segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Lição 05 - Mefibosete e o milagre da restituição e da honra

Lição 05 - Mefibosete e o milagre da restituição e da honra
 02 de novembro de 2014

TEXTO ÁUREO
“E Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado de ambos os pés; era da idade de cinco anos quando as novas de Saul e Jônatas vieram de Jizreel, e sua ama o tomou, e fugiu; e sucedeu que, apressando-se ela a fugir, ele caiu, e ficou coxo; e o seu nome era Mefibosete” 2Sm 4.4

VERDADE APLICADA
A Graça Divina não mira nossos defeitos nem tampouco nossas impossibilidades, ela não pede nenhum outro esforço que não seja a fé para que a aceitemos em nossas vidas.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Esclarecer que Mefibosete era o filho de um rei que vivia no anonimato;
2. Destacar o poder da graça divina quando existe uma aliança feita por Ele;
3. Ensinar que Mefibosete tipifica uma geração que Deus deseja honrar em nossos dias.

Leituras complementares:
Segunda 2 Sm 4.4   Terça 2Sm 9.1-13   Quarta Pv 3.16     Quinta Pv 18.12     Sexta Hc 2.1-3    Sábado Rm 8.19

Textos de referência: 2Sm 9.6, 10-12
I
NTRODUÇÃO
A história de Mefibosete traz um misto de fracasso e de sucesso. Ele era o filho de Jonatas, o amigo de Davi. Jonatas era um homem sábio, que viu em Davi a unção de rei, sabia que seu próprio pai estava reprovado por suas ações e vida de desonra a Deus, e mesmo sendo o sucessor ao trono, renunciou porque via em seu amigo o homem escolhido para liderar os exércitos e a nação de Israel (1Sm 18.3-4).
1. Mefibosete, o filho de Jonatas
Antes da morte de Saul, Jonatas e Davi firmaram um pacto entre famílias. Jonatas o protegia das loucuras de seu pai Saul e se um dia ainda vivesse, Davi tornando-se rei cuidaria dele e de seus descendentes (1Sm 20.13-17).
1.1   Um trágico acidente
Para a tristeza de Daví, Jonatas e Saul morrem no mesmo dia, e Davi se tornou o rei de Israel. Era comum que um novo rei exterminasse a todos os familiares do antecessor para que não houvesse uma insurreição. Assim, quando a notícia da morte de Jonatas e Saul se espalhou, a desgraça veio a casa de Jonatas e seu filho Mefibosete de cinco anos de idade, além de perder seu pai e o futuro trono de Israel, ficou coxo de ambos os pés, porque no afã de salvá-lo da morte a ama que dele cuidava o derrubou (2Sm 4.4).
1.2   Mefibosete, o príncipe que vivia em Lo-Debar
Após a ascensão de Davi ao trono de Israel não se houve mais falar em Mefibosete, ele é levado para Lo-Debar e lá vive exilado e totalmente esquecido por todos, inclusive Davi. “Lo-Debar” significa: “sem pasto” um lugar deserto e árido, e “Mefibosete” significa: “semeador de vergonha”. Em Lo-Debar, Mefibosete viveu sem fé, sem esperança e sem Deus. Além de tudo isso, a pessoa que foi encarregada de cuidar dele usurpou todos os bens que possuía (2Sm 9.2-3). No deserto, com medo da morte, andando com dificuldades, e totalmente aquém da sociedade, Mefibosete não possuía qualquer perspectiva de mudança em sua vida, nem mesmo sabia da aliança entre Davi e seu falecido pai (2Sm 9.3-4,7).
1.3   Toda promessa tem um tempo para se cumprir
O tempo passou e Mefibosete cresceu no deserto de Lo-Debar longe de tudo que lhe era de direito. Até que o tempo de deus chegou e Davi se lembrou da aliança que havia feito com Jonatas. Observe as palavras de Davi. Ele usa o mesmo termo para graça e honra. “Benevolência”. E disse o rei: Não há ainda alguém da casa de Saul para que eu use com ele da benevolência de Deus? (2Sm 9.3). E Ziba responde: “Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés”. Enquanto Davi intenciona honrar Mefibosete, o mal intencionado Ziba, que havia se apossado das terras do príncipe aponta seus defeitos. Ziba conhecia a generosidade do rei e mostrou o defeito para impedir o rei de abençoá-lo (Pv 3.16; 18.12). Isso nos recorda muitas situações do cotidiano não é mesmo?
2. Do deserto à mesa do rei
Existem pessoas que são mal intencionadas. Ziba não nega a existência, mas faz questão de apresentar o defeito, ele sabia que uma pessoa deficiente não poderia entrar no palácio, só não sabia que aquele estava marcado com o selo real e com o pacto da promessa. Na verdade, não importava o que Ziba via, mas o que o rei estava vendo.
2.1 Quando a surpresa bate à porta
Quando os guardas bateram à porta de mefibosete em Lo-Debar, deve ter sido para ele como o dia do juízo, pois sabia que sua vida estava em risco, e como não podia correr deve ter pensado: “agora chegou meu fim”. Mas o que para ele parecia o fim, para Deus era o começo de uma nova história. Ninguém pode impedir nossa honra quando chega o tempo do Rei nos honrar. Ele sabe nosso endereço, e quando bate a nossa porta não é para nos punir, mas sempre manifestar sua graça e misericórdia. Naquele dia Mefibosete entrou na carruagem real para dar adeus ao lugar de anonimato. Deus não se esquece da aliança eterna feita com o filho ao nosso respeito (Lc 22.20).
2.2 Quando a visão do rei prevalece
Mefibosete era conhecido pelo nome de Meribe-Baal (1Cr 8.34); 9.40). “Merbe” significa: “lutador” e “Baal” é uma palavra em hebraico que significa: senhor, lorde, marido ou dono. A visão que Jonatas tinha para o futuro de seu filho era que como um príncipe dele se tornasse um “lutador do Senhor”, esta seria a tradução mais correta para Meribe-Baal. Era comum entre os Israelitas dar um nome que representasse o caráter da pessoa, alguns desses nomes eram também colocados após a morte, representando seus feitos. Podemos destacar aqui quatro visões importantes sobre a vida de Mefibosete:
1) Jonatas o via como um lutador do Senhor;
2) Ziba o via como um aleijado impedido de entrar na presença do rei;
3) Ele se via como um cão morto;
4) Davi o via como um príncipe a quem deveria honrar e restituir (2Sm 9.3,7,8).

