segunda-feira, 29 de junho de 2015

Lição 1 Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança.



Lição 1 Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança.
5 de julho de 2015

TEXTO ÁUREO
"Ninguém despreze a tua mocidade; as sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." 
(1 Tm 4.12)

VERDADE PRÁTICA
As cartas pastorais reúnem orientações à liderança cristã e aos membros em geral para que vivam conforme a vontade de Deus

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Tm 1.2 O cuidado paternal pelo jovem obreiro
Terça - Ef 6.17 A Palavra de Deus é a "espada do Espírito"
Quarta - Gl 4.9-11 O pastor deve ter cuidado com o legalismo
Quinta - At 15.19,20 De que os crentes gentios deveriam se abster
Sexta - 1 Co 5.7ª Paulo alerta a respeito do cuidado com o "fermento velho"
Sábado - 2 Tm 2.15 Preparado para manejar a Palavra da verdade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 1.1,2; Tito 1.1-4
1Tm 1.1 - Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa,
2 - a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.
Tt 1.1- Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,
2 - em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos,
3 - mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador,
4 -  a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

OBJETIVO GERAL
Apresentar um panorama geral das epístolas paulinas de Timóteo e Tito.

HINOS SUGERIDOS: 210, 225 e 515, da Harpa Cristã

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I           Introduzir as epístolas pastorais de Timóteo e Tito.
II          Conhecer os propósitos das epístolas de Timóteo e Tito.
III         Conscientizar a respeito da atualidade das epístolas pastorais.
IV        Explicar o conteúdo da mensagem de Paulo para a liderança.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano, estudaremos a respeito das epístolas de Timóteo e Tito.  O autor destas cartas é o apóstolo Paulo. Ele as escreveu com o objetivo de orientar e confortar dois jovens pastores, Timóteo e Tito. A cada lição estudada, você verá que os conteúdos destas epístolas são repletos de bons conselhos que podem ajudar líderes e liderados a viverem conforme a vontade de Deus.
O comentarista é o pastor Elinaldo Renovato de Lima - autor de diversos livros, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN.
O enriquecimento espiritual que advirá do estudo de cada lição será sentido na liderança e em cada membro da Igreja de Cristo.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar as Epístolas de 1 e 2 Timóteo e Tito. Estas cartas, em geral, são consideradas um conjunto, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na igreja. Estes conselhos fazem destas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das Igrejas de hoje.

I - AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
1. Cartas pastorais. As três epístolas que estudaremos são chamadas de cartas pastorais, e isso se deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois jovens pastores: Timóteo e Tito. Foram escritas por Paulo, um líder itinerante, que estava preocupado com os jovens pastores. Ele os instrui de modo cuidadoso a respeito do trato com a Igreja e com seus ministérios.

2. Datas em que foram escritas. A Primeira Epístola de Timóteo foi escrita por volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez Filipos). Em seguida, por volta de 65 d.C., foi escrita a Carta a Tito. Já a Segunda Epístola de Timóteo foi escrita em torno de 67 d.C., quando do segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte. Faz parte das "cartas da prisão", ao lado de Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemon.

3. Conteúdo. Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e advertências da parte de Deus. O conteúdo pode ser resumido da seguinte maneira:
a) Saudação.  Nas saudações aos destinatários, Paulo demonstra o seu cuidado para com os jovens obreiros (1 Tm 1.2; Tt 1.1-4; 2 Tm 1.1,2);
b) Qualificações ministeriais. Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9);
c) Alerta contra os falsos mestres e as falsas doutrinas (1 Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). Falsos mestres e falsas doutrinas já existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a "sã doutrina" (1 Tm 1.10; 6.3; 2 Tm 1.13; 4.3; Tt 2.1); a falta desse cuidado contribui para a disseminação das heresias e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e conselhos a diversos grupos (1 Tm 5.1-25; Tt 2.1-10). Paulo fala a respeito dos servos, senhores, pais, filhos, jovens e outros grupos.

