Lição 07 Missões no
Antigo Testamento.
13 de agosto de 2017
Texto
Áureo
Jeremias 1.7
“Mas o Senhor me
disse: Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar,
irás; e tudo quanto te mandar dirás”.
Verdade
Aplicada
Missões é doutrina bíblica. Não se trata de
modismo ou fruto da criatividade da Igreja.
Objetivos
da Lição
Revelar que a obra de Missões
foi planejada na eternidade;
Mostrar resumidamente o
trabalho missionário no Antigo Testamento;
Demonstrar como Missões no Antigo
Testamento serviu de base para o Novo Testamento.
Glossário
Áureo: Abundante; brilhante;
Imprescindível: Essencial, necessário,
indispensável;
Inculcar: Fazer gravar algo no
espírito ou na mente; incutir.
Leituras
complementares
Segunda Rm 11.1
Terça Rm 11.2
Quarta Rm 11.3
Quinta Rm 11.4
Sexta RM 11.7
Sábado Rm 11.8
Textos de
Referência.
Isaías 6.5-8
5 Então, disse eu: Ai de mim, que vou
perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo
de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos! 6 Mas um dos serafins voou para mim trazendo na
mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7 E com ela tocou a minha boca e disse: Eis que
isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu
pecado.
8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que
dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui,
envia-me a mim.
Hinos
sugeridos.
84,126,186
Motivo de
Oração
Ore pelos cristãos secretos que frequentam
igrejas subterrâneas.
Esboço da
Lição
Introdução
1. O planejamento de Missões.
2. A contínua ação do Deus
Missionário.
3. Israel, a nação missionária.
Conclusão
Introdução
Enfatizaremos nesta lição, assim como os
missiólogos e escritores dos séculos XX e XXI, que o Antigo Testamento é a base
para a atividade missionária da Igreja entre todas as nações e povos do mundo.
1. O
planejamento de Missões.
É praticamente impossível compreender a obra
missionária no contexto histórico do Antigo Testamento sem o entendimento
correto do plano da redenção estabelecido desde o princípio.
1.1. Conceito
de Missões no Antigo Testamento.
Como temos estudado nas lições anteriores,
desde o princípio, a Bíblia revela a missão de Deus (Missio Dei), por
intermédio do povo separado por Deus, para alcançar todo o mundo, por causa do
amor de Deus, para restaurar a Sua criação ao propósito original. Tal revelação
passa pela benção e orientação ao primeiro Casal (Gn 1.27-28), pelo Criador
perguntando pelo primeiro homem após a queda, a promessa feita e a providência
divina (Gn 3.9, 15, 21), e por tantos que foram chamados, vocacionados e
enviados pelo Senhor Deus, denunciando o pecado, anunciando o juízo divino,
convocando ao arrependimento e revelando a vinda do Messias, o Salvador Jesus
Cristo, para consumar o plano divino de salvação (2Pe 2.5; Jd 14; Sl 22; Is
53).
É importante aproveitar a presente
lição para enfatizar a necessidade dos discípulos de Jesus Cristo em conhecer
as Escrituras como um todo. Missões é doutrina bíblica. Não se trata de modismo
ou fruto de estudos teológicos, ou resultado da criatividade da liderança
eclesiástica. Assim como não é um plano divino somente criado no tempo do Novo
testamento. Portanto, é fundamental considerar o princípio hermenêutico de
conhecer plenamente as Escrituras. Constataremos, então, que a atividade
missionária tem sua origem na natureza de deus e não na natureza da Igreja. O
professor de teologia na Universidade de Birmingham, J.G. Davis, Escreveu que Deus
é “um ser centrífugo”. O Deus revelado na Bíblia é o Deus Missionário.
1.2. Princípios
da obra missionária.
No Antigo Testamento encontra-se os princípios
básicos da atividade missionária. O próprio Jesus Cristo frequentemente
relacionava a Sua identidade e missão às Escrituras Sagradas do Antigo
testamento. Após Sua ressurreição, Ele revela aos discípulos que tanto Seu
sofrimento, Sua morte e Sua ressurreição, como atividade missionária da Igreja
– “pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações” (Lc
24.46-47) -, já estavam previstos nos escritos do Antigo Testamento.
Alguns dos principais missionários
que podem ser destacados: as Escrituras Sagradas, em sua totalidade, revelam a
ação global de Deus para salvar a humanidade; o propósito último da criação de
todas as coisas: a glória de Deus (Sl 19.1; Is 43.7); o alcance é mundial (Gn
3.15; Is 53); Deus chama, capacita e envia seres humanos na atividade
missionária – Abraão, José, Moisés, profetas, etc. – (Is 6.8; Jr 1.7). Refletindo
nos princípios bíblicos encontrados no Antigo Testamento que norteiam a obra
missionária, aprendemos, como escreveu John Stott, “a interpretar cada texto à
luz de tudo é a parte, à luz do todo”.
