Lição 02 O comunicador
e a mensagem de salvação.
09 de julho de 2017
Texto
Áureo
1Coríntios 9.22
“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar
os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar
alguns”.
Verdade
Aplicada
É inestimável o valor de uma alma para Deus.
Por isso, devemos mover todos os nossos recursos e empregar todas as nossas
forças para conduzi-las à salvação.
Objetivos
da Lição
Expor a maneira correta de
anunciar o Evangelho;
Mostrar como o mensageiro deve
ser exemplo e como deve amadurecer paulatinamente em Cristo;
Discursar acerca da salvação e
os passos para alcança-la.
Glossário
Arquétipo: O modelo, o exemplo;
Cerne: Essencial:
Sinótico: Evangelhos de Mateus,
Marcos e Lucas, cujos relatos apresentam semelhanças significativas.
Leituras
complementares
Segunda Is 59.2
Terça Mt 9.37
Quarta Mt 16.13-16
Quinta 1Tm 4.15-16
Sexta Hb 12.1-2
Sábado 1Jo 1.9
Textos de
Referência.
Atos 2.46-47; 4.4; 5.42
46 E, perseverando unânimes todos os dias no
templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração,
47 louvando a Deus e caindo na graça de todo o
povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar.
At 4.4 Muitos, porém, dos que ouviram a palavra
creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
At 5.42 E todos os dias, no templo e nas casas,
não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.
Hinos
sugeridos.
27, 39, 127
Motivo de
Oração
Ore para que muitos tenham acesso às Escrituras
em seu idioma.
Esboço da
Lição
Introdução
1. A comunicação do Evangelho.
2. A mensagem e o mensageiro.
3. A mensagem da salvação.
Conclusão
Introdução
Evangelismo pessoal é a ação de comunicar o
plano divino de salvação, a partir de um contato direto entre o evangelista e a
pessoa a ser evangelizada. Falar de Cristo é uma tarefa que exige vida prática.
1. A
comunicação do Evangelho.
A Bíblia nos diz: “Quão formosos os pés dos que
anunciam coisas boas!” (Rm 10.15b). A Palavra de Deus é poderosa e jamais volta
vazia. Devemos saber manejá-la bem. Para isso, precisamos conhecer a Cristo, a
nós mesmos e o que vamos anunciar.
1.1. Anunciando
o Evangelho de Cristo.
A comunicação do evangelho pode parecer
simples, mas não é (1Co 1.17). Qualquer pessoa que deseje evangelizar precisa
entender que as atitudes falam mais do que qualquer palavra. O corpo a corpo é
diferente de um sermão, porque nele o evangelista será questionado, haverá
barreiras preconceituosas por parte do ouvinte e muita resistência espiritual
também. Por esse motivo, é preciso estar preparado para tal resistência e,
principalmente, estar equipado com a Palavra (2Tm 2.15).
Para algumas pessoas, a comunicação é
uma simples transmissão de informação, uma espécie de transferência de
símbolos. No entanto, sabemos que pode existir comunicação até através do
silêncio, porque nossas atitudes revelam quem somos na realidade (1Pe 3.1). É
preciso atenção para que nossa conduta não prejudique a recepção da mensagem da
salvação por parte do ouvinte. A passagem bíblica de Atos 5.15-16 revela o
caráter da influência de Pedro. O que ele possuía de especial? Por que as
pessoas tinham essa expectativa? O apóstolo Pedro era um homem comum, mas sua
vida em contato com a luz de Cristo produzia uma fé tão intensa que as pessoas
se contentavam em apenas estar debaixo de sua sombra.
1.2. A
conexão entre mensagem e mensageiro.
Aqueles que anunciam o Evangelho não podem ser
como atores de comercial de TV, que tentam convencer o público a adquirir um
produto que eles mesmos não usam. O comunicador do Evangelho deve fazê-lo como
um profeta, que apresenta a verdade de Deus tal como ele a vê e vive. Se o
orador não acredita realmente no que diz, seu inconsistente comunicará uma
mensagem negativa, que substituirá tudo de positivo que possa dizer. Porém, uma
pregação sincera, e até mesmo mansa, pode chegar ao coração, quando anunciada com
a totalidade do ser (1Rs 19.12). Se não houver nenhuma coerência entre o que
dizemos ser e o que somos, podemos fazer com que nos ouçam, mas não seremos
escutados.
Jesus Cristo nos comparou ao sal. Ele
não disse que temos sal, disse que somos sal (Mt 5.13). O sal em si mesmo não é
alimento, ele não é a parte principal de uma refeição, no entanto, todos
percebem a sua presença. Se a nossa vida for semelhante à de Cristo, nossa
presença fará os outros perceberem que Cristo está em nós. Nossa presença pode
ser uma mensagem mais importante do que tudo o que dissermos.
1.3.
Entender para comunicar.