2.3 Os humilhados serão exaltados
“Trabalhar-lhe-ás, pois, a terra, tu e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha pão para comer; mas Mefibosete, filho de teu senhor, sempre comerá pão à minha mesa” (2Sm 9.10a). Ziba que tanto apontou defeito, agora foi destituído da função de senhor, tornando-se servo de Mefibosete, a quem havia lesado todos os anos em que viveu em Lo-Debar. A justiça de Deus pode parecer demorar, mas certamente chegará. Ziba é um tipo de Satanás, que rouba, nos envergonha, e se apossa do que temos. Porém, no dia em que deus nos honrar, ele terá que devolver tudo o que nos roubou, com juros e correções, e ainda nos verá sentados à mesa do rei (2Sm 9.9-11).
3. Jerusalém o lugar dos príncipes de Deus
A vida de Mefibosete vai de um extremo ao outro, ele começa no deserto, na sequidão, e no anonimato, e termina no palácio real assentado à mesa do rei. A graça Divina é assim, ela tem o poder de nos transportar e nos elevar de uma posição a outra (Ef 2.6).
3.1 Quem Mefibosete tipifica em nossos dias?
Mefibosete era um príncipe que vivia no deserto. Num lugar obscuro, com medo e sem nada. Ele tipifica os filhos que o rei está à procura pra honrar e mudar suas vidas; aqueles filhos que o rei está à procura para honrar e mudar suas vidas: aqueles filhos de rei que nunca entraram no palácio, que vivem à margem da sociedade e não desfrutam da mesa de seu rei (Lc 18.14). Deus está falando de um tempo de revelações, de sair do anonimato, e de um alimento especial e particular que só existe em sua mesa; Mefibosete representa os filhos que nunca estiveram face a face com o rei. Deus está falando de um tempo de intimidade com Ele, de uma mesa onde todos são iguais; Mefibosete representa os filhos de rei que nunca comeram pão diariamente. Alguns provaram aqui ou ali, mas diariamente não. Deus fala de um tempo de revelação continua, sem escassez, todos os dias, na presença dor rei (2Cor 4.3).
3.2 Na mesa do rei todos são iguais
Quando as trombetas do palácio anunciavam à chegada de Mefibosete toda a casa do rei poderia se perguntar por que o rei quebrava o protocolo e deixava um deficiente como aquele não somente entrar, mas sentar-se à mesa e comer como um de seus filhos (2Sm 9.13). Poucas pessoas sabem o que Deus conversa conosco em secreto, e poucos sabiam a respeito da aliança de Davi e Jonatas, a qual simbolizava aliança de Deus conosco por intermédio de Jesus. Os filhos belos de Davi, Joabe o capitão da guarda, estavam juntos a mesa. E a mesa é reveladora porque da cintura para cima todos são diferentes, mas quando estão sentados todos são iguais, os defeitos desaparecem (Rm 2.11; Gl 3.28; Cl 3.11).
3.3 Ele começou em Lo-Debar, terminou em Jerusalém
Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém... (2Sm 9.13). Esse é o final que o Senhor deseja dar a todos aqueles que estão aliançados com Ele. DE uma só vez, a vida de Mefibosete mudou de anonimato a personagem célebre, e isto se chama honra. Jerusalém tipifica a eternidade, e Lo-Debar o lugar das nossas provações. Porém, numa hora que ninguém espera, num dia especial que somente o Rei conhece, a carruagem real vai passar como passou nos tempos de Elias, e levará consigo os simples de coração, os habitantes do deserto, os que Ziba tem lesado durante toda a vida, para encontrar-se com o Rei e por Ele serem honrados em sua mesa (Lc22.14-17).
CONCLUSÃO
Mefibosete era um filho de rei que vivia num lugar obscuro, com medo e sem nada. É tempo dos filhos do Rei saírem do deserto do anonimato, serem honrados, e terem suas vidas transformadas. Até mesmo a criação espera por esse momento em nossas vidas (Rm 8.19).
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel.
Revista: Milagres do Antigo Testamento – Editora Betel - 4º Trimestre 2014

