXPLICAR a tentação do uso do Templo para exploração;
CONSCIENTIZAR a respeito dos perigos
do uso indevido do poder.
Interação
É importante que você faça, a cada aula, um
planejamento. Todo planejamento deve ter os objetivos específicos e para que
eles sejam elaborados é preciso que o professor conheça bem as características
específicas de seus alunos.
O planejamento também deve ter três componentes
essenciais do processo ensino-aprendizagem: o método, os recursos didáticos, a
avaliação e o tempo que será utilizado para cada atividade. Caso você não saiba
como elaborar um plano de aula, procure fazer uma pesquisa na internet a
respeito desse tema ou consulte algumas obras a respeito de didática. Você vai
encontrar um vasto material e diferentes modelos de plano de aula que vão
auxiliá-lo.
Orientação
Pedagógica
Professor(a), sugerimos que para a aula de hoje
você separe três grupos. Cada grupo ficará responsável em ler, estudar e
apresentar um dos tópicos da lição. Escolha em cada grupo um líder para
conduzir as conversas. Cada grupo terá o
tempo estimado de 1o minutos para discutir o tópico e dez minutos para
apresentá-lo para a turma. Você deverá ser o moderador da turma e fazer as
considerações finais. O tempo sugerido/estimado serve apenas como referência,
você deverá adaptar de acordo com o tempo disponibilizado pela sua
superintendência de Escola Dominical e o número de alunos.
Texto
bíblico
Mateus 4.1-11
1 Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao
deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta
noites, depois teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu
és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito:
Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e
colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus,
lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu
respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não
tentarás o Senhor, teu Deus.
8 Novamente, o transportou o diabo a um monte
muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 E disse-lhe: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares.
10 Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás,
porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram
os anjos e o serviram.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As pessoas tendem a acreditar que a tentação de
Jesus foi apenas momentânea. No entanto, Ele foi tentado pelo Diabo durante
toda a sua vida terrena.
Segundo o Evangelho de Mateus, a primeira
tentação de Jesus está relacionada com as necessidades de sustento material e
tem conexão com o povo hebreu na travessia do deserto. A última está
relacionada à idolatria. Tal tentação nos mostra o risco que corremos ao dar
lugar ao impulso de se desfrutar das glórias do mundo, em detrimento da
adoração a Deus. Precisamos estar atentos.
I - A
TENTAÇÃO DOS HEBREUS NO DESERTO
1. A relação de Mateus 4.1-4 com a
caminhada dos israelitas no deserto. Existe uma relação direta entre a narrativa de
Mateus 4.1-11 e a narrativa da travessia dos hebreus pelo deserto, em especial
nos capítulos 6, 7 e 8 de Deuteronômio.
O texto de Mateus 4.1-11 está diretamente
relacionado ao livro de Deuteronômio, que narra a história dos hebreus enquanto
caminhavam no deserto rumo à Terra Prometida. A única exceção é o Salmo
91.11,12. Conhecer as Escrituras foi fundamental para as respostas de Jesus ao
Adversário. Ele reage cada tentação citando a Palavra de Deus e extraindo o
princípio de cada passagem mencionada. É recomendado estudar a tentação de
Jesus em paralelo com os textos de Deuteronômio.
2. A tentação de Israel no deserto
durou 40 anos.
A tentação de Jesus se assemelha ao Haggadah, um dos mais importantes textos da
tradição judaica. No início da Páscoa, judeus de todos os cantos da Terra se
reúnem para lê-lo ao redor da mesa. Ele contém a narrativa do êxodo do Egito.
Uma celebração da passagem dos israelitas da escravidão para a liberdade,
passando pelo deserto.
Os hebreus saíram da escravidão do Egito, onde
abundava a injustiça, com a incumbência de criar uma sociedade justa na terra
que o Senhor os mandaria. Eles tiveram, necessariamente, de passar pelo deserto
e permanecer nele por 40 anos, porém muitos dentre o povo, diante das condições
adversas do deserto, colocaram em dúvida a proteção e o cuidado de Deus,
tentando-o por diversas vezes (Êx 16.3-8). Por isso, a maioria das pessoas que
saíram do Egito não entrou na Terra Prometida. Aprendemos que o deserto é lugar
de fome (Mt 4.2-4), porém também é lugar de provisão, aliança, purificação e
encontro com Deus (Êx 19.1-19; Os 2.14).
3. A tentação de Jesus no deserto por
40 dias.
Os quarenta dias de jejum de Jesus recordam os quarenta anos de Israel no
deserto. O jejum por 40 dias não era uma inovação, pois Moisés (Êx 24.18) e
Elias (1Rs 19.8) também jejuaram este mesmo tempo. O número 40 é utilizado
várias vezes na Bíblia (Gn 7,4,12; Êx 24.18; Dt 9. 9) e quando se refere a dias
ou anos pode significar um período necessário e suficiente para determinada
ação.
