segunda-feira, 25 de julho de 2016

Lição 5 O ministério de Jesus Cristo na região da Galileia.



Lição 5 O ministério de Jesus Cristo na região da Galileia.
31 de julho de 2016

Texto Áureo
Mateus 4.18
“E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.”

Verdade Aplicada
Jesus escolheu homens simples para que, depois da Sua morte, através deles, o mundo fosse abalado.

Objetivos da Lição
Mostrar o ponto inicial do ministério público do Senhor Jesus;
Apresentar como Jesus desenvolveu o Seu trabalho discipulador;
Ensinar sobre os aspectos do trabalho de Jesus e Sua fama.

Glossário
Ápice: Apogeu, momento mais extremo de uma situação ou discussão;
Concomitantemente: Ao mesmo tempo que outro.
Vaticinar: Profetizar, prenunciar.

Leituras complementares
Segunda Mt 4.12
Terça Mt 4.13
Quarta Mt 4.19
Quinta Mt 4.20
Sexta Mt 4.21
Sábado Mt 4.22

Textos de Referência.
Mateus 4.23-25
23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.
24 E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava.
25 E seguia-o uma grande multidão da Galileia, Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e dalém do Jordão.

Hinos sugeridos.
19, 183, 578

Motivo de Oração
Peça a Deus estratégia para a evangelização no país.

Esboço da Lição
Introdução
1. O início do ministério público de Jesus.
2. Jesus chama os discípulos.
3. As faces do ministério de Jesus.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, estudaremos como Jesus deu início ao Seu ministério público. Veremos Jesus saindo do anonimato de uma carpintaria para depois de Seu batismo atuar pregando, ensinando e curando, até tornar-se extremamente popular.

1. O início do ministério público de Jesus.
Todo início de ministério profético ocorre a partir de um lugar e com uma mensagem clara. Com Jesus não foi diferente. Depois de vencer a tentação, derrotando o diabo no deserto, agora teria início o Seu ministério na Galileia.

1.1. Jesus volta para a Galileia.
Da Judeia, Jesus retorna para a Galileia, assim que soube que João Batista foi preso. A Galileia, que fica na região norte de Israel, era governada por Herodes Ântipas e sua população era constituída de muitos estrangeiros e judeus mistos. Por isso o profeta Isaías a chama de “a Galileia das nações”. Ao regressar, Jesus passa em Nazaré, mas, de acordo com Lucas, o Seu testemunho não foi aceito lá (Lc 4.16-30). Por isso, Ele foi habitar em Cafarnaum, dando início ao seu trabalho com êxito, exatamente no lugar profetizando e onde frutificou com um maravilhoso discipulado.

Explique para os alunos que o fato de Jesus ter sido rejeitado e expulso de Nazaré, a cidade onde fora criado, não o fez parar, mas o atraiu para o cumprimento profético de Isaías. Destaque para os alunos que a região norte, de gente misturada, constituída de estrangeiros e considerada atrasada, foi o campo fértil para o desenvolvimento de Seu ministério. Diga para os alunos que quando se tem um chamado, este deve ser desenvolvido num ambiente dirigido por Deus. Destaque para os alunos que quem desiste jamais terá êxito em sua caminhada de fé.

1.2. A pregação de Jesus.
Na Galileia, região considerada de trevas, cujo povo estava assentado na região e sombra da morte, a situação mudou, pois Jesus, a resplandecente Estrela da Manhã, anunciou um novo dia por meio de Sua pregação. Suas Palavras tocaram a muitas vidas cansadas, corações feridos e gente sem esperança. Dessa maneira, através de Suas pregações, muitos veem de fato uma luz e se voltam para Deus. Sim, as palavras de Jesus tocam com amor, fé e esperanças e senso de urgência para voltarem-se para Deus e muitos voltam até hoje.

Explique para os alunos que Jesus foi rejeitado em Nazaré, mas Seu ministério foi bem acolhido em Cafarnaum e adjacências à borda do mar da Galileia. Perceba que Jesus se dirige a um povo sem qualquer visibilidade e esquecido, que estava “assentado nas sombras da morte”. Quer lugar mais sem esperança do que este? Porém é lá que as pessoas quebrantadas e se voltam para Deus. Eis aí um clássico exemplo de amor para todos nós. É claro que devemos ir a todos, mas as palavras do Evangelho são as que resgatarão as pessoas de seu estado de morte para Deus.