Comentário Matthew Henry
Capitulo 9
A única coisa registrada neste capítulo é a bondade que Davi mostrou à descendência de Jônatas por amor a ele. I. A investigação amável que fez em relação ao remanescente da casa de Saul, e sua descoberta de Mefibosete (w. 1-4). II. A acolhida amável que deu a Mefibosete, quando foi trazido a ele (w. 5-8). III. A provisão amável que providenciou para ele e os seus (w. 9-13).
Benevolência de Davi para com o Filho de Jônatas
A investigação que Davi faz acerca do remanescente da casa devastada de Saul (v. 1). Isso aconteceu bem depois de sua ascensão ao trono porque, pelo que tudo indica, Mefibosete, que tinha apenas 5 anos de idade quando Saul morreu, já era pai de um filho (v. 12). Davi tinha esquecido por tempo demais suas obrigações com Jônatas, mas agora, finalmente, ele se lembra de sua promessa. E bom, de tempo em tempo, refletirmos se há alguma promessa ou obrigação da qual tenhamos nos esquecido. Antes tarde do que nunca. O compêndio que Paulo nos dá da vida de Davi é que ele, no seu tempo, serviu conforme a vontade de Deus (At 13.36), isto é, ele era um homem que tinha como alvo fazer o bem. Podemos observar o seguinte:
1. Davi procurou uma oportunidade para fazer o bem. Ele poderia talvez ter apaziguado sua consciência com o cumprimento da sua promessa a Jônatas caso estivesse estado pronto, quando solicitado por qualquer pessoa da descendência de Jônatas, a ajudá-lo e socorrê-lo. Mas Davi faz mais. Ele primeiro averigua com os que estão próximos dele (v. 1), e, quando se encontra com uma pessoa que possivelmente poderia informá-lo a esse respeito, lhe pergunta em particular: Não há ainda algum da casa de Saul para que use com ele de beneficência? (v. 3).
“Não há alguém, a quem eu possa fazei’ não somente justiça (Nm 5.8), mas a quem possa usar de beneficência?”. Observe: Homens justos deveriam buscar oportunidades para fazer o bem. O nobre projeta coisas nobres (Is 32.8). Porque os propósitos mais apropriados da nossa beneficência e caridade, com frequência, não serão satisfeitos sem uma investigação. Os mais necessitados são muitas vezes os menos clamorosos.
2. Davi investiga acerca dos remanescentes da casa de Saul, a quem mostraria sua beneficência por amor a Jônatas: Não há ainda algum da casa de Saul, Saul tinha uma família muito numerosa (1 Cr 8.33), suficiente para repovoar um país, mas estava tão esvaziada, que não se tinha notícia de nenhum deles; mas era uma questão de investigação: Há ainda alguém? Veja como a providência de Deus pode “esvaziar” famílias inteiras; observe as consequências do pecado. Saul tinha uma casa sanguinária; não é de admirar que fosse reduzida tão drasticamente (cap. 21.1). Embora Deus tivesse visitado a maldade do pai nos filhos, Davi não o faria. “Há alguém ainda da casa de Saul para que use de beneficência, não por amor a Saul, mas por amor a Jônatas?”
(1) Davi era inimigo jurado de Saul e, mesmo assim, ele estava disposto a mostrar beneficência à sua casa de todo coração. Ele não diz: “Não há ainda algum da casa de Saul, para que eu ache um meio de exonerá-lo, e evitar que me causem tumulto a mim e ao meu sucessor?”. Abimeleque fez o possível para que ninguém sobrasse da casa de Gideão (Jz 9.5); o mesmo aconteceu com Atalia, que não quis que alguém sobrevivesse da semente real (2 Cr 22.10,11). Esses eram governos usurpadores. Davi não precisava desse tipo de apoio perverso. Ele ansiava mostrar beneficência à casa de Saul, não somente porque confiava em Deus e não tinha medo do que pudessem fazer a ele, mas porque tinha uma disposição tão caridosa e perdoou o que tinham feito a ele. Observe:
Devemos evidenciar a sinceridade do nosso perdão àqueles que de alguma maneira foram injustos ou injuriosos a nós, estando prontos, à medida que aparecer a oportunidade, para mostrar beneficência a eles e aos seus. Devemos não somente não nos vingar deles, mas amá-los e fazer bem a eles (Mt 5.44), e não ser relutantes a qualquer demonstração de amor e boa-vontade para com aqueles que nos causaram algum tipo de injúria: antes, pelo contrário, bendizendo (1 Pe 3.9). Essa é a maneira de vencermos o mal e experimentarmos misericórdia para nós e nossos familiares, quando nós ou eles precisarem dela.
(2) Jônatas era amigo ajuramentado de Davi e, por esse motivo, estava disposto a mostrar beneficência à sua casa. [1] A atitude de Davi nos ensina a estarmos atentos em relação à nossa aliança. A beneficência que prometemos, devemos cumprir de forma consciente, mesmo que não seja reivindicada. Deus é fiel a nós; não sejamos infiéis uns com os outros. [2] A atitude de Davi nos ensina a estarmos atentos com nossas amizades, ou nossas antigas amizades. Observe: Beneficência aos nossos amigos e aos seus é uma das leis da nossa santa religião. O homem que tem 'muitos amigos pode congratular-se (Pv 18.24). Se a Providência nos elevou, e nossos amigos e suas famílias estão passando por dificuldades, não devemos nos esquecer da nossa antiga amizade, mas entender que essa situação é uma oportunidade propicia para demonstrarmos nosso carinho: nessa situação, nossos amigos mais precisam de nós, e nós estamos em melhores condições de ajudá-los. Embora não haja uma aliança sólida de amizade que nos una a essa constância de amor, existe uma lei sagrada de amizade não menos prestativa, ou seja, aquele que está em miséria precisa receber compaixão dos seus amigos (Jó 6.14). Na angústia nasce o irmão (Pv 17.17). A amizade nos compele a tomarmos conhecimento das famílias e parentes remanescentes daqueles que amamos. Devemos ser amáveis com aqueles que nos deixaram, porque deixaram para trás seus corpos, seus nomes e sua posteridade.
3. A beneficência que Davi prometeu mostrar a eles ele chama de beneficência de Deus; não somente beneficência, mas: (1) Beneficência em busca de cumprir a aliança que havia entre ele e Josué, da qual Deus era testemunha. Veja 1 Samuel 20.42. (2) Beneficência em relação ao exemplo de Deus; pois devemos ser misericordiosos como Ele o é. Ele trata com indulgência aqueles sobre quem tem predominância; devemos fazer o mesmo. O pedido que Jônatas fez a Davi era: use comigo da beneficência do SENHOR, para que não morra
(1 Sm20.14,15), incluindo também a minha descendência. A beneficência de Deus é um exemplo maior de beneficência do que podemos esperar dos homens. (3) Essa beneficência tem um caráter piedoso, tendo um olho em Deus, bem como na sua honra e favor.
Davi recebe informações a respeito de Mefibosete, o filho de Jônatas. Ziba era um antigo servo da família de Saul, e conhecia a situação dela. Ele foi chamado e examinado. Ziba informou ao rei que o filho de Jônatas estava vivo, mas aleijado (cap. 4.4), e que vivia na obscuridade, provavelmente no meio da parentela de sua mãe, em Lo-Debar, em Gileade, do outro lado do Jordão, onde foi esquecido no coração deles, como um morto (SI 31.12). Ele ostentava essa obscuridade mais facilmente porque podia lembrar-se muito pouco da honra de onde caiu.
Mefibosete é trazido para a corte. O rei enviou alguém (Ziba, é provável) para buscá-lo e traze-lo para Jerusalém com a devida pressa (v. 5). Dessa forma, ele aliviou o fardo de Maquir e, talvez, recompensou-o pelo que tinha feito por Mefibosete. Esse Maquir parece ter sido um homem muito generoso. Ele hospedou Mefibosete, não por alguma desafeição a Davi ou seu governo, mas por compaixão ao enfraquecido filho de um príncipe, porque, mais tarde, o encontramos mostrando bondade a Davi quando fugia de Absalão. Ele é citado (cap. 17.27) entre aqueles que deram ao rei aquilo que desejava em Maanaim, embora Davi, quando mandou tomar Mefibosete de sua casa, não pudesse imaginar que viria o tempo em que seria devedor a ele: e, talvez, Maquir estava então mais preparado para ajudar Davi em retribuição à sua bondade a Mefibosete. Portanto, deveríamos estar prontos a dar, porque poderá chegar o dia em que estaremos em uma situação de carência (Ec 11.2). E o que regar também será regado (Pv 11.25). Agora:
1. Mefibosete apresentou-se a Davi com todo o respeito que era próprio do seu caráter. Aleijado como era, se prostrou com o rosto por terra e se inclinou (v. 6). Davi havia feito uma homenagem semelhante ao seu pai, Jônatas, quando este estava próximo do trono (ele inclinou- se três vezes, 1 Sm 20.41), e agora Mefibosete, de forma semelhante, se dirige a ele, quando a situação havia se invertido completamente. Aqueles que, quando estiverem em uma relação inferior, mostrarem respeito, serão devidamente respeitados, quando forem promovidos.
2. Davi recebeu-o com toda a bondade possível. (1) Ele falou com ele como se estivesse surpreso, mas contente em vê-lo. “Mefibosete! E possível que você esteja vivo?”. Ele ordenou que não tivesse medo: Não temas (v.
7). E provável que a aparição de Davi o tenha deixado um pouco confuso, quando percebe que o mandou chamar não por qualquer desconfiança ou suspeita, mas para mostrar- lhe bondade. Homens justos não deveriam agradar-se de atitudes temerosas dos seus inferiores (porque o grande Deus não o faz), mas deveriam encorajá-los. (3) Davi dá a Mefibosete, como doação da coroa, todas as terras de Saul, seu pai, isto é, seus bens paternais, que haviam sido confiscados pela rebelião de Isbosete e acrescentados ao seu patrimônio. Esse foi um verdadeiro favor da parte de Davi, que deu a ele muito mais do que apenas uma palavra amistosa. A verdadeira amizade será generosa. (4) Ainda que tivesse lhe presenteado com propriedades preciosas, suficientes para mantê-lo, por amor a Jônatas, (em quem, talvez, visse alguns traços semelhantes no rosto de Mefibosete), ele o torna um convidado constante à sua mesa, onde não só será confortavelmente alimentado, mas terá a atenção e a companhia digna do seu nascimento e caráter. Embora Mefibosete fosse aleijado e disforme, não parecendo ter qualquer aptidão especial para os negócios, mesmo assim, por amor ao seu pai, Davi o considerou como alguém de sua própria família.
3. Mefibosete aceita essa bondade com grande humildade. Ele não era um daqueles que recebia cada favor como uma dívida, achando ser insuficiente; pelo contrário, fala como alguém maravilhado com a generosidade de Davi (v. 8): Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu? Como ele se rebaixa! Embora fosse filho de príncipe, e neto de rei, visto que sua família estava debaixo de culpa e ira, e ele próprio pobre e aleijado, se autodenomina de cão morto diante de Davi. Observe: É bom ter um coração humilde diante de providências humilhantes. Quando a Providência divina humilha o nosso estado e a graça divina também humilha o nosso espírito, devemos permanecer tranquilos. E aqueles que se humilham dessa forma serão exaltados. E digno de nota verificar como Mefibosete exalta a bondade de Davi! Seria fácil desfazê-la caso tivesse disposição para tal. Ele poderia ter pensado que restituir o patrimônio do pai era apenas devolver o que era seu. E convidá-lo para sentar-se à sua mesa era uma forma de manter um olho nele. Mas Mefibosete considerava tudo o que Davi dizia e fazia como muito amável, não sendo merecedor do menor dos seus favores (compare com 1 Samuel 18.18).
Davi Ampara Mefibosete e os Seus.
A questão em relação a Mefibosete é aqui estabelecida.
1. A doação das posses do seu pai é confirmada a ele, e Ziba é chamado para ser testemunha dela (v. 9); e, pelo que parece, Saul tinha muitas propriedades, porque seu pai era homem de bens (1 Sm 9.1), possuindo campos e vinhas (1 Sm 22.7). Mesmo sendo muito, Mefibosete era senhor de tudo agora.
2. A administração dessas propriedades é confiada a Ziba, que as conhecia e sabia como tirar o melhor proveito delas. Pelo fato de ter sido servo do pai de Mefibosete, Davi podia confiar nele, e, pelo fato de ter uma família numerosa, com muitos filhos e servos, tinha mãos suficientes para serem empregados (v. 10). Assim, Mefibosete está numa situação confortável, possuindo propriedades sem se preocupar com elas, e está em condições de se tornar muito rico, com previsões de muito lucro e pouco gasto, uma vez que continuava comendo à mesa de Davi. No entanto, ele também precisa de provisão para seu filho e servos; e os filhos e servos de Ziba tinham sua parte na sua renda, motivo pelo qual, talvez, o número deles é mencionado aqui: quinze filhos e vinte servos, que consumiam quase tudo que havia. Onde a fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que a, verem com os seus olhos? (Ec 5.11). Todos quantos moravam em casa de Ziba eram servos de Mefibosete (v. 12), isto é, todos estavam debaixo dele, e fizeram dos seus bens uma rapina, diante do pretexto de cuidai’ dele e servi-lo. Os judeus têm um provérbio: “Aquele que multiplica servos, multiplica ladrões”. Ziba está contente, porque ama a riqueza, e a terá em abundância. “Conforme tudo quanto o rei manda, assim fará teu servo” (v. 11). “Eu cuidarei dos bens: porém Mefibosete” (essas parecem ser as palavra de Ziba), “caso agrade ao rei, não precisa importunar a corte, conterá à minha. mesa, e será tratado como um dos filhos do rei”. Mas Davi deseja tê-lo à sua própria mesa, e Mefibosete está tão satisfeito com o seu estado quanto Ziba com o seu. Veremos mais tarde quão infiel Ziba foi com ele (cap. 16.3). Visto que Davi era um tipo de Cristo, seu Senhor e filho, sua Raiz e Geração (Ap 22.16), permitiu que a sua bondade a Mefibosete servisse para ilustrar a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com o homem caído, com o qual não tinha obrigação alguma, semelhantemente a Davi em relação a Jônatas.