Jesus foi desafiado, como Filho de Deus, a
fazer uso de seus atributos divinos para satisfazer suas necessidades humanas,
mas Ele rebate a tentação utilizando a Palavra de Deus. Enquanto o povo hebreu
murmura contra Deus por causa da fome, Jesus segue submisso a Deus a fim de
cumprir sua missão.
Pense
O povo hebreu e Jesus responderam de forma
diferente diante das tentações no deserto. E você, como se comporta quando
passa pelo deserto, pelas provações?
Ponto
Importante
Conhecer as Escrituras foi fundamental para as
respostas de Jesus ao Inimigo. A Palavra de Deus é uma arma eficiente contra as
tentações.
II - A
TENTAÇÃO DO USO DO TEMPLO PARA EXPLORAÇÃO
1. A tentação de mercantilizar a
religião (Mt 4.5,6).
O local da segunda tentação é o lugar mais alto do Templo. O pináculo demonstra
a responsabilidade de estar no ponto mais alto do poder religioso, e quem
assume tal "poder" precisa ter muito cuidado, pois também será
tentado pelo Diabo para usá-lo mal. O Inimigo cita o Salmo 91, em que Deus
promete proteger o justo. No entanto, isso não quer dizer que o cristão será
beneficiado em troca de sua fidelidade. Infelizmente muitos pregam um
relacionamento mercantil com Deus. Jesus descartou esse procedimento afirmando
que os seus discípulos também passariam por aflições (Jo 16.33).
A sociedade atual é consumista, tendo como
principais características o imediatismo, e em resposta a essa sociedade
algumas instituições religiosas oferecem uma teologia consumista. Promessas de
experiências inovadoras, com resultados imediatistas, em maior quantidade e
menor esforço. Em troca, exigem a fidelização dos "consumidores espirituais",
além de sua passividade, cumplicidade e submissão cega. Essa relação de poder
beneficia somente algumas pessoas, que não se interessam pelos fiéis, mas pelo
sistema de poder que monopolizam. Diferente da teologia pregada por Jesus, que
privilegiava a solidariedade, a vida em comunidade, simples e sem excesso de
consumo. A mercantilização da sociedade tem moldado práticas religiosas antibíblicas
e prestado um serviço ao materialismo.
2. A tentação de fazer de Deus um
instrumento de ostentação. Em uma das respostas de Jesus, Ele cita Deuteronômio 6.16:
"Não tentareis o SENHOR, vosso Deus [...]". O texto se refere ao
episódio ocorrido em Massá (Êx 17.1-7), onde os israelitas tentaram a Deus,
exigindo que Ele provasse o seu poder providenciando água para beber.
Infelizmente, muitos ainda acham que podem determinar o que Deus deve fazer.
Muitos falsos profetas usam do autoritarismo em supostas "visões e
revelações", visando à manutenção dos benefícios e interesses próprios.
Eles se apresentam como pessoas com o suposto poder de manipular a ação de Deus
("tentam" a Deus). Estes se apresentam como pessoas de fé, mas na
realidade se comportam como ateus, pois agem como se Deus não existisse para
julgar o seus atos pecaminosos.
3. As distorções que prejudicam o
cristianismo.
A atuação dos falsos profetas que querem mercantilizar a fé cristã e a ideia
errônea de "manipular a Deus", acabam por prejudicar o cristianismo e
a pregação da Palavra de Deus. Jesus curou e libertou muitas pessoas, mas Ele
nunca tirou vantagem ou usou sua posição de profeta para manipular as pessoas
com seus discursos. Mateus 7.28,29 afirma que as multidões se maravilhavam com
o seu ensino e reconheciam sua autoridade como divina, pois não estava baseada
na sua persuasão, mas no exemplo de vida.
Pense
Jesus privilegiava a solidariedade, o amor ao
próximo e uma vida sem excesso de consumo.
Ponto
Importante
Jesus tinha autoridade e nunca usou de suas
qualificações em seu benefício próprio.
III - A
TENTAÇÃO DO USO INDEVIDO DO PODER
1. O poder dos impérios e reinos
deste mundo.
A grande altura do monte e a visualização de todos os reinos dão a sensação de
poder. O ser humano tem a tendência de desejar o poder; a diferença é que
alguns têm equilíbrio, enquanto outros não se importam com os meios para
conquistá-lo.
2. O poder conquistado à custa da
opressão e exploração do povo não provém de Deus. O texto dá a entender que o Diabo
domina os reinos do mundo, pois ele tem a petulância de oferecê-los a Jesus,
como se estivessem em seu poder. Que mundo é esse? Provavelmente, Mateus está
falando do controle da vida política, social, econômica e religiosa. Portanto,
um mundo que necessita da intervenção divina para ser justo.