PONTO CENTRAL
As epístolas de Timóteo e Tito apresentam orientações aos líderes e membros quanto à vida pessoal e cristã

SÍNTESE DO TÓPICO I
As epístolas pastorais receberam esta designação pelo fato de terem sido escritas e enviadas a dois pastores.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O centro do ensino de Paulo a Timóteo concentra-se no modo de vida que é apropriado dentro da igreja. As suas lições falam de oração (2.1-8), mulheres (2.9-15), a escolha de ‘bispos’ (3.1-7) e ‘diáconos’ (3.8-13) e concluem com uma liturgia de louvor (3. 14-16). Estas lições têm o objetivo de ajudar na igreja do Deus vivo’. A seguir, Paulo passa a falar do próprio Timóteo. É aparente que, embora Paulo amasse muito Timóteo, e o enviasse em importantes missões. Timóteo, por natureza, era tímido e hesitante. Por isto as palavras de Paulo parecem, às vezes, ir além do incentivo e da exortação. Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, e que o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Mas Timóteo deve fazer ainda mais. Ele deve ‘mandar e ensinar’ a verdade, e não permitir que alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as exortações prosseguem: Timóteo deve ‘meditar nestas coisas’, ‘ocupar-se nelas’ e ‘perseverar nelas’ (4.10-16)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007, p. 467).


CONHEÇA MAIS

*Cartas pastorais
“Aparentemente, a primeira carta a Timóteo foi escrita no período em que Paulo esteve preso em Roma. A segunda carta a Timóteo foi escrita durante seu segundo encarceramento. Desta vez o apóstolo não conseguiu sobreviver. Pelas várias referências, fica claro por essas cartas e pelo testemunho da história, que as epístolas pastorais datam próximas do final da Era Apostólica. Somente os originais das cartas de João, podem ser mais
antigos.” Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 830.



II - PROPÓSITO E MENSAGEM
As cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito tinham em comum os seguintes propósitos:
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como exemplo em tudo (1 Tm 4.12, 16). Para estar na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida exemplar. Também é necessário  e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida familiar (1 Tm 3.1-13), a fim de que sua esposa e filhos tenham uma boa conduta.

2. Combater as heresias. Paulo sabia das diversas heresias que ameaçavam as igrejas locais. O apóstolo estava preocupado com os crentes que já haviam sido seduzidos pelo judaísmo. O judaísmo exigia o cumprimento de vários rituais e liturgias, contudo Jesus nos ensinou uma nova maneira de cumprir a Lei e de viver. Jesus fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante seu sacrifício na cruz. Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou seja, uma filosofia herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria é má e o espírito é bom. Por isso, negava a encarnação de Cristo, pois o corpo, sendo matéria, contaminaria seu espírito. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para amenizar os estragos dessa heresia, que se infiltrou no meio dos crentes, sob influência de Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.19,20).

 A falta de cuidado com o ensino da sã doutrina contribui para a disseminação das heresias e desvios de toda a espécie.

SÍNTESE DO TÓPICO II
As epístolas de Timóteo e Tito tinham como propósitos orientar os líderes quanto à vida pessoal e no combate as heresias.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A responsabilidade imediata de Timóteo era esta: ‘Para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina’. O apóstolo não nos informa a quem ele se referia quando emitiu esta ordem; Timóteo provavelmente já sabia muito bem quem eram os envolvidos. Paulo usa termos vagos para descrever a natureza destas heresias: Fábulas ou... genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé. Mesmo que seja impossível concluir com plena certeza quais eram esses ensinos que o apóstolo percebia que estavam minando a fé dos cristãos efésios, não é forçar a interpretação sugerir que se tratava de um começo de gnosticismo. A heresia conhecida por gnosticismo, que no século II se tornou ameaça séria à integridade do ensino cristão, tinha raízes judaicas e gentias. Houve três fases sucessivas da influência judaica na igreja primitiva. A segunda era a fase judaizante que Paulo combateu com tanta eficácia na Epístola aos Gálatas. É sobre a terceira fase, em que havia ‘revelações fingidas sobre nomes e genealogias de anjos’, que o apóstolo procura avisar Timóteo” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 452).


III - UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE
Estamos vivendo os tempos trabalhosos que Paulo falou em 1 Timóteo 4.1,2. Precisamos estar atentos, por isso, vamos estudar duas heresias da atualidade. Estas precisam ser confrontadas com a Palavra de Deus.

1. O "evangelho" da prosperidade. Um dos mais eminentes defensores, desta falsa doutrina ensinou que "você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi. Você não tem um deus dentro de você. Você é um deus". Se o crente é "deus" pode tudo; tudo o que disser tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas que desejar, sem pobreza nem enfermidades. À luz da Palavra de Deus, tal ensinamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Sabemos que Deus abomina toda altivez (Pv 6.16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas. Somos criaturas, temos falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O poder e a majestade são dEle.

2. Apostasia dos últimos dias. Paulo adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos estão abandonando a fé em Cristo. Em Tito, ele faz advertência semelhante sobre falsos líderes, contradizentes e de torpe ganância (Tt 1.9-13). Precisamos estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem a Igreja do Senhor.  O líder tem a responsabilidade de zelar pela sã doutrina.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Embora tenha sido escrita em um tempo distinto do nosso, podemos encontrar nas cartas pastorais, ensinos preciosos para a liderança local e para a igreja dos dias atuais.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O Espírito Santo revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em Jesus Cristo. Aparecerão na igreja pastores de grande capacidade e poderosamente ungidos por Deus. Alguns realizarão grandes coisas por Deus, e pregarão a verdade do evangelho de modo eficaz, mas se afastarão da fé e paulatinamente se voltarão para espíritos enganadores e falsas doutrinas. Por causa da unção e zelo por Deus que tinham antes, desviarão muitas pessoas.
Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias. Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas" (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 1870).

IV -  MENSAGEM PARA A LIDERANÇA 
1. Administração eclesiástica. Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar uma igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível.  É preciso esforço e disciplina. Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao líder: Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.

2. Ética ministerial. Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus "aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade" (2.15). A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de fora  (Fp 3.17; 1 Co 11.1).
O líder cristão não é o que "manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).

SÍNTESE DO TÓPICO IV
As epístolas de Timóteo e Tito apresentam um conjunto de qualificações que aqueles que desejam a liderança devem ter.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A liderança é essencial à vida e missão da igreja. Sem ela, a igreja tropeça e cai num curso incerto em sua peregrinação rumo a um lugar melhor. Sem liderança, a igreja não é capaz de cumprir seus propósitos de ministrar eficazmente aos de dentro e alcançar os de fora, nem pode render a Deus a glória que Ele merece.
O pastor é a pessoa chamada para prover a liderança final da igreja, não importando o sistema administrativo dela. O sucesso da igreja depende em grande parte de sua capacidade de liderança.
Liderança é bíblica. A ideia de alguém liderando outros está fundamentada nas Escrituras. Assumir papel de líder na igreja de Deus e esperar que outros sigam seu exemplo não é egoísmo, autoritarismo, condescendência nem pecado. Temos certeza disso porque as Escrituras deitam as bases e os princípios da liderança cristã " (MACARTHUR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 294-5).

CONCLUSÃO
As cartas pastorais contêm doutrinas e exortações quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e morais do ministério; do relacionamento com Deus, com os líderes e das relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino para edificação das igrejas locais nos tempos presentes.

PARA REFLETIR
A respeito das Cartas Pastorais:

Quais as epístolas estudaremos neste trimestre?
1 e 2 Timóteo e Tito.

Quem escreveu as cartas a Timóteo e Tito?
Elas foram escritas por Paulo.

Em que data, aproximadamente, foi escrita a Primeira Epístola de Timóteo?
Foi escrita no ano de 64 d.C. (aproximadamente).

Quais eram os propósitos de 1 e 2 Timóteo e Tito?
Orientar os líderes quanto à vida pessoal e combater as heresias.

De acordo com a lição, o líder é quem manda ou quem serve?
O líder cristão não é o que "manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 37.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

SUGESTÃO DE LEITURA

Uma Pedagogia para a Educação Cristã
A educação cristã é geralmente exercida por professores leigos, sem uma formação que lhes dê suporte. Porém, a complexidade dos problemas atuais não comporta mais uma prática de ensino do senso comum, restrita à catequese e a reprodução manual.