1.3. Jesus e Sua equipe.
Ao chegar a Cafarnaum, que significa “Vila de Conforto” ou “Vila de Naum”, Jesus não perdeu tempo, pois logo passou a pregar e a estar atento a possíveis discípulos. Engana-se quem pensa que Jesus estava à procura de meros seguidores ou simpatizantes para Sua causa, porque Ele não estava. Seguidores Ele já tinha vários, porém Jesus estava atento a discípulos, isto é, aqueles que comporiam a Sua equipe de enviados. Esta equipe seria formada não por intelectuais ou pessoas de grande projeção social, porém de indivíduos com elevada devoção, firmes na decisão de servir a Deus (Jo 15.16).

Explique para os alunos que a ida de Jesus Cristo a Cafarnaum trata-se de uma maravilhosa estratégia de missões. Ele vai entrar em contato com o público que está em trevas, mas pronto para receber a Sua Palavra. Informe para os alunos que, ao contrário do que se pode pensar, Ele não estava e nem está à procura de grandes públicos, mas de indivíduos que possam arder pela vontade de Deus e pelo Seu Reino.

2. Jesus chama ao discipulado.
Jesus já iniciara o Seu ministério entre os galileus e precisava multiplicar-se para ter maior alcance. Ele precisava de uma equipe que pudesse reproduzir a Sua mensagem e o que Ele era. Assim, convocou homens ao discipulado.

2.1. O chamado.
Dá para imaginar Jesus andando junto ao mar da Galileia e a conexão que Ele fazia daquele ambiente com a Sua missão? Para o Senhor Jesus o mundo era o mar e os grandes cardumes de peixes a sociedade humana sem Deus e perdida. Ao observar Pedro e André com suas redes, viu nelas a mensagem do Reino, a mensagem de vida que eles trariam aos homens. Dessa maneira, os chamou ao treinamento de uma pescaria celestial: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Os peixes do mar morrem quando apanhados, mas nas redes do Reino ganham a vida.

Mostre para os alunos o quanto Jesus Cristo amava as pessoas e, ao chegar naquele ambiente, a grande conexão que Ele fez com Seu ministério. Comente com os alunos que Jesus contemplava tantos e tantos cardumes humanos se perdendo sem rumo no mar dessa vida. Poe esta razão, Ele chamou pescadores e é dessa maneira que Ele nos chama para Sua missão no Reino.

2.2. Os homens chamados ao discipulado.
Inicialmente, Jesus chamou dois pares de pescadores para estar com Ele, para o aprendizado. Estes se tornariam grandes pescadores de almas para Deus. Notem que Deus vê em nós coisas boas, potenciais os quais nem sonhamos tomar parte. Deus deseja que nos tornemos pescadores de almas para o Seu Reino. É claro que Jesus estivera com os quatro pescadores antes. Por exemplo, André e João passaram uma tarde com Jesus (Jo 1.35-39). Assim como André logo apresentou Pedro a Jesus, João deve ter feito o mesmo com seu irmão Tiago e seu pai Zebedeu. Os chamados iniciais foram feitos a pessoas simples, como eu e você, mas com muita vontade de aprender e fazer a obra de Deus.

Explique para os alunos que os planos de Deus vão além da vida presente. O que para Ele importa é o enorme desejo que cultivamos e levamos conosco de fazer a Sua vontade. Aqueles homens amavam o mar, as redes e a profissão, mas Cristo tinha algo mais para aqueles rudes homens. Algo que tocaria a eternidade de modo diferente: o chamado para tornarem-se pescadores de almas. Comente com os alunos que Deus chama os melhores profissionais de sua área para trabalharem para Si. São homens que não resistem ao chamado. Homens capazes de deixarem as redes, a coletoria de impostos, o sinédrio, enfim, toda a sua vida secular para ganharem almas.