1.3. O
texto bíblico usado por Pedro e Paulo.
Há a tendência de pensar sobre atividade
missionária como uma tarefa estabelecida a partir da Grande Comissão (Mt
28.18-20). Contudo, com base em textos bíblicos que registram as palavras dos
apóstolos Pedro e Paulo, Missões é um assunto bíblico que está presente nas
Sagradas Escrituras muitos séculos antes do registro do Evangelho de Mateus. A
exposição de jesus cristo mencionada em Lucas 24.44-47 foi tão impactante que
nos registros das mensagens dos apóstolos, quando estes queriam enfatizar que o
plano divino de salvação era para todos os homens (não apenas os judeus), não
constam as palavras da Grande Comissão, mas, sim, o chamado “verso misterioso”:
Gênesis 12.3. Os apóstolos, Pedro e Paulo o citaram, respectivamente (At
3,25-26; Gl 3.8).
É possível que, pelo fato de estarem
atuando num contexto de conflito com os religiosos judeus, Pedro e Paulo não
tenham citado as palavras de Jesus da Grande Comissão. Mas, estrategicamente,
mencionaram um texto do Antigo Testamento, que era conhecido dos Seus oponentes.
Contudo, o uso de Gênesis 12.3 por parte da Igreja Primitiva é indicação clara
de que o Novo Testamento é continuação do propósito original do Deus
Missionário. Na epístola aos Gálatas, Paulo pontua a ligação existente entre a
aliança abraâmica e o Evangelho proclamado por ele (Gl 3.6-9, 13-16).
2. A
contínua ação do Deus Missionário.
Mesmo nos períodos mais longínquos e sombrios
da história, o Deus Missionário sempre teve na terra Suas testemunhas.
2.1. Revelação
Geral e Revelação Especial.
Interessante que a própria natureza é uma
testemunha, conforme encontramos em Atos 14.15-17 e Romanos 1.18-21. O Deus
Missionário se revelou. É possível conhece-Lo. Deus testemunha, por meio da
criação, Sua providência, Seu cuidado, Seu amor e da Sua própria imagem nos
seres humanos. Esta revelação é identificada nos estudos teológicos como a
Revelação Geral. A Revelação Especial contém os mandamentos, o plano divino de
salvação, as Escrituras Sagradas, a pessoa de Jesus Cristo.
Muitos foram chamados por Deus para
testemunhar a Revelação e tornar conhecido a Revelação Especial: Raabe (Js
2.9-11); Abel (Hb 11.4); Enoque (Gn 5.22,24); Noé (Gn 6.8-9), chamado
“pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5); José, que além de ser testemunha do Senhor no
Egito (Gn 39.9; 40.8; 41.16), foi o instrumento de Deus para preservar os
descendentes de Abraão (Gn 45,5-8).
2.2. O
Evangelho anunciado a Abraão.
É interessante ressaltar que o próprio Deus
“anunciou primeiro o evangelho a Abraão” (Gl 3.8). A mensagem divina das boas-novas
anunciava que Abraão seria abençoado e que a bênção alcançaria “todas as
nações”. Aqui encontramos a continuidade da revelação do plano divino de
salvação: a semente da mulher (Gn 3.15) viria por intermédio da descendência de
Abraão. Mais adiante, Deus repete a promessa a Isaque (Gn 26.1-5).
O Deus missionário estava atento aos
descendentes de Abraão que há mais de quatrocentos anos estavam no Egito. A
Bíblia registra: “e clamaram; e o clamor subiu a Deus” (Êx 2.23). O Senhor Deus
ouviu o clamor e “lembrou-se do seu concerto” (Êx 2.24). A partir daí, Deus age
para libertá-los. Vai ao encontro de Moisés e o envia ao Egito para tirá-los
dali e conduzi-los à terra que prometeu aos descendentes de Abraão (Gn
15.13-16). A manifestação do poder de Deus no Egito, no deserto e na travessia
do Jordão foram verdadeiros testemunhos não apenas para Israel, mas também para
as demais nações (Js 2.9-11).
2.3. A
ação missionária na Terra Prometida.
Raabe, que acolheu os espias em sua casa, na
cidade de Jericó, é um exemplo de pessoas que não era descendente de Abraão,
mas, ao ouvir sobre os atos do poderosos de Deus, declarou: “porque o Senhor,
vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra” (Js 2.11). A
misericórdia e o amor de Deus alcançaram ela e todos que estavam em sua casa.
Ela conta na genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.5), e na galeria de heróis da fé
(Hb 11.31). Afinal, a promessa feita a Abraão tem alcance mundial: “todas as
famílias da terra”.
Os exemplos de Raabe e também de
Rute, a moabita (Rt 1.16), que após conviver com sua sogra fez a conhecida
declaração de fé, servem de ilustração para a mensagem do Salmo 67, um dos
muitos salmos com mensagem missionária: “Deus tenha misericórdia de nós e nos
abençoe... Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a
tua salvação” (Sl 67.1-2). Este salmo lembra a promessa abraâmica e como a
bênção alcançará pessoas de todos os povos e nações, por intermédio da fé (Gl
3.7-9).