O homem era culpado de rebelião contra Deus, e, semelhantemente à casa de Saul, estava debaixo da pena de rejeição dele, não foi apenas humilhado, empobrecido, mas estava aleijado e impotente, por causa da queda. O Filho de Deus se interessa por essa raça degenerada, que não se interessa por Ele, e vem para buscar e salva-lá. Os que se humilham perante Ele, e se entregam a Ele, terão a sua herança perdida restituída. Ele os designa a um paraíso melhor do que o que Adão perdeu, e os leva à comunhão com Ele, os assenta com seus filhos à sua mesa, e os regala com as delícias do céu. SENHOR, que é o homem, para que tanto o estimes (Jó 7.17).

Lição 5 - Deus abomina a soberba.

  
Lição 5 Deus Abomina a Soberba
2 de Novembro de 2014


TEXTO ÁUREO


"Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba"  (Dn 4.37).


VERDADE PRÁTICA


A soberba é o pecado que mais afronta a soberania divina.

HINOS SUGERIDOS 46, 244, 306

LEITURA DIÁRIA


Segunda - Pv 8.13     Deus aborrece a soberba
S
Terça-  Pv 11.2     A soberba é afronta
T
Quarta - Mc 7.20-22      A soberba é o pecado do coração
Q
Quinta- 1 Jo 2.16     A soberba da vida não é de Deus
Q
Sexta- Gn 17.1; Jó 11.7    Nenhuma soberba resiste a Deus
S
Sábado - 2 Cr 26.3-21     O rei Uzias e a soberba
S

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Daniel 4.10-18

INTERAÇÃO


Deus abomina a soberba. Este sentimento pernicioso é um prenúncio da queda (Pv 16.18). As conquistas de muitos impérios e o enriquecimento contribuíram para  que Nabucodonosor se tornasse soberbo e altivo. Então Deus decidiu lhe ensinar uma importante lição, assim como havia ensinado ao seu povo. O rei perdeu sua consciência e ficou durante um período de tempo se comportando como um animal. Depois deste período tão difícil, Nabucodonosor aprendeu que o Altíssimo está acima de todo reino e poder humano. O Senhor é soberano, Ele remove os reis e os estabelece.
Que a soberba não encontre guarida em nossos corações, nos fazendo agir como tolos. Que sejamos humildes, honrando a Deus em toda a nossa maneira de viver.

