Lição 04 O perfil dos
enviados de Cristo.
23 de julho de 2017
Texto
Áureo
Atos 22.21
“E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos
gentios de longe”.
Verdade
Aplicada
Jesus Cristo fez de Sua missão um modelo para a
nossa, enviando-nos ao mundo.
Objetivos
da Lição
Ensinar acerca das virtudes do
caráter de um servo enviado;
Apresentar três fatores básicos
de motivação para aqueles a quem o Senhor Jesus envia;
Mostrar as responsabilidades e
as recompensas destinadas aos cristãos.
Glossário
Distinguir: Perceber a diferença
entre pessoas ou coisas, ser diferente; diferenciar-se, não se confundir;
Esboçar: Planejar, projetar;
Espectador: Aquele que presencia um
fato ou acontecimento qualquer.
Leituras
complementares
Segunda Mt 28.19
Terça Mt 28.20
Quarta Mc 16.15
Quinta At 1.8
Sexta Rm 10.14
Sábado Rm 10.15
Textos de
Referência.
Atos 20.17-21
17 E, de Mileto, mandou a Éfeso chamar os
anciãos da igreja.
18 E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes:
Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse
tempo me portei no meio de vós,
19 Servindo ao Senhor com toda a humildade e
com muitas lágrimas e tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram;
20 Como nada, que útil seja, deixei de vos
anunciar e ensinar publicamente e pelas casas.
21 Testificando, tanto aos judeus como aos
gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Hinos
sugeridos.
12, 208, 303
Motivo de
Oração
Ore para que pessoas sejam transformadas e
moldadas pelo amor de Jesus através da Palavra.
Esboço da
Lição
Introdução
1. O caráter de um enviado.
2. A motivação de um enviado.
3. Responsabilidade e
recompensas.
Conclusão
Introdução
O processo da pregação do Evangelho e tão
impressionante que até os anjos observam e estão atentos com grande interesse
(1Pe 1.12). A tarefa de anunciar as boas-novas de salvação é dos discípulos de
Jesus (Jo 20.21).
1. O
caráter de um enviado.
O apóstolo Paulo é um exemplo de perfil
aprovado para a obra evangelizadora. Ele era um homem temido por perseguir o
povo cristão. Todavia, após encontrar-se com Jesus e receber a salvação.
Tornou-se um importante instrumento na evangelização.
1.1. Servo.
Quem diria que na pele de um homem, que
“respirava ameaças e mortes”, como Saulo, estaria um apóstolo? Jamais devemos
desanimar em falar de Cristo aos homens, porque podemos encontrar um zeloso
Paulo escondido na alma de um Saulo pecador (At 9.15). Saulo se tornou um
frutífero pregador do Evangelho. Ele testemunhou que, após a conversão,
pertencia a Deus e O servia (At 27.23). Primeiro vem a conversão, depois o
serviço (1Ts 1.9). É necessário que todo discípulo de Jesus Cristo tenha a
mesma consciência do apóstolo Paulo quanto ao chamado para servir. Todos
precisamos estar comprometidos com o serviço da evangelização.
Na eternidade, um dos títulos
concedido a nós pelo Senhor Jesus Cristo será o de servo (Mt 25.21, 23). Embora
visto como algo humilhante por alguns, o título de servo e bastante valorizado
ao longo das Sagradas Escrituras. Repetidas vezes, Moisés, o líder dos filhos
de Israel, é chamado de “servo do Senhor” (Dt 34.5; Js 1.1); Jesus Cristo, o
Messias, a luz dos gentios, também recebe o mesmo tratamento de “servo do
Senhor” (Is 42.1; 52.13). No entanto, os exemplos acima demonstram para nós que
o principal não é ter o título de servo, mas, sim, o caráter de servo, pois “o
servo que não serve, não serve”.
