Lição 10 O discípulo e
o discipulado.
03 de setembro de 2017
Texto
Áureo
Gálatas 4.19
“Meus filhinhos, por quem de novo sinto as
dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.”
Verdade
Aplicada
Fazer discípulos não é uma tarefa qualquer, mas
uma responsabilidade da vida espiritual.
Objetivos
da Lição
Justificar a obrigação de ser e
fazer discípulos para Cristo;
Mostrar alguns aspectos
básicos do discipulado na prática;
Conscientizar de que ser cristão não
discipulador é erro grave.
Glossário
Comissão: Reunião de pessoas para
executar um trabalho;
Porvir: O tempo que há de
chegar;
Provinciano: Pertencente província; que é atrasado e revela mau gosto.
Leituras
complementares
Segunda Mc 10.45
Terça Lc 24.47-49
Quarta At 14.21-23
Quinta 1Co 9.16
Sexta 2Co 9.6
Sábado Ef 4.12
Textos de
Referência.
Mateus 28.18-20
18 E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na
terra.
19
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo;
20 Ensinando-as a guardar todas as coisas que
eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos. Amém.
Marcos 16.15-16
15 E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
Hinos
sugeridos.
300, 476, 545
Motivo de
Oração
Peça a Deus para conceder forças e bons
professores para os novos convertidos.
Esboço da
Lição
Introdução
1. Ir e fazer discípulos de todas
as nações.
2. O valor do ensino na vida do
discípulo.
3. Exemplos bíblicos de
discipulado.
Conclusão.
Introdução
Após a ressurreição, Jesus deu uma ordem aos
Seus discípulos: pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações. Todo
Seu ministério e ensinamentos giraram em torno dessa tarefa (Mt 28.18-20).
1. Ir e
fazer discípulos de todas as nações.
A grande comissão não é um chamado para um novo
plano de ação, mas o desenvolvimento do próprio método da missão vivida por
Jesus aqui na terra. O discipulado cristão é um relacionamento entre mestre e
aluno, baseado nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (Mt 10.25).
1.1. O
que significa se tornar um discípulo?
Todo cristão, por definição, é um discípulo.
Todavia, o discipulado não é a simples aceitação dos ensinamentos de Cristo,
nem a identificação com uma igreja. Discipulado é uma específica maneira de
viver (Jo 13.15). O discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e estilo de vida de seu mestre com a
finalidade de ensinar a outros (2Tm 2.2). Um discípulo é alguém que se submete
voluntariamente ao senhorio de Cristo, desejando converter-se em seu imitador,
em pensamentos, palavras e obras (1Co 11.1).
Durante três anos e meio de
ministério, Jesus Cristo teve a preocupação de que Seus discípulos aprendessem
através de Seu testemunho pessoal e de Seus feitos realizados junto a eles (Lc
6.40). A Grande Comissão não é somente uma obrigação, ela faz parte de uma vida
ativa em Cristo. A salvação é um presente divino e todo aquele que ganha um
presente valioso sempre compartilha com outros de sua alegria (Jo 4.28-30,
39-42).
1.2. O
discípulo deve se parecer com o Mestre.
“Eu sou a luz do mundo; quem, me segue não
andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). Essas são as palavras
pelas quais o Senhor Jesus nos exorta a imitar Sua vida e Suas virtudes. A vida
cristã não se limita ao momento da conversão. Na verdade, a vida cristã é uma
jornada, um processo. Para que este processo seja contínuo, Jesus fez algumas
exigências aos que desejam seguí-Lo (Lc 14.25-33). A essência do discipulado é
parecer com Jesus (Lc 6.40; Rm 8.29). Os seguidores de Cristo, nos primeiros
anos da Igreja, eram identificados como discípulos (alunos, aprendiz, adepto).
Mais tarde é que foram chamados de cristãos – seguidor de Cristo (At 11.26). No
fim de todas as coisas, “quando ele se manifestar”, os salvos serão semelhantes
a Ele (1Jo 3.2).