A falta de leitura devocional da Bíblia e a
falta de oração explicam a crise que muitas igrejas experimentam no campo da
evangelização. Esse é um sério problema que precisa urgentemente ser combatido
(2Pe 3.18). Como anunciar aquilo que desconhecemos? O que nos adianta ter armas
e não saber como manejá-las (2Co 10.4). Devemos entender o que pretendemos
comunicar e não há como entender algo sem dedicar tempo à leitura e meditação.
Afinal, como iremos comunicar a salvação, se nem ao menos a conhecemos? Três
coisas revelam o vigor da Igreja Primitiva: o ensino e a experiência ao lado de
Jesus, e o poder do Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8).
O que significa ser uma testemunha?
Uma pessoa que não tem por hábito ler, que ora esporadicamente, e que tem
pouquíssima experiência no campo espiritual, pode estar em sérios apuros ao
tentar falar de Cristo: “Porque hás de ser sua testemunha para com todos os
homens do que tens visto e ouvido” (At22.15). Jesus não enviou Seus discípulos
para contar histórias. Ele mandou que eles testemunhassem acerca do que viram e
ouviram.
2. A
mensagem e o mensageiro.
A Bíblia nos adverte a não conformar com uma
vida espiritual medíocre (2Pe 1.8-11). A meta e que todos alcancem a maturidade
e se permitam moldar a estatura de Cristo Ef 4.13). Por isso, devemos tomar
consciência de quanto nos falta para que vejam Cristo em nós.
2.1. O
mensageiro deve ser exemplo.
O cristão não deve procurar ser completo em
Jesus Cristo somente para seu benefício pessoal. A Palavra de Deus enfatiza
repetidamente a necessidade de nos tornarmos um modelo para os outros. Os
cristãos têm a Jesus Cristo como um arquétipo. Devemos servir como modelo para
outros (Fp 3.17). O apóstolo Paulo afirma que todos os cristãos de Tessalônica
foram exemplos para todos os fiéis na Macedônia ne Acaia (1Ts 2.6-9). Exemplo
foi a palavra dirigida a Timóteo (1Tm 4.12); Tito (2.7); e os líderes da igreja
(1Pe 5.3).
Na passagem bíblica de João 20.25, o
termo usado para se referir às marcas que os cravos fizeram nas mãos de Jesus é
“tipos”, traduzida também por “sinal”. Assim como as marcas das mãos de Jesus
Cristo são um sinal, nós também devemos ser sinais claros aos homens de uma vida
dedicada a Deus, e em processo de transformação (1Tm 4,15-16).
2.2. O
mensageiro deve amadurecer espiritualmente.
Os evangelhos sinóticos apresentam como os
discípulos evoluíram até a chegarem a refletir Cristo para as nações.
Inicialmente, Jesus fez um convite (Lc 9.23). Depois, Ele deu elementos para
análises e reflexões, como: milagres, para edificar a fé, e verdades acerca da
vida. Quando já estavam aptos e maduros para decisões, lhes perguntou: “Quem
sou eu?”. Após a confissão de Pedro (Mt 16.13, 16), Jesus lhes fala pela
primeira vez acerca da cruz. Era não somente necessário descobri-lo como
Mestre, Senhor e Messias. Eles deveriam aceitá-lo também como Salvador. Por
fim, Jesus leva-os ao monte e lhes explica que terão que negar-se a si mesmos.
Ou seja, serem dependentes do Mestre em tudo.
A cruz era terrivelmente assustadora.
Tratava-se de uma sentença de morte vergonhosa e assombrosa. Eles compreenderam
claramente qual seria o preço de testemunhar acerca da verdade. Foi por esse
motivo que Jesus revelou-se paulatinamente. A boca deve falar daquilo que o
coração está cheio, mas somente quando amadurecemos é que compreendemos o valor
de cada coisa, inclusive da vida. Ser testemunha é ser capaz de morrer pela
verdade que se anuncia (At 1,8).
2.3. A
grandeza da revelação divina.
Um grande problema tem impedido que muitos
cheguem ao conhecimento do plano divino de salvação: a cegueira espiritual (2Co
4.3-4). O “deus deste século” conserva a mente de muitos na escuridão. Porém,
sabemos que o mesmo Deus “que disse que das trevas resplandecesse a luz” é
Aquele que nos deu o Evangelho da revelação da glória de Deus, em Cristo (2Co
4.6). A mensagem do Evangelho continua sendo o meio pelo qual a luz brilha no
coração das pessoas. Assim, o evangelismo continua sendo absolutamente
indispensável (2Co 4.5).
A evangelização deve partir do
pressuposto básico de que o pior dos homens pode ser restaurado e transformado
por Deus. A Bíblia nos diz que todos os seres humanos foram destituídos da
glória de Deus e, por isso, precisam da salvação (Rm 3.23). A salvação em
Cristo Jesus é devemos anunciar essa mesma verdade aos que estão ainda na
escuridão do pecado (2Co 4.5-6).
3. A
mensagem da salvação.
O pecado trouxe sérios problemas à humanidade.
O profeta Isaías descreve assim a condição do Homem sem Deus: “Mas as vossas
iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados
encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2).
3.1. O
vazio da alma humana.