Guia do Leitor da Bíblia
Este livro apresenta a introdução e o esboço de cada livro da Bíblia, versos-chave, referências, costumes, descobertas arqueológicas, mapas, cartas e um índice com os temas principais

Comentário Bíblico - Epístolas Paulinas
O autor, com a habilidade que lhe é peculiar, faz um breve comentário das cartas escritas pelo apóstolo Paulo. Ele aborda pontos-chave como o Plano da salvação, a Lei e a Graça, vida cristã e outros temas.

Fonte revista Lições Bíblicas, CPAD, 3º trimestre de 2015, adultos.

Lição 1 A IGREJA EM UM MUNDO NOVO



Lição 1 A IGREJA EM UM MUNDO NOVO
05 de julho de 2015

Texto do Dia
"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12.2)

Síntese
A Igreja atual enfrenta desafios que devem ser superados com sabedoria e, acima de tudo, sob a direção de Deus.

Agenda de leitura
SEGUNDA - Jo 16.33 No mundo teremos aflições
TERÇA - Jo 17.15 Cristo não pediu que Deus nos tirasse do mundo
QUARTA - Jo 17.18 Cristo enviou-nos ao mundo
QUINTA - Jo 18.20 Cristo falou abertamente ao mundo
SEXTA - Jo 18.36 O Reino de Cristo não é deste mundo
SÁBADO - Rm 1.8; 10.18A fé deve ser anunciada em todo o mundo

Texto bíblico
Mateus 11.16-19; 16.1-3
16. Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros,
17. e dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.
18. Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: Tem demônio.
19. Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
Mateus 16
1. E, chegando-se os fariseus e os saduceus para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.
2. Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
3. E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu e não conheceis os sinais dos tempos?

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos acerca das principais mudanças que o mundo enfrentou na primeira década do século 21. Na lição de hoje, veremos que o tempo e o mundo em que vivemos são muito distintos dos originais em que a Igreja nasceu. Como viver os mesmos princípios doutrinários que marcaram os primeiros cristãos em situações tão diferentes?
Esse desafio só pode ser vencido com o que disse certo teólogo acerca de o cristão carregar em uma das mãos a Bíblia e, na outra, o jornal. Em termos diretos, precisamos fazer com que o Evangelho faça sentido à sociedade atual.

I - DO MUNDO VETEROTESTAMENTÁRIO AO NEOTESTAMENTÁRIO
1. A transição do mundo veterotestamentário para o neotestamentário. O período de quatrocentos anos entre o livro do profeta Malaquias e o nascimento de João Batista e de Jesus Cristo é conhecido como "intertestamentário". Tal designação deve-se ao fato de os acontecimentos que se deram nesse tempo terem ocorrido entre os testamentos bíblicos, em uma época em que Deus não levantou profeta algum para levar uma mensagem coletiva a Israel (Ml 4.5,6). É importante observar que nesse período Deus falou isoladamente com algumas pessoas, pois se revelou a Zacarias e a Isabel (Lc 1.5-25,36,41-45), a Simeão e a Ana, a profetisa (Lc 2.25-38), e ainda a Maria e, posteriormente, a José (Lc 1.26-38; Mt 1.18-25). Após essa sequência de revelações, iniciou-se um novo tempo, quando Deus então cumpriu sua promessa vaticinada por Malaquias de enviar um profeta com as mesmas características de "Elias". Esse profeta teve como missão preparar os corações para a mensagem de Jesus Cristo, o Messias (Mt 11.9,10,14; Lc 7.24-27; 1.16,17,76-79). Assim estava feita a transição entre o mundo do Antigo para o do Novo Testamento.

