14
de Janeiro de 2018
Texto Áureo
Levítico 1.4
“E porá a sua mão sobre a cabeça do
holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação”.
Verdade
Aplicada
O sacrifício de Cristo proporcionou a
reconciliação entre Deus e o homem.
Objetivos
da Lição
Incentivar o cristão a ter por
princípio de vida a voluntariedade;
Mostrar que Cristo é a
realidade do sacrifício da expiação;
Ensinar que Deus sempre
provê meios para que todos possam dEle se aproximar.
Glossário
Fressura: Entranhas, vísceras;
Fendida: Que tem fenda;
separada em duas ou mais partes; dividida;
Ruminar: Mastigar (o
alimento) novamente.
Leituras
complementares
Segunda Lv 1.2-3
Terça Lv 1.4-5
Quarta Lv 1.6-8
Quinta Lv 1.9
Sexta Lv 1.10-14
Sábado Lv 6.9-13
Textos
de Referência.
Levítico 1.2-4; 6-7
2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes:
Quando algum de vós oferecer oferta ao Senhor, oferecereis as vossas ofertas de
gado, de vacas e de ovelhas.
3 Se a sua oferta for holocausto de gado,
oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua
própria vontade, perante o Senhor.
4 E porá a sua mão sobre a cabeça do
holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação.
6
Então, esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços.
7 E os
filhos de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em ordem a lenha
sobre o fogo.
Hinos
sugeridos.
32, 381, 521
Motivo
de Oração
Ore pela saúde dos obreiros cristãos no país.
Esboço
da Lição
Introdução
1. Uma oferta voluntária.
2. Uma oferta partida.
3. Uma oferta para apreciação
de Deus
Conclusão
Introdução
Jesus Cristo veio a este mundo para cumprir
toda a vontade de Deus Pai e dar Sua vida como uma oferta agradável ao Senhor.
Na oferta da expiação esse ato é tipificado.
1. Uma
oferta voluntária.
Toda pessoa que deseja servir ao Senhor com
alegria deve saber e ter por princípio básico a voluntariedade. O que é feito
por imposição não agrada a quem oferece e nem ao que recebe. É o que Jesus, o
sacrifício perfeito, diz: “Por isso o Pai me ama, Porque dou a minha vida para
tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho
poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu
Pai”. (Jo 10.17-18).
1.1. Uma
oferta de animal limpo.
Toda oferta que fosse oferecida ao Senhor
deveria ser de animais limpos e domésticos e as características dos animais
limpos são: unhas fendidas e a ruminação de alimentos (Lv 11.3). A unha fendida
dá firmeza para o caminhar e o ruminar exprime o processo natural de digerir
interiormente. A vida do salvo neste mundo também assim está relacionada, pois
o seu caminhar tem a ver com o seu alimento. O alimento digerido pelo salvo vai
servir de formação do seu caráter espiritual e da sua maturidade espiritual. O
cristão deve procurar alimento que o ajude a servir a Deus com dignidade, sendo
verdadeira testemunha de Cristo, isto é, sendo sal e luz do mundo.
A Igreja do Senhor está enfrentando
uma grande dificuldade, que se caracteriza por divisões e mais divisões em seu
seio justamente pela falta desse ato: “digerir interiormente”. Infelizmente,
muitas denominações têm surgido porque alguns se acham líderes e não querem
mais obedecer a uma autoridade eclesiástica. Isso tem promovido muitos
escândalos na obra de Deus. Muitos
também não aceitam a correção porque sabem que sempre tem uma porta
aberta ao lado para recebê-los. Devemos atentar para a Palavra de Deus: “unhas
fendidas e ruminar o alimento”.
1.2. Uma
oferta sem mancha.