1.2. Santo.
Como pregador da Palavra de Deus, Paulo zelava
por sua reputação diante de todos (At 20.18). Ele se colocou como um exemplo
digno de ser seguido desde o primeiro dia em que chegou à Ásia. Porém, ter o
caráter santo é ir além da boa reputação. O apóstolo Paulo não estava
preocupado com prestígio humano. Seu zelo ia além do conceito que as pessoas
poderiam formular acerca de sua pessoa. Paulo estava preocupado primeiro em
agradar a Deus (Gl 1.10). Ter um caráter santo é distinguir-se entre os demais,
fazendo sempre realçar as virtudes do Senhor Deus, que não somente habita em
nós, mas também coordena nossas atitudes (1Co 9.23-27).
Caráter é o conjunto de qualidades
que distinguem uma pessoa ou um povo. Tanto a reputação quanto a santificação
devem ser alvos constantes dos cristãos. É importante ressaltar que os escribas
e fariseus estavam muito preocupados com a reputação, mas o Senhor Jesus Cristo
criticou a hipocrisia deles, porque ensinavam uma coisa e faziam outra (Mt
23.4-7). Não deve ser esse o proceder do cristão.
1.3.
Virtuoso.
Paulo expõe que servia ao Senhor com toda
humildade, com lágrimas e enfrentando ciladas e tentações (At 20.19). Um servo
de Deus deve viver focado porque a nova vida exige que sejamos virtuosos (2Pe
1.5). Não estamos isentos de sermos recusados ou ignorados, mas devemos pedir a
Deus graça para suportar as pressões que a missão nos exige. É preciso esforço
e fazer todo o possível para sermos virtuosos. A palavra virtude em 2Pedro 1.5
admite vários sentidos: excelência, boa qualidade, bondade. São aspectos que
precisam estar presentes na vida daquele que é enviado pelo Senhor Jesus para
continuar a grande obra da evangelização.
Além de raça eleita e sacerdócio
real, os cristãos são nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus. Esse
povo descrito pelo apóstolo Pedro em termos tão magnificentes e repletos de
conteúdo tem uma missão no mundo: proclamar as virtudes de Deus. Virtudes, no
grego “aretas”, era um termo amplamente difundido na época. Podemos entender
este termo como as excelências, as grandezas de Deus, os Seus feitos
maravilhosos. E quais seriam estes grandes feitos do Senhor Deus? A resposta é
simples: a morte e ressurreição de Jesus Cristo como a transformação
libertadora do homem e do seu mundo. O feito maior do Eterno Deus, sem dúvida,
é a vida e obra de Jesus Cristo, que abre definitivamente diante do homem o
futuro, o êxodo, a libertação, avida eterna, vencendo todas as barreiras
impostas pelo pecado (Rm 8.1). O Maravilhoso Deus nos transportou do império
das trevas para o Reino do Filho do Seu amor (Cl 1.13). Longe de Deus, a
humanidade nem pode se chamar de povo, pois nada mais é do que um agregado de
pessoas bastante egocêntricas e individualistas, cada um lutando por interesses
próprios.
2. A
motivação de um enviado.
A motivação é a energia que coloca em movimento
o ser humano. A motivação é o princípio de uma ação voluntária e consciente.
Vejamos alguns fatores que motivaram o apóstolo Paulo em sua tão brilhante
missão.
2.1.
Obediência a visão.
Toda missão tem um destino a nos levar. Deus
não nos chamou para sermos espectadores. Sempre que vemos o Espírito de Deus na
Bíblia. Ele está realizando algo (Gn 1.2). O próprio Jesus disse “Meu Pai
trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). Uma vida sem propósito é
vazia e sem motivação. Paulo foi movido por uma visão. O Senhor o escolheu para
ser apóstolo dos gentios. Ele foi fiel à visão celestial testemunhando tanto a
grandes, quanto a pequenos, em sua trajetória evangelística (At 26.19).