2.3. O preço do discipulado.
Aqueles homens, ao atenderem o convite de Jesus, logo deixaram as suas redes e os seus barcos. Eles eram profissionais da pescaria e tinham nesses instrumentos o seu sustento diário. O que esses homens tinham em mente quando deixaram a sua profissão? Na verdade, eles previamente experimentaram a mensagem, o poder e a santidade de Jesus, de modo que todos ficaram atemorizados (Lc 5.1-11). Eles sabiam que estavam diante de alguém mui sublime da parte de Deus, por isso adiante de tantas evidências não resistiram ao chamado do Mestre e deixaram tudo. Apenas algum tempo depois foi que eles questionaram o que receberiam em troca (Mt 19.27-30). Sempre valerá a pena atender ao chamado. O prêmio para os que obedecem é incomparavelmente maior do que o investimento!

Explique para os alunos que o ato de deixar as redes e os barcos para trás foi consequência de algumas coisas. Primeiro, eles tinham uma noção da identidade de Jesus de Nazaré como alguém mui sublime, alguém enviado da parte de Deus. Essa nação era resultado da sabedoria de Suas palavras e dos sinais que operava. Ressalte para os alunos que, com tais características, eles, ao ouvirem o chamado, logo atenderam, pois, estes homens sabiam que cooperariam com algo grandioso e muito arriscado. Comente com os alunos a Importância de termos internalizado em nossos corações profundamente quem Jesus é, e, depois, a Sua vontade para nós dentro do Corpo de Cristo, para depois atendermos o Seu chamado.

3. As faces do ministério de Jesus.
Ao longo do ministério público do Senhor Jesus, Ele foi chamando outras pessoas para compor Sua equipe. Depois os preparou e os enviou às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.1). Enquanto isso não acontecia, o Mestre desenvolvia as várias facetas de Seu ministério público que se revelava em outros ministérios como veremos.

3.1. Ministério da pregação e ensino.
Jesus desenvolveu um trabalho itinerante, tornando a Galileia o Seu circuito, ou seja, Jesus rodeava toda a Galileia desenvolvendo o ministério da Palavra através da pregação e ensino (Mt 4.23). Mateus é bem enfático quanto a isso, pois ele informa que Jesus percorria cidades e povoados (Mt 9.35). O Senhor Jesus ensinava, ou seja, instruía os Seus ouvintes, expondo acerca do Reino de Deus. Às vezes, esse ensino era em tom de conversação e outras em discursos didáticos, mas também de pregação. O Seu auditório era formado de frequentadores das sinagogas e pessoas que se reuniam em casas ou debaixo de uma árvore nos povoados.

Enfatize para os alunos que o Senhor Jesus Cristo tinha um senso de urgência muito grande em relação às almas. Por isso Ele “percorria”, que, no grego, significa “periegen” e também tem o sentido dinâmico de rodear (Mt 4,23). Comente com os alunos que, portanto, o ministério da Palavra através de Jesus não era fixo. Reforce para eles que quanto mais Jesus rodeava as cidades, mais consciência Ele tinha de que haviam grandes cardumes humanos e campos brancos para a colheita. Faça essas duas perguntas para os alunos: “Será que essa visão de perdição eterna não mexe conosco?” “Quando será que romperemos com esse silêncio mórbido, enquanto tantos se perdem?”.

3.2. Ministério de cura e libertação.
Enquanto Jesus ensinava e pregava acerca do Reino de Deus, as curas aconteciam. As curas são resultado da palavra da fé ensinada e pregada. Isso era algo novo para todos os galileus e demais judeus, coisa que ora causava admiração, espanto e, com o tempo, muitos ciúmes nos chefes das sinagogas. Tanto a cura das enfermidades físicas como a libertação de possessões demoníacas eram vistas como cura também (Lc 13.10-17), pois os demônios são causadores de desordens psicológicas (Mt 17.14-18; 8.28-34). Quando vamos até Jesus, somos curados e libertados de toda sorte de enfermidade, seja que procedência for (Mt 4.24)!

Explique para os alunos o grande segredo da cura divina e libertação. Destaque para os alunos que ela é resultado da palavra da fé, o que também é chamado de “unção” na pregação. Trata-se de uma palavra buscada em Deus através da co0nsagração pessoal pela oração e jejum. É importante que busquemos para nós essas coisas primeiro e, depois, ou simultaneamente, para os outros.