A oferta oferecida para o holocausto não
podia ter mancha, isto é, nada que denotasse fraqueza ou imperfeição. A
característica do animal a ser oferecido no sacrifício da expiação era a
perfeição. Essa exigência de perfeição foi plenamente satisfeita em Jesus Cristo,
o homem perfeito imaculado e incontaminado (1Pe 1.19). Ele andou neste mundo de
pecado, porém sem pecar. Conviveu com os pecadores, mas não se contaminou.
Perdoou pecadores, mas sempre confrontou o pecado. Assim, pode salvar
perfeitamente (Hb 7.25).
O pecado manchou o homem no seu
entendimento e também no seu sentimento e, assim, a sua vontade tornou-se
independente da vontade de Deus e homem caiu, tornando-se escravo de Satanás.
No entanto, pela obra realizada por Jesus o homem pode hoje oferecer a Deus um
culto agradável (Rm 12.1). Assim como Jesus andou neste mundo de forma
perfeita, também devemos empreender todos os esforços para seguir os Seus
passos. Não há defeito em Seu caráter. Ele é perfeito em todos os aspectos,
logo é para Ele que devemos olhar e não para os defeitos do nosso irmão.
1.3. A
mão sobre a cabeça da oferta.
A tradição judaica diz que a mão tinha que
ser imposta sobre a cabeça do animal com uma certa pressão. Esse gesto
simbolizava que o ofertante estava se identificando com a oferta e transferindo
algo de si para o sacrifício. Nesse ato ele estava dizendo para Deus: “Assim
como esse animal é entregue inteiramente a Ti, da mesma forma eu me entrego a
Ti neste altar onde este animal é oferecido”. Era um reconhecimento de que o
animal estava sendo oferecido em seu lugar. Ao colocar a mão sobre a cabeça do
animal, o ofertante se tornava participante e não um mero assistente. Pois,
afinal, o sangue do animal substituiria o seu. Assim, o ofertante confessava
sua condição de pecador rogando por expiação. Hoje, a Igreja do Senhor também
não é meramente assistente, mas participante do culto de adoração e da entrega
total a Deus.
O ato do ofertante, no momento do
sacrifício, de impor as mãos era pessoal e intransferível. Os animais
oferecidos representam as qualidades da perfeita oferta que é Cristo. O bezerro
fala do Seu serviço e submissão, o cordeiro da Sua pureza, o cabrito da Sua
voluntariedade e as rolas ou pombinhos da Sua simplicidade. A nossa segurança
está em colocar a nossa fé na obra que Ele fez por nós e assim neutralizar
todos os ataques que o adversário lança sobre a nossa mente para tentar impedir
o culto racional que podemos oferecer a Deus.
2. Uma
oferta partida.
Todo o interior da oferta era exposto ao ser
partida, para que tudo fosse mostrado sobre o altar. Foi o que aconteceu com
Jesus em Seu desejo intenso de fazer a vontade de Deus e estabelecer os
propósitos divinos. Ele nada procurou esconder dos Seus discípulos, mas, como
uma oferta partida, nos trouxe a revelação do Pai (Jo 10.30).
2.1. Uma
oferta para ser aceita.
O adorador buscava ganhar o favor divino:
“para que seja aceito por ele” (Lv 1.4). A aceitação do salvo por Deus está
fundamentada na obra perfeita do sacrifício de Cristo e na identificação com a
oferta. A aplicação desta realidade a Cristo e ao cristão revela uma das mais
valiosas verdades, que também é apresentada no Novo Testamento: o cristão se
identifica eternamente com Cristo e a sua aceitação em Cristo (1Jo 4.17).
Quando o homem não estava em Cristo, ele está em seus pecados e não pode
agradar a Deus, mas, estando em Cristo, ele é aceito por Deus.
