Lição 3 A Santíssima Trindade: um só Deus em três
Pessoas
16
de Julho de 2017
TEXTO ÁUREO
(Mt
28.19)
"Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo."
VERDADE PRÁTICA
Cremos
em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Gn 1.1
O
nome hebraico Elohim, "Deus", é plural, e isso vislumbra a Trindade
Terça
- Gn 1.26
A
doutrina da Trindade está implícita no Antigo Testamento desde o princípio
Quarta
- Fp 2.11
A
Bíblia ensina que o Pai é Deus
Quinta
- Jo 1.1
As
Escrituras afirmam que o Filho é Deus
Sexta
- At 5.3,4
A
Palavra de Deus mostra a deidade do Espírito Santo
Sábado
- Dt 6.4
O
nome "Deus" ou "SENHOR" se aplica ao Deus Trino e Uno
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1
Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13
1
Co 12.4 - Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5
- E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6
- E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
2
Co 13.13 - A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!
OBJETIVO GERAL
Saber
que cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o
Pai, o Filho e o Espírito Santo.
HINOS SUGERIDOS:
10, 185, 307 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
Explicar as construções
bíblicas trinitárias;
Mostrar que Deus é
trino e único;
Conhecer algumas
crenças inadequadas a respeito da Trindade;
Apresentar algumas
respostas às objeções acerca da Trindade.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a respeito de uma das mais importantes e cruciais
doutrinas do pensamento cristão, a Trindade. Não cremos na existência de três
deuses, mas em um só que subsistente em três pessoas distintas, eternas e que
criaram todas as coisas. É importante que você procure, no decorrer da lição,
enfatizar que embora não conste na Bíblia a palavra Trindade, vamos encontrar
tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, evidências desta relevante doutrina.
Veremos na lição como o conceito de Trindade foi formulado. Segundo Stanley
Horton, "historicamente, a Igreja formulou a doutrina da Trindade em razão
do grande debate a respeito do relacionamento entre Jesus de Nazaré e o
Pai".
Que
o Deus Trino e Uno abençoe sua aula e seus alunos de modo que eles possam
compreender e confessar ao mundo a fé em um só Deus, existente em si mesmo como
Pai, Filho e Espírito Santo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A
doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como
conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada
pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.
PONTO CENTRAL
Cremos
em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas.
I - CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1. A unidade na Trindade (1 Co 12.4-6). Uma
leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto
não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos
tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra
linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em
diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito
é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na
diversidade.
2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). Há
aqui certo paralelismo com a bênção sacerdotal (Nm 6.24-26). Essa saudação
final não é comum nas epístolas paulinas. Não parece haver aqui intenção de
explicar a doutrina da Trindade. Trata-se do pronunciamento habitual do
ministro de culto ao despedir os fiéis no fim das reuniões nas primeiras
décadas da história da Igreja. Se isso puder ser confirmado, significa que os
cristãos já estavam conscientes dessa realidade divina desde muito cedo na vida
da Igreja. A fonte da graça do Senhor Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo.
É uma saudação trinitária.
3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Temos
aqui a diversidade de operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos
chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e
esperança. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e
majestade, que subsistem desde a eternidade em uma só substância indivisível,
mas manifestos na história salvífica em formas pessoais e funções distintas (1
Pe 1.2).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Na
Bíblia encontramos algumas construções trinitárias.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O
conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse
conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através
da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos
dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; 1 Pe
1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente
como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos
três membros da Deidade.
As
Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42;
1 Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do
singular: 'Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara
que veio 'não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou'
(Jo 6.38)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva
pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).
CONHEÇA MAIS
*Trindade
"[Do
gr. trias, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica
segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. Para conhecer mais, leia Dicionário
Teológico, CPAD, p.349.
II - O DEUS TRINO E UNO
1. Uma questão crucial. A Bíblia mostra com
clareza meridiana a divindade do Filho: "e o Verbo era Deus" (Jo
1.1). Trata-se de uma divindade plena e absoluta: "porque nele habita
corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.9). As Escrituras
afirmam também que o Espírito Santo é Deus: "Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16); e é
também Senhor: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17, ARA). Como
conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus?
(Mc 12.29,30). Tal não se trata de triteísmo, isto é, "três deuses",
pois existe um só Deus e Deus é um só (1 Co 8.6; Gl 3.20). A única explicação é
a Trindade.
2. A Trindade. A Trindade está
presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor
Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de relacionamento "eu,
tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os
discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da
Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de
um resumo da realidade divina ensinada durante seu ministério acerca de si
mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt 12.28). A Igreja, desde a
antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste
eternamente em três pessoas distintas.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos
em um Deus trino e uno.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Trindade
[Do
grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a
qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos
atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar
de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam
a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A
palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e , em sua forma latina,
por Tertuliano.
O
Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade:
'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as
pessoas, sem separar a substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 279).
III - AS CRENÇAS INADEQUADAS
1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se
de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do
monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração,
polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia,
"governo exercido por um único soberano"). Eles ensinavam que Jesus
recebeu a dynamis, "poder", em grego, por ocasião do seu batismo no
rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição.
Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam
a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o verdadeiro Deus
e a vida eterna" (1 Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo.
2. Os monarquianistas modalistas. Esses
são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes.
Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de
Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de
Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três
faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade.
Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas
pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal
expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus
herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o
seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
3. O arianismo. É o nome da doutrina
formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano
318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o
período apostólico. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma
substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza
inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a
humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: "Houve tempo em que
o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde
o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende a criação:
"E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por
ele" (Cl 1.17).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Os
monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam crenças
inadequadas a respeito da Trindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Arianismo
Heresia
fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de
Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não
era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora
um ente divino.
Para
fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de
João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo
era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio
de Niceia em 325" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico.
8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).
IV - RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1. Esclarecimento. Os unicistas modernos
pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por
ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados,
pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da
Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade
de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação
alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto
de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas
razões principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo.
2. A definição de Tertuliano. Ele
foi o neologista da Igreja que criou o termo "Trindade", na seguinte
declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade,
colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não
em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em
aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um
só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a
diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de
"pessoas" (Mt 28.19).
3. Formulação definitiva da Trindade. Isso
só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de
Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina
do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas
obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e
Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de
Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por
todas a doutrina da Santíssima Trindade.
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Na
Bíblia Sagrada encontramos as respostas às objeções acerca da Trindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Concílio
de Niceia e de Constantinopla
Primeiro
concílio ecumênico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325,
teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade.
Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da
Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica,
confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em
381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio
I, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os
trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de
domínio ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico.
8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente
desde o Gênesis até o Apocalipse.
PARA REFLETIR
A
respeito da Santíssima Trindade: Um só Deus em três pessoas, responda:
Qual
a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade?
Mateus 28.19.
O
que significa ser "unicista"?
Significa crer na doutrina unicista que nega a
doutrina da Trindade.
O
que é arianismo?
É a doutrina formulada por Ário e o movimento que ele
fundou em Alexandria, Egito. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma
substância do Pai.
Quem
criou o termo Trindade no mundo Ocidental?
Tertuliano.
Quando
e onde a formulação trinitária se definiu?
A formulação trinitária só aconteceu no Concílio de
Constantinopla em 381.
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Revista
Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p. 37.
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Fonte: CPAD, Revista, Lições
Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos,
Comentarista Esequias Soares, 3º
trimestre 2017.
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