OBJETIVOS



Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a soberania divina na vida de Nabucodonosor.
Saber  que Deus falou com Nabucodonosor por intermédio dos sonhos.
Compreender a fidelidade da pregação de Daniel para o rei.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, para introduzir a lição reproduza o quadro abaixo para seus alunos. Utilizando o quadro, enfatize os pontos fortes de Nabucodonosor e as suas fraquezas. Explique que este rei foi chamado, segundo o profeta Jeremias, de "servo do Senhor" (Jr 25.9). Deus usou Nabucodonosor para punir seu povo. O Senhor é soberano, Ele exalta e também abate. Porém, o coração do rei se tornou soberbo e ele então experimentou o juízo de Deus. Leia Provérbios 16.18 e conclua enfatizando os perigos da soberba.


NABUCODONOSOR
Pontos fortes e êxitos
Pontos fracos e erros
O maior dos reis da Babilônia.
Considerou-se um deus e foi persuadido a construir uma estátua de ouro que todos deviam adorar.
Conhecido como um construtor de cidades.
Tornou-se extremamente orgulhoso, o que o levou à insanidade
Descrito na Bíblia como um dos governadores estrangeiros a quem Deus usou para seus propósitos
 Tendia a esquecer-se das demonstrações do poder de Deus que havia testemunhado.
aptado da Bíblia de Estudo  Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1099.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos o capítulo quatro de Daniel, cujo conteúdo consiste de um testemunho pessoal do rei Nabucodonosor. Ele foi submetido a um estado de loucura, resultante de sua soberba, que o levou a viver como um animal do campo por "sete tempos", até que Deus o tirou daquela condição. Ao final desse período, Nabucodonosor reconheceu a soberania do Deus dos cativos de Judá.
A história revela o que ocorre com os que se exaltam e se tornam soberbos ante a majestade do Todo-Poderoso. A trajetória de Nabucodonosor demonstra a soberania divina sobre toda a criação, pois nenhuma criatura pode usurpar a glória de Deus. O episódio ilustra também que a misericórdia e a justiça divinas são capazes de salvar o homem arrependido.

I. A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3)

1. Nabucodonosor, chamado por Deus  para um desígnio especial (Jr 25.9).  Segundo a história, Nabucodonosor reinou na Babilônia no período de 605 a 562 a.C. Foi um rei que Deus, dominador de todas as nações do mundo, levantou para um desígnio especial, permitindo que o seu reino prosperasse e crescesse em extensão. O profeta Jeremias diz que Deus chamou a Nabucodonosor de "meu servo" (Jr 25.9). Na verdade, Nabucodonosor foi o instrumento divino de punição do povo de Deus. Israel foi castigado por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e dos costumes pagãos.
2. A soberba de Nabucodonosor. Apesar de ser um "instrumento" usado pelo Senhor, segundo o pastor Matthew Henry, "Nabudonosor foi o rival mais ousado da soberania do Deus Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido". Traspassado pela presunção, Nabucodonosor ficou longos "sete tempos" numa situação irracional à semelhança dos animais do campo (Dn 4.28-33). Só assim o soberano caldeu viu que o Altíssimo está acima dele.
3. Nabucodonosor proclama a soberania de Deus (Dn 4.1-3). Depois de ter experimentado a punição de sua soberba, Nabucodonosor se arrependeu do seu pecado e foi restaurado de sua demência. Isso o levou a fazer uma proclamação acerca do eterno domínio de Deus (Dn 4.34-37). O rei babilônio aprendeu que o Senhor, em sua soberania, é aquele "que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis" (Dn 2.21).

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Nabucodonosor foi chamado por Deus para uma missão especial, todavia ele deixou que a soberba dominasse seu coração.

II. DEUS FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS  (Dn 4.4-9)

1. Deus adverte Nabucodonosor através de um sonho. Tanto no Antigo como em o Novo Testamento os sonhos eram um dos canais de comunicação entre Deus e o homem. No caso do sonho que teve Nabucodonosor, seus sábios e adivinhos nada puderam revelar. O rei, então, se lembrou de Daniel, o único capaz de trazer a revelação do sonho que certa vez ele tivera (Dn 2.1-45; 4.8). Obviamente, não se tratava de um sonho comum, pois era uma revelação divina acerca do futuro de Nabucodonosor. Apesar da narrativa, é importante frisar que hoje temos a Palavra de Deus como o canal revelador da vontade de Deus aos homens.
2. Daniel é convocado (Dn 4.8). Interpretar sonhos era uma habilidade espiritual de Daniel reconhecida desde quando ele entrou na Babilônia (Dn 1.17). Por isso, Nabucodonosor contou-lhe o sonho que tivera e solicitou-lhe a interpretação. Daniel ouviu atentamente o relato do rei e pediu-lhe um tempo, pois estava atônito e sem coragem para revelar a verdade do sonho (Dn 4.19).
3.  Daniel ouve  o sonho e dá a sua  interpretação (Dn 4.19-26).  Dos versículos 9 a 18, Nabucodonosor conta a Daniel todo o seu sonho. O rei viu uma grande árvore de dimensões enormes que produzia belos frutos e que era visível em toda a terra. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam ninhos em seus ramos (vv.10-12). O monarca caldeu "viu" também descer do céu "um vigia, um santo" (v.13). Esse vigia clamava forte: "Derribai a árvore e cortai-lhe os ramos" (v.14).
a) Uma árvore majestosa (vv.11,12). A ár vore indicava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor. Ninguém na terra havia alcançado todo esse poder antes dele. Daniel declarou que aquela árvore que seria cortada era o rei babilônio (Dn 4.22). Assim é a glória dos homens, como uma árvore que cresce e se torna frondosa e, de repente, é derribada. Da mesma forma, Deus destrói os soberbos.
b) Juízo  e misericórdia são dem onstraçõ es da  sob erania divina. O texto do versículo 15 diz que a ordem divina era que "o tronco com suas raízes seriam deixadas na terra", indicando que a intenção não era destruir a Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se converter e reconhecer a glória de Deus. O rei foi tirado do meio dos homens e ficou completamente louco, indo conviver com os animais do campo por "sete tempos" (Dn 4.25). Depois, Nabucodonosor voltou ao normal, mas logo em seguida seu reino foi sucedido por Belsazar que, por profanar as coisas de Deus, perdeu o trono para Dario, o rei dos medos (Dn 5.1-31).
c) O papel dos anjos nos desígnios divinos. No sonho do rei, ele viu "um vigia" que descia do céu com a missão de proclamar os juízos de Deus (vv.14,15). No Antigo Testamento, os anjos tinham uma atividade mais presente na vida do povo de Deus. Em o Novo Testamento, eles continuaram suas atividades em obediência ao Criador, porém, para a orientação da igreja de Cristo, Deus concedeu o Espírito Santo que a assiste em tudo.

SINOPSE DO TÓPICO (2)

Deus, por intermédio de um sonho, falou com Nabucodonosor e o advertiu de sua soberba.