A aceitação do salvo por Deus não acontece
gradativamente e nem existe grau de aceitação de um crente em relação a outro
crente, mas acontece no momento em que o homem entrega a sua vida para Deus. Se
estamos em Cristo, somos “qual ele é” (1Jo 4.17). Cristo é a Cabeça e a Igreja
é o Corpo. Assim como Deus vê a Cabeça, do mesmo modo e visto o Corpo. E o
Corpo de Cristo, sendo um só, Também os membros têm a mesma aceitação. Não há,
portanto privilégios de um membro em relação a outro, mas todos são aceitos
sobre o mesmo fundamento, que é a perfeita entrega que Cristo fez na cruz.
2.2.
Uma oferta esfolada e partida.
O ritual dado por Deus a Moisés para os
sacerdotes deveria ser observado rigidamente. O animal era degolado, o sangue
aspergido à roda do altar diante da porta da congregação e a seguir o animal
era esfolado. Esses detalhes são importantes de serem observados, pois nenhum
ritual estranho poderia ser acrescentado ao sacrifício. Sempre deveria ser
feito o mesmo ritual, sem nenhuma inovação com o passar dos anos. A cerimônia
realiza, assim, a intenção do adorador e exclui o uso de rituais e ensinos
estranhos e errôneos que anulariam o relacionamento entre Deus e o homem. A
oferta era sem mancha e também era mostrado o seu interior, ensinando-nos que
Deus vê o exterior e também o interior.
Na oferta da expiação, o ensino
principal na doutrina é: a razão do holocausto é apresentar a Deus uma oferta
agradável. Cristo é prefigurado no holocausto, e apresentar a Deus uma oferta
agradável. Cristo é prefigurado no holocausto, não para a consciência do
pecador, mas para o coração de Deus. Portanto, nosso mais importante serviço a
Deus não é o quanto podemos fazer por Ele, nem o quanto podemos cumprir por
Ele, mas o quanto podemos cumprir por Ele, mas o quanto podemos nos entregar.
Jesus fez muitos milagres, nos trouxe a doutrina de Deus, mas veio para morrer.
O homem mede todas as coisas por seu próprio trabalho, pensando que se puder
ter frutos, ajudar os outros a se arrependerem e crerem no Senhor, ele pode
então trazer todas essas coisas para oferecer a Deus. Mas deveríamos entender
uma coisa: não podemos colocar no altar de Deus o nosso trabalho. A oferta que
Deus quer do homem é que ele esteja no altar, e o que vai para o altar é para
morrer (Lc 14.26; Gl 6.14).
2.3. Uma
oferta em ordem.
A oferta era partida e colocada em ordem,
para que houvesse uma queima mais rápida sobre o altar. Podemos aprender com
isso que a ordem será um fundamento na obra de Deus, pois a Palavra nos diz:
“faça-se tudo descentemente e com ordem.” (1Co 14.40). A oferta era partida
para queimar mais rápido, tipificando o que aconteceria com Jesus na cruz com a
Sua morte (Mc 15.44; 1Co 11.24).
Deus descortina a Sua sabedoria
àqueles que, com um coração sincero e quebrantado, se prostram aos Seus pés e,
através da Sua Palavra tomam conhecimento dos Seus propósitos eternos e assim O
exaltam e glorificam pela grandiosa obra que Jesus realizou com a Sua morte e
ressurreição, nos dando acesso à presença de Deus. agora podemos chegar diante
de Deus como adoradores purificados, olhar para a cruz e compreender o
propósito de Cristo de cumprir a vontade do Pai.
3. Uma
oferta para apreciação de Deus.
Nessa oferta tudo era oferecido a Deus, assim
como Jesus se ofereceu em oferta de cheiro agradável ao Pai com a Sua morte na
cruz. Todo o perfume da oferta que Jesus ofereceu foi do agrado do Pai e encheu
o Seu coração de gozo. Na cruz, o Filho deu a Sua vida a Deus, a quem, durante
o Seu ministério, agradou, por sempre fazer a Sua vontade. Ali, no Calvário,
consumou a obra que veio realizar (Jo 19.30).
3.1.
Fressura e pernas lavadas.