3.3. A fama de Jesus em Seu ministério.
Jesus foi possuidor de uma fama que extrapolou os limites da Galileia. Ele veio especificamente para os filhos de Israel e orientou que Seus discípulos não saíssem dos termos de Israel (Mt 10.6). Note, porém, que as pessoas do extremo norte de Israel e também dos termos da Síria traziam os seus enfermos para serem curados (Mt 4.24). Não apenas grupos de pessoas iam e vinham a Jesus, mas o acompanhavam grandes multidões originadas de vários lugares: Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judeia e lugares de além do Jordão. A fama de Jesus atravessou não só os lugares de origem, mas também milênios!

Mostre para os alunos que a fama de Jesus Cristo ultrapassou lugares e milênios desde a Sua primeira vinda aqui na Terra. Comente com os alunos que o povo de Sua época foi impactado com Sua presença e trabalho, porém a Sua fama tornou-se ainda de maior alcance depois de Sua morte. Enfatize para os alunos que muitos reis, divinizados por seus povos ou que se consideravam “deuses”, tentaram esse feito, mas, com a queda das civilizações, eles caíram no esquecimento.

Conclusão.
O ministério do Senhor foi como a raiz de uma terra seca para os religiosos contemporâneos. Seu labor não tinha parecer e nem formosura por causa de Sua origem. Jesus, porém, brilhou muito além da carpintaria e das praias da Galileia, visto que Seu brilho é eterno.

Questionário.
1. Quem era o governador da Galileia?
R: Herodes Ântipas (Mt 14.1).

2. Como Mateus descreve a Galileia daqueles dias?
R: Como região de trevas (Mt 4.16).

3. O que significa Cafarnaum?
R: Vila de Conforto ou vila de Naum (Mt 4.21).

4. Quem era o pai de Tiago e João?
R: Zebedeu (Mt 4.13).

5. Qual foi a orientação de Jesus para os Seus discípulos?
R: Que não saíssem dos termos de Israel (Mt 10.6).

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Edição Histórica, Jovens e Adultos, edição do professor, 3º trimestre de 2016, ano 26, Nº 100, Mateus uma visão panorâmica do Evangelho do Rei.

Lição 5 Predições de Juízo e Glória.



Lição 5 Predições de Juízo e Glória.
31 de julho de 2016

Texto do dia.
(Is 4.6)
"E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e contra a chuva."

Síntese
Após o juízo divino avassalador, se estabelecerá um período de muita justiça, glória e beleza, em que o "renovo do Senhor", Cristo, promoverá um período de bênçãos, proteção e prosperidade.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Is 4.1 Profecia sobre o Messias
TERÇA - Mt 25.31-32 No dia do juízo Deus honrará seus verdadeiros filhos
QUARTA - Is 2.4 Deus realiza seu juízo
QUINTA - Is 2.1-2 Deus manifestará sua glória restauradora
SEXTA - Is 44.21-22 Deus apaga os pecados do seu povo
SÁBADO - Is 65.17-18 A glória de Deus traz alegria e regozijo

Objetivos
DEMONSTRAR o que é o juízo de Deus e que a execução deste não anula seu amor para com sua criação;
MOSTRAR quem é o Renovo do Senhor predito por Isaías e o que Ele representa para Israel e para a Igreja;
SABER que a proteção do Senhor é real e constante.

Interação
Professor, podem surgir dúvidas quanto ao fato de Deus executar juízo com amor. Procure mostrar que o juízo de Deus faz parte do seu amor para purificar e ensinar seu povo errante. De outra forma não se arrependeriam, dado o estado de rebeldia e rejeição para com as ofertas amorosas de Deus. O Senhor desejou que seu povo confiasse inteiramente nEle. Porém preferiram resolver as crises da maneira deles.  Desta forma, a escolha foi feita pelo próprio povo, pois foram alertados, com antecedência, do que aconteceria se confiassem em si mesmos e não na provisão divina. Entretanto, o que prevalece no final é a grande demonstração do amor de Deus ao restaurar seu povo e cuidar deles oferecendo seu Filho.