III. A PREGAÇÃO DE DANIEL

1. A pregação de Daniel. Apesar de inicialmente ter sentido certo temor após interpretar o sonho, Daniel deu um conselho a Nabucodonosor que lembra a mensagem neotestamentária de Cristo à Igreja de Éfeso (Dn 4.27 cf. Ap 2.5). Será que temos coragem de fazer o mesmo diante dos poderosos dessa terra?
2. O pecado de Nabucodonosor  em relação aos pobres. Daniel diz ao rei que ele deveria desfazer os seus pecados praticando a justiça, "usando de misericórdia para com os pobres" (Dn 4.27). Em outras palavras, a ntes d o p e c ad o p esso a l da soberba, o rei estava pecando social e estruturalmente em relação aos menos favorecidos do reino. A atualidade desse ponto é tão verdadeira que a mesma recomendação de cuidado aparece em o Novo Testamento, no contexto da igreja (Gl 2.10).

SINOPSE DO TÓPICO (3)

Deus usa seu servo Daniel para revelar o sonho de Nabucodonosor e aconselhá-lo a respeito do seu pecado.

CONCLUSÃO

Que Deus nos livre da soberba, pois ela é como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e faz com que ele perca o senso de autocrítica, passando a agir irracionalmente (Sl 101.5; 2 Cr 26.16). Estejamos atentos, pois a Palavra de Deus nos mostra que a soberba nos cega (1 Tm 3.6; 6.4), nos afasta de Deus e traz ruína.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI


Subsídio Bibliográfico
 "Cumprimento e Destronização (4.28-33)
A falha de Nabucodonosor em prestar atenção e voltar-se para Deus por meio de um arrependimento genuíno é um reflexo ilustrativo da fraqueza e da perversidade humana. Doze meses se passaram e a visão apavorante desvaneceu-se. Talvez a visão não viesse a se tornar realidade. Certo dia, em um momento de glorificação própria, o rei começou a se exultar pelas suas grandes realizações. Enquanto caminhava pelo 'terraço do palácio real', debaixo dos seus pés estava o edifício mais esplêndido que a Babilônia já tinha visto, adornado em ouro com ladrilhos lustrosos de cores brilhantes. Próximo do palácio ficava a montanha artificial e os jardins suspensos construídos para a sua rainha das montanhas da Média. Esta era a grande Babilônia. De uma pequena cidade de um lado do rio Eufrates o rei havia dobrado sua área para os dois lados do rio. Ele havia enchido com novas construções e templos com uma arquitetura distinta. Ele a havia cercado com muros conhecidos pela altura e largura.
Com esse tipo de visão enchendo a mente, podemos imaginar a soberba do rei" (Comentário Bíblico Beacon.  1. ed. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.514).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII


Subsídio Teológico
"A loucura e a restauração (4.33-37)
Demente, o rei nivela-se a um animal, e passa a viver ao desabrigo, em uma área onde a temperatura variava de 50 graus positivos no verão, a abaixo de zero, no inverno. Recuperado, o rei finalmente responde adequadamente ao Senhor. Nabucodonosor, então: 1) glorifica a Deus; 2) o honra como o Rei supremo do Universo; 3) expressa sua total dependência da vontade de Deus e, 4) reconhece que tudo o que ele faz é correto 'e pode humilhar os que andam na soberba" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.516).


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

SAIBA MAIS


Revista Ensinador Cristão CPAD
 nº 60, p.38.

EXERCÍCIOS


1. Qual foi a missão para  qual Deus designou Nabucodonosor?
R. Deus usou Nabucodonosor para castigar seu povo.

2. Por que o povo de Israel foi punido?
R. Porque tomaram o caminho da idolatria e dos costumes pagãos.

3. Qual é hoje o canal revelador da vontade de Deus para o crente?
R. A Palavra de Deus.

4. Maior do que os anjos, quem assiste a Igreja de Cristo atualmente?
R. O Espírito Santo.

5. Antes do pecado da soberba, em que pecado Nabucodonosor incorreu?
R. Ele pecou em relação aos pobres

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Lição 03 - O milagre do maná, o suprimento Divino

Lição 03 - O milagre do maná, o suprimento Divino
19 de outubro de 2014

TEXTO ÁUREO
“Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu” Jo 6.32
VERDADE APLICADA
Jesus é o alimento essencial sem o qual a vida não pode nem começar, nem continuar, e Sua salvação nos confere dois grandes privilégios: vida no presente, e no futuro.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Oferecer aos alunos uma dimensão espiritual do milagre do maná;
2. Demonstrar os principais ensinos que esse milagre nos revela;
3. Comentar acerca da relação entre Cristo e o maná na Escritura.

Leituras complementares
Segunda Nm 11.7-9 – Terça Dt 8.13-17 -  Quarta Js 5.12 – Quinta Sl 78.24 - Sexta Jo 6.31.40 - Sábado Hb. 9.4-9.

Textos de referência
Êx 16.14-18
14  E, alçando-se o orvalho caído, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra.
15  E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes, pois, Moisés: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer.
16  Esta é a palavra que o SENHOR tem mandado: Colhei dele cada um conforme o que pode comer, um gômer por cabeça, segundo o número das vossas almas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda.
17  E os filhos de Israel fizeram assim; e colheram, uns, mais, e outros, menos.
18  Porém, medindo-o com o gômer, não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer.

INTRODUÇÃO
O milagre do maná no deserto do ponto de vista humano é o maior e mais extraordinário milagre de provisão Divina. Além do escopo pessoal de saciar a fome daqueles hebreus recém saídos do Egito, em tal milagre residem verdades análogas mais profundas, com preciosas lições como veremos a seguir.
1. A grandeza do suprimento Divino
Quando o povo saiu do Egito não demorou muito para ter necessidade de comida e água. Isso para Moisés representou um teste de confiança na provisão de Deus, ele, porém, não vacilou em sua fé, e o milagre de provisão foi realmente grande em relação ao seu povo.
1.1  O significado do maná, uma figura de Cristo
O significado do nome maná no hebraico é: “o que é isto?”, do som desta pergunta feita do hebraico é que surgiu o nome “maná”. Essa designação permaneceu pelo fato deles não conhecerem aquele alimento fornecido por Deus quando caminhavam pelo deserto, logo após a saída do Egito. “O que é isso?” foi uma expressão que se fixou como a designação daquele alimento.
Quatro coisas interessantes nos chamam a atenção quando descrevemos o maná:
1A)    Ele veio do céu, era inexplicável, como o mistério da piedade Divina (1Tm 3.16);
2B)    Era pequeno, o que nos lembra a humildade de Jesus (Êx 16.14);
3C)    Era redondo, símbolo da eternidade de Jesus (Jo 8.53-39);
4D)    Era branco, o que nos lembra a pureza e impecabilidade dEle. Ele é o Filho santo de Deus (Êx 16.31).