A oferta estava lavada por dentro e por fora
(Lc 1.9) e simbolicamente representa Cristo, que é essencialmente puro tanto no
interior como exterior. Isso ficou claramente demonstrado durante o Seu
ministério terreno para os que com Ele conviveram e tiveram o prazer de ouvi-lo.
Os servidores que foram enviados pelos fariseus para prendê-Lo, por exemplo,
voltaram admirados após ouvirem o Seu ensino (Jo 7.45-46).
A fressura era lavada com água, símbolo da
Palavra de Deus, como também as pernas (Lv 1.9), ensinando-nos que o exterior
“as pernas” (uma representação da conduta) é conforme a “fressura” (uma
representação do caráter). Os membros do
corpo obedecem e executam os desígnios do coração. Um coração cheio da Palavra
de Deus conduzirá a um testemunho que sempre terá o propósito da glória de
Deus.
3.2.
Uma oferta que todos podiam oferecer.
Havia a opção de se oferecer um bezerro como
também de se oferecer rolas ou pombinhos. Quem tivesse uma condição melhor
oferecia um bezerro, mas para o de menor poder aquisitivo poderia oferecer um animal
de custo menor. Quando Maria e José foram apresentar o menino Jesus no templo,
cumprindo a lei de Moisés, levaram a sua oferta (Lc 2.23-24). Eles não tinham
condições de oferecer um bezerro, mas nem assim ficaram impedidos de cumprir o
que a lei estabelecia. Deus sempre provê meios para que todos possam dEle se
aproximar.
Por meio dessa oferta o indivíduo
expressava completa submissão e dedicação ao Senhor. Deus concede a todos os
homens, independentemente da situação social, cultural ou financeira, a
oportunidade de oferecer culto a Ele. A Bíblia nos ensina no Salmo 51.17 sobre
os sacrifícios que agradam a Deus. São qualidades e condições que todos os
homens podem buscar para oferecer a Deus os seus sacrifícios.
3.3.
Uma oferta totalmente queimada.
A oferta totalmente queimada representava o
sacrifício imaculado de Cristo a Deus. Sobre o altar do Calvário, o Cordeiro de
Deus foi totalmente consumido pelo fogo da justiça do Senhor. Os sacerdotes
podiam preparar tudo para o sacrifício, mas dele não podiam comer, porque era
totalmente oferecido ao Senhor, pois Deus era o único e principal objetivo
nesse sacrifício (Lv 1.9).
As cinzas do sacrifício da expiação
declaravam que a oferta fora aceita por Deus. Os sacerdotes tinham o privilégio
de aprontar todo o ritual, mas somente Deus cheirava como cheiro suave. Somente
Deus pode apreciar em toda a Sua plenitude a perfeita e total entrega de Jesus
na Sua morte (Sl 40.8).
Conclusão.
Como é prazeroso para o salvo ter o
entendimento da obra que o Senhor veio fazer e a consumou para o agrado do Pai,
e como nos dá também o poder para nos apresentarmos a Deus como uma oferta
sobre o Seu altar a cada dia para que esse sacrifício chegue às Suas narinas
como cheiro suave.
Questionário.
1. O que toda pessoa que deseja servir ao
Senhor com alegria deve saber e ter por princípio básico?
R: A voluntariedade (Jo
10.17-18).
2. O que Jesus, como uma oferta partida, nos
trouxe?
R: A revelação do Pai (Jo
10.30).
3. O que sempre será um fundamento na obra de
Deus?
R: A ordem (1Co 14.40).
4. O que tipifica a oferta partida?
R: O que aconteceria com Jesus
na cruz com a Sua morte (Mc 15.44).
5. O que a oferta totalmente queimada
representava?
R: O sacrifício imaculado de
Cristo a Deus (Lv 1.9).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Levítico – O ministério sacerdotal levítico e sua
relevância para a Igreja. Adultos, edição do professor, 1º trimestre de 2018,
ano 28, Nº 106, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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