O Diabo tenta negociar esse poder, mas Jesus
rejeita e o vence. Sua vitória final é na cruz, ou seja, no cumprimento da sua
missão e com o recebimento de um corpo glorificado. O próprio Mateus descreve
que esse Jesus ressurreto recebeu o poder e a autoridade, pois é o Criador de
todas as coisas. Esse poder e autoridade são ilimitados, pois é sobre a Terra e
também sobre o céu (Mt 28.18).
3. O poder idolátrico dos reinos
deste mundo.
Todos aqueles que aguardavam a promessa messiânica tinham sua atenção voltada
para a cidade de Sião. Essa atenção e centralidade estavam relacionadas com o
fato de Sião ser um centro de adoração de todos os povos e um lugar de bênçãos.
Um reino com o poder de prover as necessidades dos povos do mundo, com certeza
receberia as "glórias" desses povos. Tal poder era e é realmente tentador.
Com a tentação de Jesus também podemos aprender que mesmo alguém que pensa no
bem do próximo também pode ser tentado a receber glórias para si. Por isso, a
importância de se estar em sincronia com Deus e sua vontade.
Jesus estava totalmente comprometido em cumprir
a vontade do Pai, mesmo que fosse necessário sofrer dores, perseguição e morrer
na cruz. A cruz de Cristo deve ser o real motivo pelo qual realizamos a obra de
Deus.
Pense
Por que muitas pessoas que iniciam seu
ministério na obra de Deus com amor e lealdade, com o aumento do
"poder" e da fama, acabam por se perderem?
Ponto
Importante
Jesus estava consciente que para cumprir sua
missão e os propósitos de Deus deveria trilhar pacientemente o caminho da cruz
e não o da glória humana.
SUBSÍDIO
"Depois de seu batismo e afirmação por
Deus, Jesus foi levado para o deserto pelo Espírito de Deus, e ali jejuou por
quarenta dias e noites. Há um paralelo direto com Israel, o povo de Deus, no
Antigo Testamento. Depois de eles atravessarem o mar Vermelho (batismo) e
fazerem uma aliança com Deus (afirmação da missão e identidade), os israelitas
passaram quarenta anos no deserto, onde a fé e a obediência a Deus foram
testadas (Dt 8.2). Agora, o verdadeiro Filho de Deus também tinha de
experimentar esse teste, mas, de forma distinta de Israel, Ele teria de confiar
perfeitamente no Pai e obedecer a Ele de forma plena (Hb 4.15).
Mateus e Lucas registram três tentações
específicas que Satanás apresentou a Jesus; ainda assim, nosso Salvador, em
cada caso, resistiu citando versículos de Deuteronômio (8.3;6.16,13). As
tentações de Satanás levaram os primeiros seres humanos a duvidar da Palavra de
Deus, mas Jesus firmou-se na verdade da Palavra. Em cada uma das tentações,
Jesus foi desafiado sobre a compreensão de sua missão e identidade ('Se tu és o
Filho de Deus [...]'). Primeiro, Satanás tenta Jesus para que provesse pão para
si mesmo, mas Jesus responde citando Deuteronômio 8.3. Os israelitas no deserto
murmuraram para ter pão e, só de forma muito relutante, confiaram na Palavra de
Deus para prover o maná que necessitavam" (Guia Cristão de Leitura da
Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 81).
ESTANTE
DO PROFESSOR
PEARLMAN, Myer. Mateus: O evangelho do grande
Rei. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que a fidelidade a Deus
deve preceder a satisfação pessoal e de bens materiais. Aprendemos também que
Deus não pode ser tentado pelo mal e seu nome não deve ser usado em benefício
próprio. Como crentes não devemos buscar a glória para nós, mas glorificar a
Deus.
Precisamos estar sempre vigilantes, pois todos
os cristãos passam pelo modelo das tentações de Jesus e o caminho da vitória
também é o mesmo: conhecer a Palavra de Deus e fazer a vontade divina.
Hora da revisão
Como Jesus reagiu a cada tentação?
Ele reagiu cada tentação citando
a Palavra de Deus e extraindo o princípio de cada passagem mencionada.
De acordo com a lição, a tentação de Jesus se
assemelha a quê?
A tentação de Jesus se assemelha
ao Haggadah, um dos mais importantes textos da tradição judaica.
Quanto tempo durou a tentação de Jesus no
deserto?
A tentação de Jesus no deserto
durou 40 dias.
O que representa a terceira tentação?
A tentação do uso indevido do
poder.
Segundo a lição, explique a centralidade em
Sião.
Sião era um centro de adoração de
todos os povos e um lugar de bênção.
Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Jovens, professor, Seu Reino não Terá Fim – Vida e obra de Jesus
segundo o Evangelho de Mateus,
Comentarista Natalino das Neves, 1º trimestre 2018.
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