Parecer-se com Jesus Cristo não é uma
fácil Tarefa. Porém, se a Bíblia diz que é possível, então devemos nos
perguntar como levaremos a cabo tal tarefa? Não se trata de um acontecimento imediato
ou instantâneo. Não é resultado de um momento isolado. Assim como na esfera natural,
o discípulo não nasce adulto espiritualmente: “...para que...vades crescendo”
(1Pe 2.2). É necessário que seja contínuo. Ensino, Palavra de Deus, Espírito
Santo, atitude pessoal, ser pastoreado são alguns aspectos relevantes neste
processo (2Tm 3.14-17; 1Ts 4.1; Gl 5.25; Ef 4.12-13).
1.3. De
discípulo a discipulador.
Fazer discípulo é uma responsabilidade da vida
espiritual e uma afirmação do nosso discipulado com o Senhor Jesus Cristo. A
orientação de Paulo a Timóteo foi: “Você ouve, transmite aos outros e estes
outros instruem a outros” (2Tm 2.2). O princípio bíblico é que os membros do
Corpo de Cristo são aperfeiçoados (preparados) para o serviço cristão (Ef
4.12). Logo, é um viver dinâmico.
O modelo bíblico de evangelização e
discipulado é um estilo de vida que reproduz. Consiste em cuidar das “crianças
espirituais”, “recém nascidas”, ensinando-as para que amadureçam na fé e
comunhão com Cristo, e assim, estejam habilitadas para o serviço eficiente na
Igreja. É muito importante que o discipulador seja alguém: convicto, para
transmitir com firmeza as verdades bíblicas; movido pelo amos a Deus e ao
próximo; que não apenas tenha preparo intelectual, mas que sirva de exemplo,
vivenciando o que está ensinando; que dedique tempo em oração e leitura e
estudo da Bíblia; cheio do Espírito Santo; que tenha facilidade de relacionamento
interpessoal.
2. O
valor do ensino na vida do discípulo.
A principal ocupação de Jesus foi o ensino (Mt
4.23; 5.2; 7.29; Mc 4.2). Mesmo quando realizava milagres, Ele aproveitava para
ensinar verdades espirituais. Ele estava preparando e ensinando um grupo para
levar adiante a Sua obra (Mt 28.19-20).
2.1.
Jesus Cristo e o ensino.
Em Mateus 28.19-20, encontramos duas
expressões: “ensinai” e “ensinando-as”. A ênfase é o ensino. Não apenas antes,
mas também após o batismo nas águas. Na verdade, precisamos de ensino durante
toda a jornada cristã. Mais do que
transmitir informações ou expor um assunto, ensinar é ajudar outros a
aprenderem. OI próprio Deus participa ativamente do processo de
ensino/aprendizagem. Jesus Cristo falava, perguntava, demonstrava, buscava a
participação dos discípulos, utilizava vários métodos (Mt 16.13; 15.36; 13.3;
Jo 13.2-4).
A primeira característica da Igreja
Primitiva mencionada em Atos 2.42 é que os discípulos “perseveravam na doutrina
dos apóstolos”. Não apenas receber, mas permanecer e viver (Jo 13.17). Tal foi
a formação dos outros discípulos que, com a perseguição, os que “andavam
dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8.4). Demonstravam,
assim, que estavam bem instruídos.
2.2. Pós-modernidade, um desafio ao ensino
bíblico.
Vivemos um tempo marcado pelo imediatismo,
hedonismo, relativismo, desconstrução de
conceitos e outras características que têm se tornado verdadeiros desafios para
a Igreja no cumprimento da missão de ensinar a outros a guardar os mandamentos
transmitidos por Jesus Cristo (Mt 28.20). Infelizmente, além desses desafios,
ainda há no Brasil diversas igrejas locais que não realizam Escola Bíblica
Dominical e não valorizam o ensino. Com isso, até vemos crescimento no percentual dos que afirmam professar a fé evangélica.
Mas, sem ensino, será que sabem o que significa ser um discípulo de Jesus
Cristo?