Nenhum de nós precisa receber uma
“revelação” para ter que pregar, evangelizar ou testemunhar acerca de Jesus
Cristo. Já temos a Palavra de Deus revelada. Todos nós temos uma
responsabilidade: anunciar que só há salvação em Jesus Cristo (1Co 9.16). Para
isso, precisamos estar cheios do Espírito Santo. E, se o Senhor nos der uma
visão particular, uma missão específica, sejamos obedientes à Sua ordem.
2.2. O
amor pelos perdidos.
Todo cristão deve possuir um profundo amor
pelos perdidos. Nosso maior exemplo é o Senhor Jesus Cristo. Ele expressou Seu
amor até no momento da crucificação (Lc 33.34). Devemos sempre permitir a
frutificação do amor de Deus pelos perdidos através de nossas vidas. Em Atenas,
o apóstolo Paulo encontrou uma cidade tomada pela idolatria. Isso comoveu seu
espírito de tal maneira que resolveu propagar a luz da verdade para salvar o
povo da cegueira e da perdição (At 17.16-17). Tomado pelo amor e inspirado pelo
Espírito, ele testemunhou acerca de Cristo e da ressurreição, e alguns creram
em sua palavra (At 17.34).
O episódio do apóstolo Paulo na
cidade de Atenas nos ajuda a sondar os nossos próprios corações. Paulo odiava a
idolatria, mas amava os perdidos. Ao contemplar a situação, ele não os
criticou, nem os desprezou, mas partiu, decididamente, a pregar nas sinagogas e
Deus o abençoou grandemente. Ele mesmo disse: “E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade,
nada seria” (1Co 13.2).
2.3.
Senso de urgência.
Ao refletir ainda sobre Paulo em Atenas,
percebemos o seu senso de urgência (At 17.16). O termo usado por Lucas é:
“paroxuno”, que tem o sentido de afiar, amolar, acelerar. É necessário que o
evangelizador tenha uma visão clara da situação espiritual dos que ainda não
nasceram de novo, para que possua um senso de urgência, celeridade, pressa. Os
perdidos precisam ouvir a mensagem do Evangelho para que possam se arrepender,
Devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que ia de cidade em
cidade, de sinagoga em sinagoga pregando a mensagem do Reino de Deus (Mt 9.35).
O que o Senhor Jesus fez no
território de Israel, indo de cidade em cidade, e de sinagoga em sinagoga, o
apóstolo Paulo, igualmente fez, entre os judeus e piedosos da diáspora. O tempo
de fazer uma grande colheita de almas para Deus na cidade de Atenas havia
chegado, portanto, era necessário que Paulo agisse urgentemente, pois o juízo
se aproxima (At 17.30-31).
3.
Responsabilidades e recompensas.
Anunciar o Evangelho é uma responsabilidade
seguida de grandes recompensas. O trabalho de um servo de Deus nunca será vão
no Senhor, porque Ele é galardoador de todos os que o buscam e sempre
recompensará aqueles que produzem em Sua seara (Mt 25.21; Hb 11.6).
3.1. Um
coração zeloso como de um pai.
O apóstolo Paulo desejava apresentar a Jesus
Cristo não somente um número de pessoas, mas pessoas tratadas, cuidadas, limpas
e santas (2Co 11.2). O zelo pela obra era paternal, que funcionava desde a
geração até o crescimento. Paulo não desejava entregar a Deus bebês pirracentos
(1Co 3.1-3). Por isso, ele os visitava, orava por eles, escrevia cartas e os
alertava acerca dos perigos que tentavam usurpar sua fé e penetrar no seio da
igreja. Não basta gerar bebês espirituais, deve-se cuidar até que cresçam, ou
encaminhar a quem deles cuide (1Co 14.20).
O apóstolo Paulo, como pai zeloso,
sempre teve como finalidade apresentar o melhor fruto a Deus (1Co 12.24-26).