2. Da separação social à imersão comunitária. João Batista, além de precursor do Messias, foi, nas palavras de Jesus Cristo, o último dos profetas e também o marco de transição entre a Antiga e a Nova Aliança (Mt 11.13). O Batista foi, sem dúvida alguma, um homem de Deus, mas é possível verificar alguns contrastes entre a sua postura em relação à de Jesus Cristo.
Enquanto o primeiro recolhia-se no deserto (Mt 3.1,3; 11.7; Lc 1.80; 7.24) e adotava um estilo de vida solitário (Mt 11.18), o segundo vivia entre as pessoas e, por isso mesmo, foi acusado de ser alguém comum (Mt 11.19). O exemplo deixado pelo Filho de Deus é muito claro: É plenamente possível viver em meio a uma sociedade corrompida sem contaminar-se com o estilo de vida pecaminoso do mundo (Hb 4.15).

3. Jesus - Um Homem do seu tempo. À acusação de que deveria apartar-se dos pecadores, Jesus respondia que os "sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes" (Mc 2.17). O Mestre procurava estar onde as pessoas se concentravam, pois a sua missão consistia exatamente em resgatá-las (Mt 9.13; Mc 1.38,39; Lc 5.32). Evidentemente que Jesus também se recolhia em momentos oportunos ou a fim de falar com Deus (Mt 14.13; Mc 1.32-37).
O primeiro milagre que o Filho de Deus realizou foi em um casamento, celebrando dessa forma o matrimônio (Jo 2.1-11). Em outra ocasião, participando de um jantar na casa de um fariseu, transformou a vida de uma mulher (Lc 7.36-50). Para dizer de forma direta, Cristo jamais se recusou a participar da vida comum e social das pessoas.

Pense
É possível viver em meio a uma sociedade corrompida sem contaminar-se com o estilo de vida pecaminoso do mundo?

Ponto Importante
Jesus Cristo jamais se recusou a participar da vida comum e social das pessoas.

II - O MUNDO ENFRENTADO PELA IGREJA NO PRIMEIRO SÉCULO
1. O aspecto político e sociocultural. A Igreja foi fundada em um período muito diferente da época em que viveram os profetas e o Israel liderado por Moisés, Josué, os juízes e os reis. O mundo vivia sob o domínio do Império Romano, mas a influência do império anterior - o Grego - era nítida e evidente.
A Igreja teve de enfrentar a burocracia das leis romanas e, ao mesmo tempo, defrontou-se com a filosofia grega que vicejava na sociedade, tornando-a mística e, contraditoriamente, racionalista (At 17.22).

2. O aspecto religioso. Como se não bastasse o desafio externo, a Igreja enfrentava ainda a perseguição do judaísmo. Inicialmente, de forma hostil e violenta; posteriormente, de maneira camuflada e sutil (At 4.1-31; 5.17-42; 6.8-7.60; 15.1-29; Gl 1.6,7, etc.). À semelhança dos nossos dias, torna-se desnecessário dizer que esta última forma de "perseguição" acaba sendo muito mais nociva à saúde da Igreja, pois age de maneira camuflada e sob a desculpa de um "novo ensino" ou de um "ensino complementar".

3. O gnosticismo. Apesar de não se saber exatamente quando a doutrina gnóstica teve início, é fato que ela, ou algo muito parecido, ameaçava a simplicidade do Evangelho, pois pregava a salvação através de um determinado conhecimento e, além disso, considerava a matéria inerentemente má. Assim, ensinava que a forma física de Jesus Cristo era apenas aparente, o que levou o apóstolo João a combater tal ensinamento (1 Jo 4.2,3; 2 Jo 1.7).

Pense
Qual foi a postura da Igreja do primeiro século ao enfrentar os desafios em seu tempo?

Ponto Importante
Na atualidade, a "perseguição religiosa" é mais nociva à saúde da Igreja, pois age de maneira camuflada e sob a desculpa de um "novo ensino" ou de um "ensino complementar".


III - A IGREJA EM UM MUNDO NOVO
1. Ler o tempo. A repreensão de Jesus Cristo à falta de discernimento e perspicácia dos fariseus e saduceus que, deliberadamente, não reconheciam as obras do Mestre como sinais messiânicos (Mt 16.1-3) deve ensinar-nos que é necessário que saibamos ler a realidade. Por não entender - e também por não querer admitir - que um novo tempo havia chegado, Israel rejeitou o Messias (Hb 8.6-13).
A Igreja do Senhor precisa manter a sensibilidade e a direção do Espírito Santo que marcou sua fundação (At 13.2; 15.28). Para isso, é preciso continuar na presença do Senhor, reconhecendo que dependemos totalmente dEle.