Sem ensino não há discípulos. Assim,
a atividade de ensino se confunde com a própria essência da Igreja. É preciso
enfrentar os desafios com oração, perseverança e aplicando princípios bíblicos
no cumprimento da missão. Alguns aspectos precisam de maior atenção no
exercício da prática do ensino bíblico. Primeiro, não se resume na transmissão
de informações. É ministrar vida. É experiência com Deus, isto é, conhecer pela
mais profunda experiência (Os 4.6). Segundo, é internalizar o que se ensina (Ap
10.9-10). Terceiro, promover um ambiente de comunhão, como Jesus e Seus
discípulos. Quarto, contextualização (1Co 9.22).
2.3. O
conteúdo do ensino.
Nada substitui a Palavra de Deus. Experiências
e testemunhos pessoais são válidos para ressaltar, ratificar, despertar
interesse, exemplificar doutrinas e princípios bíblicos, nunca para substituir
ou serem supervalorizados. O próprio Jesus, falando com Seus discípulos sobre a
necessidade de serem frutíferos, afirmou que Deus realiza a limpeza, para que
continuemos saudáveis e frutíferos, por intermédio da Palavra de Deus é a base
do discipulado.
O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo
o exorta a permanecer na Palavra de Deus, pois é ela que “podem fazer-te sábio
para a salvação...é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,
para instruir em justiça” (2Tm 3.14-16). E, assim, estar preparado e pronto
para servir (2Tm 3.17). Somos discípulos de jesus Cristo se permanecermos na
Sua Palavra (Jo 8.31). Nossa relação com a Palavra de Deus indica nossa relação
com o Senhor Jesus. Por isso, a ordem de Jesus aos Seus discípulos é “fazer
discípulos” ensinando-os a guardar a Palavra dEle!
3. Exemplos
bíblicos de discipulado.
Analisemos agora alguns exemplos de discipulado
encontrados no Novo Testamento, para contribuir na fixação de princípios
bíblicos já estudados e motivação no exercício de tão nobre missão a nós
entregue por Jesus.
3.1. O
discipulado de Cornélio.
Cornélio era um oficial do exército romano que
residia na cidade de Cesaréia. Os judeus davam bom testemunho acerca dele (At
10.22). Era um homem “piedoso e temente a Deus...fazia esmolas...orava
continuamente e jejuava” (At 10.2, 30). Um certo dia, viu um anjo de Deus, que
lhe diz para chamar Pedro, o qual lhe anunciara palavras de salvação. Cornélio
necessitava de salvação (At 11.14). O anjo não pregou o Evangelho para
Cornélio. Foi Pedro quem anunciou a mensagem de salvação em Jesus Cristo.
Cornélio creu ao receber a mensagem do anjo. Ele estava em jejum e oração. Deus
se revela aos que O buscam com fé e sinceridade. Há crescimento espiritual na
vida dos que têm fome e sede em conhecer a vontade de Deus.
Cornélio se submeteu ao aprendizado
(At 10.33). Ele demonstrou humildade. O apóstolo Pedro se submeteu ao Espírito
Santo (At 10.19-20). Ele aprendeu que a salvação é oferecida a todos: “Deus não
faz acepção de pessoas”. A Igreja também não pode ficar indiferente às diversas
pessoas que precisam ouvir o Evangelho. Assim, no exemplo do discipulado de
Cornélio, podemos extrair algumas lições: 1) A mensagem de salvação precisa
chegar a todos, independentemente da condição moral, espiritual, social ou
familiar; 2) Deus designou a Igreja para cumprir esta tarefa. Cada membro da
Igreja é responsável; 3) No discipulado dependemos do Espírito Santo para nos
capacitar e dirigir; 4) a nos compete anunciar a Palavra de Deus no poder do
Espírito Santo. É Deus quem opera a libertação e convence; 5) Para cumprir a
missão, é necessário desprendimento, prontidão, senso de responsabilidade e
percepção de oportunidade.
3.2. A
conversão de Paulo.