Orientação Pedagógica
Na aula de hoje, estudaremos temas que provocam a curiosidade dos jovens: predições de juízo e glória. Aparentemente são temas que levam a uma ideia de antagonismo, embora não sejam.
Para explicar o subtópico 3 do terceiro tópico, sugerimos a confecção de um quadro em cartolina. Escreva no centro do quadro o nome Cristo. Peça que os alunos citem maneiras pelas quais o Messias pode prover bênçãos para aqueles que creem. À medida que os alunos forem citando, vá relacionando no quadro. Conclua comentando as citações dos alunos. Ressalte o que Cristo tem preparado para os salvos.

Texto bíblico
Isaías 4.2-6
2 Naquele dia, o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra, excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
3 E será que aquele que ficar em Sião e que permanecer em Jerusalém será chamado santo: todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém.
4 Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião e limpar o sangue de Jerusalém do meio dela, com o espírito de justiça e com o espírito de ardor,
5 criará o Senhor sobre toda a habitação do monte de Sião e sobre as suas congregações uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo chamejante de noite; porque sobre toda a glória haverá proteção.
6 E haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e contra a chuva.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição você verá que o profeta mostra que, apesar de Deus ter de executar juízo contra seu povo, como consequência das escolhas erradas feitas por eles, o que prevalece é seu imenso amor, misericórdia e cuidado para com eles, demonstrado no envio do Messias (Is 4.5). Isaías deixa claro que o Deus executor de juízo age com justiça e equidade, mas que jamais deixará seu povo entregue ao sofrimento, demonstrando assim a grandeza dEle purificando, salvando e curando seu povo e ainda lhes prometendo que seriam muito abençoados.

I - O JUÍZO DE DEUS

1. As causas do juízo de Deus. Antes de enviar seu juízo, Deus havia mostrado claramente ao povo que não deveriam agir de forma contrária ao seu amor. Por isso, alertou contra a corrupção dos governantes e a violência. Alertou sobre questões econômicas e sociais que promoviam a injustiça, foram denunciadas e advertidas as seguintes práticas: a substituição do Senhor pelas riquezas; a ganância; o suborno recebido pelo juiz; a exploração dos trabalhadores para a manutenção do luxo no palácio, do rei, da corte e do Templo; a concentração de riquezas nas mãos de poucos; o empobrecimento da população; a administração fraudulenta; a impunidade e a opressão. Tudo isso característica do afastamento sistemático do amor e do cuidado de Deus, dando as costas a Ele, e na prática querendo afirmar que não precisariam dEle nem de suas ordenanças para organizarem suas vidas.

2. Como um Deus bom pode agir com juízo. Existem pessoas que não compreendem como um Deus de amor pode agir em juízo; alegam que as duas coisas são antagônicas e preferem achar que Ele é complacente com situações que ferem sua santidade, como no caso do povo de Judá e Jerusalém, mas a verdade é que o juízo de Deus se manifesta sempre que se viola o princípio de justiça estabelecido por Ele, e assim se viola seu próprio amor, ou seja, a própria criatura humana se expõe ao juízo de Deus ao rejeitar o seu amor, que é oferecido gratuitamente. No caso de Israel, esse amor foi rejeitado ao agirem com arrogância e autossuficiência, desprezando a provisão de Deus, e ao praticarem a injustiça de uns para com os outros, oprimindo e explorando os pobres, os órfãos e as viúvas.

3. A justiça estabelecida com juízo. Para que houvesse o retorno da justiça no meio do povo de Deus era preciso que o juízo fosse feito com rigor pelo Justo Juiz. Deus lavaria e purificaria toda a sujeira e limparia Jerusalém da culpa do sangue inocente derramado. Para isso enviaria seu Espírito de justiça e seu Espírito purificador (Is 4.4). Quando o juízo fosse completado, a glória e a proteção do Senhor seriam estendidas sobre seu povo.
Atualmente, a igreja é o povo do Senhor na terra e atua como um arauto de justiça e um inibidor do juízo contra o pecado e todas as formas de injustiça. Por isso, ela não deve se omitir dos meios públicos, políticos e da justiça social, mas também não pode compactuar com políticas injustiças e corruptas. Precisa ocupar o espaço na sociedade que lhe compete e posicionar-se de forma profética e justa. Nessa posição, não há como aceitar troca de favores com os poderes constituídos, pois compromete a autoridade profética da igreja.