3. Israel
a nação missionária.
O projeto divino para Israel como nação escolhida
por Deus foi que como tal pudesse exercer um papel missionário no mundo.
3.1.
Israel, a nação testemunha.
Encontramos em Êxodo 19.4-6 que o propósito de
Deus ao libertar Israel do Egito era que o povo se aproximasse dEle e fosse
povo exclusivo dEle, sacerdotal e santo. Assim seria um povo separado para
adorar a Deus e, então, fazer conhecido o caminho e a salvação do Senhor entre
todos os povos, para que todos louvem e temam ao Deus todo-Poderoso (Sl 67). O
apóstolo Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, identifica a Igreja com as
mesmas características e responsabilidades atribuídas a Israel (1Pe 2.9). É
preciso que cada discípulo de jesus Cristo conheça e viva estes chamado e
vocação.
Devemos atentamente observar o que
disse o apóstolo Paulo acerca de nossa eleição e do tropeço de Israel: “E, se a
sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios,
quanto mais a sua plenitude! Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do
mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? Porque, se tu
foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa
oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria
oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não
presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até
que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo,
como está escrito: de Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades”
(Rm 11.12, 25, 24-26).
3.2. Ação
missionária dos profetas.
Autor da salvação e da obra missionária, Deus
levantou profetas, homens que dEle recebiam diretamente uma mensagem de juízo
ou despertamento para que o povo se voltasse para Sua presença (Am 3.7). Talvez
a história do profeta Jonas seja um dos principais referenciais missionários do
Antigo Testamento, por constar o mandato do Deus Missionário ao povo escolhido
com relação a outro povo. Uma introdução à Grande Comissão entregue por Jesus
Cristo à Igreja (Mt 28.18-20).
O Deus de Israel é também o Deus de
Nínive, mas o profeta Jonas procurou fugir de Deus e da missão recebida. Ainda
não tinha compreendido que Deus havia escolhido Israel para ser Seu
instrumento, atraindo a adoração de todos os povos à Sua glória. E nós?
3.3. O
reino de Judá disperso e exilado.
A infidelidade trouxe o juízo de Deus ao reino
de Judá. Os habitantes foram exilados na Babilônia e apenas os pobres dentre o
povo foram deixados na terra de Judá (Jr 30.1-10). Foi nesse período que, sem a
adoração no templo, os judeus fundaram sinagogas em muitos lugares, para não
perderem a sua cultura e adoração. Jesus reconheceu o zelo missionário dos
fariseus, mas reprovou sua hipocrisia (Mt 23.15). Foi a partir dessas sinagogas
que Paulo fundou várias igrejas cristãs em vários países.
Importante ressaltar que até durante
o cativeiro de Judá ocorreu atividade missionária, por intermédio de judeus
tementes a Deus, como os profetas Ezequiel e Daniel. Vide os testemunhos pagãos
(2Cr 36.22-23; Dn 2.46-47; 6.25-27). Assim como, também, as sinagogas (“lugares
de reunião”) contribuíram para disseminar, entre os judeus nascidos na
dispersão e os habitantes das cidades em centenas de regiões fora da Palestina,
as promessas divinas de restauração, a fé monoteísta dos judeus, os feitos
poderosos de Deus ao longo da história e a expectativa da vinda do Messias, o
Salvador do mundo. O próprio Jesus Cristo anunciava a chegada do Reino de Deus
nas sinagogas. As sinagogas atraíam também os gentios, que eram despertados
pela exposição das Sagradas Escrituras.
Conclusão.
O antigo Testamento está repleto de princípios
bíblicos e registros de atividades missionárias. Deus já estava agindo para
tornar conhecido Seu plano de salvação em toda a terra. Que cada discípulo de
Cristo esteja consciente da responsabilidade de prosseguir com a obra
missionária nesta geração.
Questionário.
1. Qual é o “verso misterioso”?
R: Gênesis 12.3.
2. Qual era o propósito de Deus ao libertar
Israel do Egito?
R: Que o povo se aproximasse dEle
e fosse povo exclusivo dEle, sacerdotal e santo (Êx 19.4-6).
3. Como o apóstolo Pedro, inspirado pelo
Espírito Santo, identifica a Igreja?
R: Com as mesmas características
e responsabilidades atribuídas a Israel (1Pe 2.9)..
4. O que trouxe o juízo de Deus ao reino de
Judá?
R: A infidelidade (Jr 30.1-10).
5. O que Jesus reprovou dos fariseus?
R: Sua hipocrisia (Mt 23.15).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Evangelismo, Missões e Discipulado, A tarefa primordial
da igreja, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de 2017, ano 27,
Nº 104, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
Nenhum comentário:
Postar um comentário