Desde que o pecado entrou no mundo, o homem
perdeu a comunhão com o Pai. Desde então, o homem tenta encontrar a Deus por
obras, religiosidade ou suas próprias invenções (Ec 7.29). A realidade
universal é que todo ser humano sente um vazio existencial causado por sua
natureza pecaminosa. A realidade do pecado tem causado esta inquietação quer o
seu humano sente. Somente Deus pode saciar esta fome que há no coração da
pessoa e preencher o vazio. Como escreveu Agostinho, em “Confissões”: “Tu nos
fizeste para ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti”.
Jesus é o único que pode libertar o
homem do pecado. Ele é o autor e consumador da nossa fé (2Co 4.4; Cl 1.15-19;
Ef 4.13-!4; Hb 12.1-2). Sem Jesus Cristo, o homem jamais encontrará plena
liberdade e paz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e
abrir a porta, entrarei...” (Ap 3.20). A morte de Jesus Cristo na cruz nos
oferece a salvação, por meio da qual deixamos de ser homens distanciados de
Deus por causa do pecado para nos tornarmos filhos (Jo 1.12) mediante a fé (Ef
2.8-9).
3.2. O
plano de Deus para a salvação do homem.
Uma vez que iremos testemunhar para as pessoas
acerca da salvação, é de suma importância que conheçamos bem o caminho que
estaremos anunciando, para que possamos ser claros à alma sedenta que nos ouve.
Por mais que a pessoa seja pecadora, nossa missão não é julgá-la, mas, sim,
fazê-la compreender que Cristo morreu por nossos pecados (Rm 5.8; 1Co 15.3). É
importante estarmos atentos para que o assunto principal não seja deixado de
lado, principalmente quanto ao evangelismo pessoal. É comum a pessoa que está
sendo evangelizada tentar aproveitar o tempo para apresentar dúvidas e
curiosidades que nada contribuirão para que o plano divino de salvação seja
conhecido.
No tempo em que Jesus esteve aqui,
nem todos O recusaram. Muitos O receberam e lhe deram as boas-vindas. A eles
Jesus deu o direito de serem chamados filhos de Deus (Jo 1.12). O apóstolo João
afirma que não podemos nos tornar filhos de Deus por nossos próprios meios.
Devemos entrar em uma relação que Deus nos oferece. Jesus Cristo bancou tudo.
Ele pagou com a própria vida, para que hoje pudéssemos desfrutar de uma
salvação que nada nos custou. Tudo o que devemos fazer é crer (At 16.31).
3.3.
Jesus, o tema central.
Diante de tantas críticas e acusações recebidas,
o apóstolo Paulo apresenta em 2 Coríntios, capítulo 4, como ele conduz e
proclama o Evangelho: “pregamos...a Cristo Jesus, o Senhor...” (2Co 4.5). Em
Samaria, Felipe “lhes pregava a Cristo” (At 8.5). Ao eunuco, no caminho para
Gaza, Felipe, começando no texto que o mordomo-mor de Candace estava lendo,
“lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O Evangelho que devemos anunciar hoje é o
mesmo que Paulo anunciava: “Cristo morreu por nossos pecados...foi sepultado, e
que ressuscitou ao terceiro dia” (1Co 15.1-4).
Não cessou a necessidade de
evangelização. Vivemos num tempo desafiador. Somos tentados a nos calarmos
diante da indiferença e da erosão crescente dos valores cristãos. Parece que
Paulo está escrevendo para nós: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de
nosso Senhor...” (1Tm 1.8). Assim, somos exortados pelo Espírito Santo a
continuarmos o anúncio do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus (Rm
1.16). E este Evangelho de Cristo afirma que a justificação é pela fé somente;
o perdão tem como única base a morte de Cristo na cruz; e a insubstituível
necessidade do novo nascimento para entrar no Reino de deus, por obra do
Espírito Santo e da Palavra de Deus.
Conclusão.
A vontade de Deus é transformar o ser humano e
nós estamos aqui para anunciar essa verdade a todos aqueles que ainda não a
conhecem (Jo 8.32; At 4.12). Por isso, nos esforcemos para testemunhar de
Cristo, porque a seara é realmente muito grande, mas ainda são poucos os
ceifeiros (Mt 9.37).
Questionário.
1. O que o cristão deve saber manejar bem?
R: A Palavra de Deus (2Tm 2.15).
2. O que a Bíblia nos adverte?
R: A não se conformar com uma
vida espiritual medíocre (Rm 12.1-2).
3. Como o homem tenta encontrar a Deus?
R: Por meio das obras,
religiosidade ou suas próprias invenções (Ec 7.29).
4. Qual o Evangelho que Paulo anunciava?
R: “Cristo morreu por nossos
pecados...foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia” (1Co 15.1-4).
5. Por que devemos nos esforçar para
testemunhar de Cristo?
R: Porque a seara é realmente
muito grande, mas ainda são poucos os ceifeiros (Mt 9.37).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Evangelismo, Missões e Discipulado, A tarefa
primordial da igreja, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de
2017, ano 27, Nº 104, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
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