2. Viver no mundo sem amoldar-se ao sistema que o rege. A recomendação paulina à igreja que estava em Roma repete-nos a verdade exaustivamente demonstrada, na prática, por Jesus Cristo: É preciso - e possível - viver em meio a este mundo sem, contudo, deixar-nos enredar por seu modo de proceder (Rm 12.2). Paulo até instrui que, se for preciso, devemos nos apartar de alguns, mas não se referia aos que possuem uma vida decadente, e sim aos que se dizendo "irmãos", vivem de forma descompromissada e pervertida (1 Co 5.9-11).

3. Conhecer o mundo para transformá-lo. É inegável a verdade de que o século 21 iniciou um novo tempo para a Igreja. Estamos vivendo em um mundo que parece não ter quase nenhuma relação ao de apenas duas décadas atrás. Tal constatação aponta para a realidade de que a Igreja, para manter a sua relevância e influência, precisa conhecer as principais mudanças, identificar os desafios que estas nos apresentam, para só então podermos superá-los e vencê-los. À Igreja o Senhor confiou a missão de salgar e iluminar (Mt 5.13-16). No entanto, se ela não conhecer o seu campo de atuação, jamais poderá cumprir tal incumbência.

Pense
É possível viver no mundo sem amoldar-se ao sistema que o rege?

Ponto Importante
A Igreja precisa conhecer as principais mudanças do nosso tempo, identificar os desafios que estas nos apresentam, para só então superá-los e vencê-los.

IV - A PRIMEIRA DÉCADA E MEIA DO SÉCULO 21
1.1. Um tempo de mudanças. Já se tornou lugar-comum falar que o tempo atual é um período de mudanças. O que isso significa? Para as pessoas acostumadas à estabilidade do século passado, quando as mudanças ocorriam de forma muito mais lenta, significa ter de aprender - rapidamente - a conviver nesse novo cenário. As coisas não são produzidas para serem duradouras, ao contrário, são pensadas visando a dependência e o consumo ao mesmo tempo em que se tornam perecíveis.  

2. Um tempo de desafios. Em apenas quinze anos incompletos, o século 21 pode ser considerado um período de grandes desafios à convivência em sociedade. A tecnologia aproximou e, concomitamente, afastou as pessoas. A facilidade em locomover-se e transitar de um país, ou continente, para outro, trouxe a insegurança generalizada.

3. Um tempo de transformações. Como esse período, em tão pouco tempo, conseguiu alterar de tal forma a vida das pessoas? Por causa das transformações proporcionadas através de suas mudanças e desafios. Vamos conhecê-los?

Pense
É possível sobreviver socialmente nesse tempo?

Ponto Importante
 A possibilidade de sobrevivência está relacionada ao conhecimento desse tempo atual, suas mudanças, desafios e transformações.
CONCLUSÃO
Em todos os tempos e em suas diversas gerações, a Igreja sempre enfrentou desafios que fizeram com que ela clamasse pela ajuda do Alto, mas também contasse com a atuação consciente de seus membros. Em nosso tempo não pode ser diferente: se quisermos passar à próxima geração o legado que recebemos dos pioneiros, precisamos ler a realidade, viver o Evangelho, e ensiná-lo de forma ungida e inteligente. Assim continuaremos influenciando, mas não seremos negativamente influenciados.

Hora da Revisão
1. De acordo com o que vemos na história da Igreja Primitiva, devemos imitar João Batista ou Jesus?
2. O que a Igreja precisou enfrentar do Império Romano e ainda do Grego?
3. O que aconteceu a Israel por não ter reconhecido o Messias?
4. De acordo com 1 Coríntios 5.9-11, de quem o apóstolo Paulo manda que nos afastemos?
5. É possível a Igreja influenciar sem ser influenciada?


Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Jovens, alunos, 3º trimestre 2015.