Pense
Apesar da existência do juízo de Deus, a nossa relação de obediência a Ele não deve se basear no medo de sua punição, mas sim no amor que nos constrange a ser fiéis à sua Palavra e vontade sublime, entendendo-as como o melhor caminho possível para as nossas vidas

Ponto Importante
Na teologia bíblica cristã, o juízo de Deus não se origina por uma intenção malévola de Deus. O juízo surge por consequência de nossos pecados, de nossa transgressão ao modelo de vida estabelecido por Deus.

II - A GLÓRIA DO RENOVO DO SENHOR

1. O Renovo do Senhor para Israel. Segundo os estudiosos do texto bíblico, ao falar do Renovo do Senhor, Isaías está se referindo ao Messias que seria rejeitado pelo povo de Israel, mas aceito ao final de muito aperto. Novamente, aqui a profecia aponta para um contexto imediato, a invasão da Babilônia, e para um contexto remoto - o fim dos tempos, quando Israel estará novamente sitiada e será liberta milagrosamente quando reconhecer e aceitar a Cristo como o enviado de Deus. Esse tempo será após o período da grande tribulação, que durará sete anos, e o Anticristo quebrará o pacto feito com Israel e muitas nações da terra se voltarão contra o povo de Deus. Neste momento o socorro do Senhor virá por  meio da intervenção divina encabeçada por Cristo em favor de seu povo.

2. O Renovo do Senhor para a Igreja. Como Israel rejeitou a Cristo, abriu-se a grande porta da graça de Deus para todos os povos da Terra. Todos os que aceitam a Cristo como salvador, neste tempo da graça, serão espiritualmente revestidos de beleza e glória, através de Cristo nas suas vidas. Com isso todos os que estão em Cristo são chamados de santos (Is 4.3; 1Co 1.2). Além disso, o profeta promete que o Renovo do Senhor produzirá vida, Jesus se referiu a Ele mesmo como o doador da vida (Mt 20.28; Jo 3.15-16; 5.24), dizendo que "quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14).

3. Cristo, o provedor de bênçãos para os salvos. Por meio de Cristo, há abundante provisão para todos nós, os salvos. Através de sua Palavra Ele promete cura para o corpo físico (Mt 4.23), libertação do pecado e de situações de aflição e angústia (Rm 8.21), salvação do estado de morte e aproximação de Deus (Lc 3.6), renovação para a mente e no modo de pensar (Rm 21.2; 4.23), perdão completo para a culpa (Mt 26.28; Lc 24.47), e sobre nós repousa sua glória transformadora, como disse Paulo em 2 Coríntios 3.18

Pense
Em Cristo começamos a experimentar a glória de Deus em nossas vidas. Apesar de não ser de maneira plena, quando estamos em Jesus iniciamos a preparação para viver a glória eterna. Estar em Jesus é ter a garantia de que iremos experimentar a glória de Deus de maneira plena

Ponto Importante
O objetivo final do juízo é sempre a renovação do bem-estar do povo de Deus e a manifestação da glória do Deus Altíssimo. Deus julga porque quer restabelecer a ordem da sua criação.

III - A PROTEÇÃO DO SENHOR

1. A proteção do Senhor para Israel. O profeta faz o povo se lembrar do cuidado de Deus na travessia do deserto e afirma que, de forma mais gloriosa ainda, a mesma proteção será presente para o povo de Deus. Obviamente essas expressões estão em sentido figurado e remetem para um tempo futuro, no reinado messiânico, em que Deus protegerá seu povo de forma miraculosa contra todos os inconvenientes, tanto da natureza quanto de seus inimigos. Mas além dessa proteção, fornecerá provisões de calor durante a noite e sombra durante o dia (Is 4.6), ou seja, o povo se sentirá confortável como nunca em outro tempo esteve, pois a plenitude do reino messiânico será de uma glória indescritível (Is 4.5).