Para o apóstolo Paulo, há lugar para atitude infantil, mas é com respeito à
malícia, não ao pensamento. Mais do que nunca, é necessário ser maduro no
entendimento e crianças diante da malícia. Como esse princípio é importante e
determinante nos dias em que vivemos. É importante lembrar que o Espírito Santo
atua na edificação da Igreja precisamente por intermédio da razão amadurecida.
3.2. Um
compromisso com a vinda do Senhor.
Todo aquele que está enraizado em Cristo deve
ter em mente a realidade da vinda do Senhor. É por esse motivo que devemos
anunciar o Evangelho a tempo e fora de tempo, porque não sabemos quando o
Senhor virá (Mt 24.50). A evangelização é um compromisso com o próprio Senhor.
É necessário que falemos de Jesus em toda e qualquer oportunidade que se
apresenta a nós. O tempo urge e os sinais estão mais claros a cada dia. Se não
anunciarmos, muitos descerão ao abismo da perdição por nossa culpa. O Senhor
nos entregou a boa semente, nos deu o Seu Espírito Santo e nos capacitou com os
dons espirituais. É sair e colher, porque os campos já estão prontos para a
ceifa (Jo 4.35).
A vinda de Jesus Cristo pode
acontecer a qualquer momento e nos foi prometido um prêmio especial da parte de
Deus pelas nossas obras (1Co 3.8). Vale a pena ressaltar que existem vários
tipos de obras (ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha) e vários
tipos de recompensa. Porém, com recompensa ou não, a nossa responsabilidade como
salvos é avisar aos perdidos da iminente vinda de Jesus Cristo e o que
acontecerá aos ímpios no dia de Sua vinda (At 17.30-31; 1Ts 1.10).
3.3. A
recompensa dos enviados.
O
trabalho da seara do Senhor Jesus é árduo e inclui surpresas, dores, provações e
perseguições. Todavia, em meio a tudo isso, o Senhor nos prometeu um prêmio por
nossas obras. Mas como distinguir esse prêmio? A forma como Deus nos premia vai
além de qualquer pensamento (Ef 3.20). A Palavra de Deus nos assegura que o
trabalho na obra do Senhor “não é vão” (1Co 15.58), “jamais será improdutivo”.
Todos os esforços serão recompensados pelo Senhor da seara no glorioso dia do
Seu retorno (Mt 25.21; Lc 19.17).
O trabalho de um lavrador é árduo.
Debaixo de sol, ele prepara a terra, lança a semente e aguarda o precioso fruto
de seu trabalho. É importante compreender que toda semente tem um tempo de
maturidade. Assim é o nosso semear. Pode parecer que nada acontece, mas devemos
crer que a Palavra de Deus sempre prosperará (Is 55.11).
Conclusão.
Todo discípulo de Jesus Cristo, consciente de
ter sido chamado para cumprir tão importante tarefa, enviando ao mundo (Jo
20.21) e capacitado com o poder do Espírito Santo (At 1.8), precisa ser
perseverante no trabalho do Senhor até que Ele venha.
Questionário.
1. Qual era a preocupação de Paulo?
R: Ele estava preocupado primeiro
em agradar a Deus (Gl 1.10).
2. Por que o servo de Deus deve viver focado?
R: Porque a nova vida exige que
sejamos virtuosos (2Pe 1.5).
3. Segundo a lição, o que todo cristão deve
possuir?
R: Um profundo amor pelos
perdidos (Lc 23.34).
4. O que Paulo desejava apresentar a Jesus
Cristo?
R: Pessoas tratadas, cuidadas,
limpas e santas (2Co 11.2).
5. O que a Palavra de Deus nos assegura?
R: Que o trabalho na obra do Senhor
“não é vão” (1Co 15.58).
Fonte: Revista de Escola
Bíblica Dominical, Betel, Evangelismo, Missões e Discipulado, A tarefa
primordial da igreja, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de
2017, ano 27, Nº 104, publicação trimestral, ISSN 2448-184X.
Muito bom comentário, parabéns!!!
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