1.2  A continuidade do milagre

A grandeza do milagre da provisão por meio do maná é impressionante sob o aspecto de sua quantidade, qualidade e continuidade. Essa alimentação fornecida aos filhos de Israel, que eram bem numerosos, possivelmente, dois milhões de pessoas incluindo mulheres e crianças. O maná rico em nutrientes, caía diariamente durante seis dias da semana, exceto no sétimo dia que era o sábado. O Senhor lhes privou de outros alimentos variados que estavam acostumados. Mas durante quarenta anos nunca lhes deixou faltar o pão do céu (Dt 8.1-3). O cuidado de Deus foi demonstrado de maneira grandiosa e continua servindo de base para nossa fé (Hb 9.4-9). A alimentação não foi variada, mas foi o que eles precisavam e assim Deus faz conosco ainda hoje.
1.3  A quantidade do milagre
Milagre é um fenômeno que foge às leis naturais, logo não tentaremos explica-lo, mas medi-lo de acordo com Êxodo 16.16. Segundo os pesos e medidas do dicionário Almeida, um “ômer” equivale a um décimo de um “efa”, que possuía 17,62 litros e que essa porção poderia ser despejada numa tigela.
O Senhor Deus determinou que se apanhasse um ômer diário por cabeça, e quando consideramos o relato de Números 11.21, concluímos que havia seiscentos mil homens, sem contar as mulheres e as crianças. Logo, se esse número for multiplicado por quatro, então nos aproximaremos da quantidade de viveres que o Senhor providenciou. O número da população era em torno de dois milhões e quatrocentas mil pessoas (2.400.000) e talvez até mais! Isso é extraordinário, pois essa projeção dá quatro milhões duzentos e vinte quatro mil litros de maná diários, durante quarenta anos ininterruptos.
  
2. A instrução pelo suprimento divino
O maná foi concedido ao povo ao longo dos quarenta anos. O milagre da provisão pelo maná era transitório e apontava para algo futuro dentro do plano Divino, tais coisas eram carregadas de lições espirituais para o povo de Deus de todos os tempos.
2.1 Qualidade do maná
Para que o ser humano desfrute de uma boa saúde ele precisa de uma alimentação saudável e variada. Porém, no deserto a única comida que possuíam era o maná. Lá eles não tinham essa variação. Incrivelmente, eles se alimentaram durante quarenta anos do cereal celeste, denominado de: “o pão dos anjos”, isto sem sofrer com qualquer deficiência alimentar. Pois, o maná tinha em si todos os nutrientes que eles precisavam (Sl 78.23-25). Apesar de terem uma única alimentação, exceto pelas codornizes que foram capturadas duas vezes, eles tinham forças e saúde, o que aponta para o Senhor Jesus, o verdadeiro pão que desceu do céu completo em si mesmo (Jo 6.49-51).
2.2 Disciplina espiritual
A vida dos filhos de Israel estava impregnada do estilo egípcio, seus hábitos e devoção receberam forte influência. O maná representava a desintoxicação espiritual, comida que jamais compreenderam o significado (Dt 8.3). O pão dos anjos era fornecido todas as manhãs, mas era necessário o povo apanhá-lo todos os dias, exceto no sábado. Este ir e vir diário representava um relacionamento com Deus, e ao mesmo tempo, a disciplina com o alimento Divino. Inserir o maná era como ter Cristo dentro de si preenchendo todos os espaços da alma e coordenando todas as diretrizes da vida. Guardar era permitir que se estragasse o que representa uma vida sem ação, apenas religiosa. A porção dupla da sexta-feira nos fala de descansar na confiança em Sua provisão (Êx 16.20; Mt 6.25; 1Tm 6.8).
2.3 É necessário curvar-se
A orientação que Deus deu acerca do maná era que todos colhessem apenas o necessário por cabeça, até um ômer por pessoa diariamente (Êx 16: 19-21). Era proibido guardar para outro dia. Isso nos ensina que para cada dia Deus tem um novo alimento, uma nova revelação. Hoje, muito do desassossego e do pecado no mundo resulta de uma fome espiritual não satisfeita. Há pessoas que vivem com substitutos rejeitando a saudável alimentação que Deus oferece livremente (Is 55.1-3). O maná não caiu sobre mesas ou árvores, mas no chão, e o povo tinha de inclinar-se para pegá-lo. Muitos pecadores não se humilham. Eles não se curvam! Não se arrependem nem se voltam para o Salvador!
3. Cristo, o alimento Divino
Existe uma relação muito forte entre o maná do deserto e o Salvador do mundo. Cristo é o pão da vida, o alimento sem o qual a vida não pode continuar (Jo 10.10b). A vida é a nova relação com Deus, que só é possível graças a Jesus Cristo. Sem Ele e separados dele ninguém pode entrar nessa nova relação com Deus.
3.1 Cristo, o maná que dá a vida
Em comparação com a maná do deserto, Cristo, nosso maná espiritual tem poder vivificador (Jo 6.48-51; Hb9.4-9). O maná sustentava a vida física, mas Cristo dá vida espiritual a todos os que o recebem. O maná era apenas para os judeus, mas Cristo oferece a si mesmo ao mundo todo (Jo 6.51). Não custou nada a Moisés assegurar o maná a Israel, mas para Cristo o preço foi de sangue, tendo que morrer na cruz para se tornar disponível para saciar a fome universal. Como é triste observar que a maioria das pessoas do mundo caminha sobre Cristo, como se Ele fosse o maná deixado no chão, em vez de inclinar-se para recebe-lo a fim de poder viver. Deus testava a obediência de Israel ao fazê-lo pegar o maná diariamente, e isso ainda é um teste para o povo de Deus (ÊX 16.4). Infelizmente, muitos Cristãos ainda anseiam pela alimentação carnal do mundo (Êx 16.3).
3.2 A satisfação eterna do verdadeiro maná
O maná fora apenas um tipo de sua missão de satisfazer a fome que o espírito humano tem pela verdade, amor, e esperança; Ele não veio apenas para satisfazer uma fome passageira, mas para comunicar vida, e que está a disposição de todos aqueles que a desejarem. Vamos recorrer a Ele, abandonando tudo o mais. Ir a Cristo é deixar de ter fome; confiar nele e saciar nossa sede. Se Ele tem poder para nos levar aos céus, também tem poder para nos dar a s bênçãos da terra. “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37). Todos os que vão a Ele provam que estão incluídos nas dádivas do Pai, dádiva feita antes que os mundos fossem criados (Jo 10.28-29; 17.5-6).
3.3 Jesus, o maná essencial para a vida
Nenhuma busca da mente humana e nenhum desejo do coração do homem pode encontrar a verdade de Deus apartado de Jesus. O único caminho para alcançar essa nova revelação é através de Jesus (Jo 1.1-3; 14.6). Jesus é o essencial sem o qual a vida não pode nem começar, nem continuar (Jo 3.16). Quando de verdade o conhecemos, e o recebemos, todos os desejos insatisfeitos, e insaciáveis do coração e da alma desaparecem. A fome e a sede da situação humana se apagam quando Cristo vive em nós. Todo este processo nos dá vida. Isto é, situa-nos em uma nova e bonita relação com deus (Jo 8.32). A possibilidade de obter isto é grátis e universal (Mt 11.28). O convite se formula a todos os homens e consiste apenas em curvar-se para pegá-lo em gesto de humilhação, pois do céu já nos foi dado (Jo 6.51).
CONCLUSÃO
O grande privilégio de servir a Cristo é que Ele oferece: primeiro, uma nova satisfação em vida. Onde o coração humano se harmoniza e a vida deixa de ser uma mera existência tornando-se algo que é motivo de excitação e de paz. Segundo, Ele nos estarmos seguros até além da vida. Ou seja, Ele nos oferece vida no tempo presente, e vida na eternidade.
Questionário
1.1-    O que significa maná?
2.2-    Qual o dia que o maná não deveria ser colhido?
3.3-     A brancura do maná simbolizava o quê?
4.4-     O que simbolizava inclinar-se para colher o maná?
5.5-     O que Deus nos oferece o pão de Deus que desce do céu?
Escola Bíblica Dominical – Eu Participo!!!!
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel.
Revista: Milagres do Antigo Testamento – Editora Betel - 4º Trimestre 2014