Atos 9 registra a conversão e o início do
discipulado de Paulo. Ele era um homem que “respirava ameaças e mortes contra
os discípulos do Senhor” (At 9.1). Sua fama foi longe e muitos discípulos o
temiam (At 9.13-14). Mas para Deus nada é impossível. Ele sabe como alcançar as
pessoas. E usa Seus discípulos. Por isso, deu mandamentos, poder do Espírito
Santo e promessa de estar conosco na missão discipular (Mt 28.18-20; At 1.8).
Após ir ao encontro de Saulo no caminho de Damasco, Jesus lhe diz que entrasse
na cidade “e lá te será dito o que convém fazer” (At 9.6). Em Damasco, o Senhor
tinha um discípulo! No diálogo com Ananias, vemos que o Senhor conta com
pessoas comuns, limitadas, mas obedientes ao chamado para fazer discípulos (At
9.10-18).
Paulo logo se juntou aos demais
discípulos que estavam em Damasco e ali ficou muitos dias (At 9.19, 23). Assim,
aprendemos que: 1) Jesus deu a ordem aos Seus discípulos antes da ascensão, mas
continua bem ativo na missão de fazer discípulos; 2) Algumas das marcas do
discipulado: submissão, disposição em aprender (At 9.6); oração (At 9.11);
batismo nas águas (At 9.18); estar junto com outros discípulos (At 9.19; 3)
Jesus tem um discípulo em cada bairro da cidade para enviar ao encontro dos que
precisam ser instruídos nos primeiros passos da jornada cristã, como Ananias em
Damasco?
3.3. O
discipulador Barnabé.
Barnabé pertence ao grupo dos primeiros
discípulos, após a descida do Espírito
Santo. Lucas o apresenta como um exemplo do modo cristão no uso dos bens
materiais (At 4.36-37). Quando Paulo, recém-convertido, chega a Jerusalém,
encontra resistência por parte dos discípulos em recebê-lo. Mas lá estava o
“filho da consolação” atento aos novos convertidos (At 9.27). Como a missão do
discipulado precisava de discípulos que estejam atentos para consolar, animar e
acompanhar outros.
Barnabé era um discipulador que agia com
disposição, voluntariedade e reconhecia a autoridade dos líderes da Igreja. Ele
tomou Paulo consigo, mas para conduzi-lo aos apóstolos. Ele não agiu
isoladamente. Não formava discípulos para si próprio. Mais adiante, vemos
Barnabé sendo enviado pela igreja em Jerusalém para Antioquia, para ajudar na
consolação dos que estavam crendo e se convertendo ao Senhor naquela cidade (At
11.21-23).
Conclusão.
Discipular é uma tarefa muito gratificante.
Quando olhamos para uma vida e vemos que aquela pessoa que ajudamos no
discipulado se tornou um instrumento para o Reino de Deus, somos contagiados
por tão grande alegria, que isso nos inspira a fazer sempre mais.
Questionário.
1. Qual é a essência do discipulado?
R: É parecer-se com Jesus Lc
6.40; Rm 8.29).
2. Qual foi a principal ocupação de Jesus?
R: O ensino (Mt 4.23; 5.2; 7.29;
Mc 4.2).
3. Quais as duas expressões que encontramos em
Mateus 28.19-20?
R: “Ensinai” e “ensinando-as” (Mt
28.19-20).
4. O que Atos 9 registra?
R: A conversão e o início do
discipulado de Paulo.
5. Como Lucas apresenta Barnabé?
R: Como um exemplo do modo
cristão no uso dos bens materiais (At 4.36-37).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Aprendendo com as Gerações Passadas, A importância,
responsabilidade e o legado de uma geração temente ao Senhor para enfrentar as
complexidades e os desafios da pós-modernidade, Jovens e Adultos, edição do
professor, 1º trimestre de 2017, ano 27, Nº 102, publicação trimestral, ISSN
2448-184X.
Glória a Deus, estudo maravilhoso sobre ser discípulo e ensinar.Que Deus possa sempre enviar pessoas para falar e ensinar sua palavra aos que precisam, estou
ResponderExcluirAmém!
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