2. A proteção do Senhor para os salvos. Embora as promessas de Deus para Israel quanto ao reino messiânico também se apliquem aos salvos, Jesus afirmou que aqueles que vivessem em seu Reino (Lc 8.1; 16.16; 17.20-21) que se estabelece nos corações, experimentariam antecipadamente as realidades desse Reino (Rm 14.17). Jesus não prometeu uma vida fácil, livre de tribulações, Ele mesmo disse: "no mundo tereis aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo" (Jo 16.33). Porém, a sua provisão para o seu povo é a companhia, o consolo e o conforto do seu Espírito Santo, que atua como uma nuvem sobre seu povo, guardando-os do calor escaldante das aflições da vida e do fogo do Espírito que protege contra a frieza deste mundo e lhes provê sustento espiritual. O resplendor de fogo sobre o povo e o seu Espírito purificador (Is 4.4-5) é uma alusão ao batismo no Espírito com fogo (Mt 3.11) que se cumpriu no Dia de Pentecostes e se cumpre na vida de cada crente ao ser batizado no Espírito Santo, promovendo purificação e queimando interiormente aquilo que fere a santidade de Deus, permitindo vivermos em seu Reino de justiça, paz e amor.

Pense
Apesar da proteção que Jesus dá para as nossas vidas, isso não significa que Ele nos isenta de qualquer situação difícil. Só teremos total transformação e descanso na manifestação plena do reinado futuro de Jesus.

Ponto Importante
A vinda do Messias remete à promessa de um renovo e cuidado de Deus pelo seu povo apesar de seus pecados. É símbolo de que Deus não desiste do seu povo ainda que este abandone seus caminhos. Deus sempre volta a ter compaixão.

Jesus não prometeu uma vida fácil, livre de tribulações, Ele mesmo disse: "no mundo tereis aflições"
(Jo 16.33).

SUBSÍDIO 1
"Cristo é chamado Renovo de Jeová, plantado pelo seu poder e florescido para seu louvor. O Evangelho é fruto do renovo de Jeová. Todas as graças e consolações do Evangelho brotam de Cristo. É chamado fruto da terra porque surge neste mundo e é adequado para o estado presente. Será uma boa prova de que somos diferentes daqueles simplesmente chamados Israel, se formos levados a ver toda a beleza em Cristo, e na santidade. [...].
Através do juízo da providência de Deus, os pecadores são destruídos e consumidos; porém, pelo Espírito da graça são transformados e convertidos. O Espírito atua aqui como Espírito de juízo, ilumina a mente e convence a consciência; também como Espírito que queima, vivifica e fortalece os afetos, e faz com que os homens sejam afetados zelosamente em uma boa obra. Um amor ardente por Cristo e por vidas humanas, e o zelo contra o pecado, levarão os homens de modo resoluto a obras que tirem a incredulidade de Jacó. Toda a aflição serve para os crentes como forno para purificá-los da escória; a influência convincente, poderosa e iluminadora do Espírito Santo desarraiga paulatinamente as suas luxurias e os torna santos como Ele é Santo" (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.p. 563).

ESTANTE DO PROFESSOR
RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas: Esperança e Glória para os Salvos. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

CONCLUSÃO
Deus deseja para nós, o seu povo escolhido, os salvos em Cristo, que vivamos uma vida de plenitude desfrutando das muitas coisas boas disponíveis em seu Reino, estabelecido em nossos corações. A rejeição dessa oferta gratuita é uma afronta ao seu amor e misericórdia; por isso, vale a pena o esforço para permitir que o seu Espírito Santo instale em nossos corações o seu Reino, trazendo libertação das forças opressoras do mal e da miséria humana.

Hora da revisão.

Que significado tinha a coluna de nuvem e fogo para o povo de Israel?
Proteção, conforto e consolo.

Por que Deus enviou juízo para o seu povo?
Porque o povo que não deveria agir de forma contrária ao seu amor.

Por que um Deus bom pode agir com juízo?
Porque quando se viola o princípio de justiça estabelecido por Ele, se viola Seu próprio amor, ou seja, a própria criatura humana se expõe ao juízo de Deus.

Qual o propósito do juízo de Deus sobre Israel?
Deus lavaria e purificaria toda a sujeira e limparia Jerusalém da culpa de sangue inocente derramado; para isso enviaria seu Espírito de justiça e seu Espírito purificador através do juízo.

A quem o profeta se refere quando escreve sobre o renovo do Senhor?
Está se referindo ao Messias, ao Cristo.


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, Isaías Eis me aqui, envia-me a mim, professor, 3º trimestre 2016.