Comentário Beacon
2. O Maná e as Codornizes (16.1-36)
a) Outra murmuração de Israel (16.1-3). Israel deveria ter aceitado os “estatutos” de Deus e crido em sua “ordenação” (15.25). O fato de não terem agido assim resultou em mais reclamações. Tinham deixado para trás um deserto (Sur) e entrado em outro (Sim) a caminho do monte Sinai e já fazia um mês que viajavam (1). Pelo visto, o suprimento de comida estava diminuindo e não havia evidência externa de novas provisões. Deus permitiu que o problema surgisse como prova para a fé de Israel. Mas o povo murmurou contra Moisés e contra Arão (2), desejando ter morrido no Egito com os estômagos cheios em vez de morrer de fome no deserto (3). Parece que comiam bem no Egito, e agora as coisas estavam piores. Claro que o alimento é necessário para a vida física, mas Deus não esquecera do povo. Ele teria suprido as necessidades de maneira mais satisfatória se Israel tivesse permanecido pacientemente firme na fé.
b) A promessa de pão e carne (16.4-12). Não há que duvidar que o tempo todo Deus sabia como alimentaria os israelitas no deserto. Quando murmuraram, o Senhor revelou seu plano de fornecer pão dos céus (4) para colherem a porção para cada dia — “a ração para cada dia” (Smith-Goodspeed). Até no fornecimento de pão Deus faria uma prova: Queria ver se o povo andaria em sua lei ou não. No sexto dia, as pessoas achariam quantidade suficiente de pão para durar dois dias, em cumprimento da lei do sábado (5).
Deus queria que estes israelitas soubessem que aquele que os tirou do Egito ainda estava com eles. A tarde sabereis (6) e amanhã vereis (7). A glória mencionada no versículo 7 diz respeito à realização da mão de Deus no suprimento do pão, ao passo que a glória referida no versículo 10 era a manifestação especial de Deus na nuvem.
Moisés repreendeu os israelitas por murmurarem contra ele e Arão, pois nada significavam — era Deus quem os conduzia (7). Quando Deus lhes desse carne e pão para comer, eles saberiam que o Senhor ouvira as murmurações feitas contra ele (8). De certo modo, fornecer comida desta maneira era uma repreensão. Deus não forneceu comida só porque reclamaram; Ele queria que soubessem que Ele era o Senhor e que não estava contra seus servos, mas contra quem murmurava.
Os filhos de Israel seriam humilhados diante de Deus. Arão os reuniu, dizendo: Chegai-vos para diante do SENHOR, porque ouviu as vossas murmurações (9). Quando se aproximaram e olharam para o deserto, de repente a glória do SENHOR apareceu na nuvem (10). “A prova inconfundível da presença de Deus na coluna de fogo autenticou as palavras de Moisés e preparou o povo para a glória mais encoberta do milagre que ocorreria” 42 A glória do Senhor deu a estes fracos seguidores de Deus a oportunidade de ver o mal dos seus corações quando contemplassem a fidelidade de Deus para com eles. Com a realização do milagre da carne e do pão, eles saberiam que o SENHOR era o seu Deus (12). Ele teve paciência com estes crentes fracos, cuja fé necessitava de crescimento; em outra época, depois de terem tempo para amadurecer (Nm 14.11,12), eles foram punidos por causa da permanência na incredulidade.
c) Deus envia codornizes e pão (16.13-21). As codornizes, que subiram e cobriram o arraial (13), faziam seu trajeto habitual de migração “pelo mar Vermelho, em grande quantidade nesta época do ano, e, cansadas pelo vôo longo, [...] podiam ser capturadas facilmente perto do chão”.43
Na manhã seguinte, houve um orvalho ao redor do acampamento (13). Quando o orvalho se secou, encontraram “uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra” (14, ARA). Quando viram, as pessoas perguntaram: Que é isto?
(15). Moisés respondeu: Este é o pão que o SENHOR vos deu para comer. “O nome maná é proveniente da pergunta [Que é isto?], ou a semelhança no som tem relação com as duas palavras originais [man hu].”u
Há quem procure identificar o maná bíblico com as substâncias naturais encontradas nesta região. Embora semelhantes em certos aspectos, estas substâncias naturais não se ajustam à narrativa bíblica. Não surgem em grande quantidade, nem podem ser o principal alimento. Ocorrem somente durante curto período do ano. O maná da Bíblia: 1) Foi o principal alimento nutritivo para Israel por quarenta anos; 2) Era fornecido em quantidades grandes; 3) Ocorria ao longo do ano inteiro; 4) Aparecia somente em seis dos sete dias da semana; e 5) Criava bichos se fosse guardado por dois dias, exceto no sábado.45 Obviamente este maná era um milagre de Deus, sendo um tipo do Cristo que desceu do céu (Jo 6.32-40).
As instruções para colher o maná eram inequívocas. Cada família tinha de colher quantidade suficiente para o consumo de um dia: um gômer por cabeça (16), cerca de 1,3 litro, e segundo o número de pessoas da família. Pelo milagre do aumento ou da diminuição de acordo com a necessidade vigente,46 não sobejava para quem colhesse muito, nem faltava para quem colhesse pouco (18).
Moisés foi claro em dizer que nada do maná deveria ser deixado para o dia seguinte (19). Alguns israelitas, que ainda precisavam aprender acerca da obediência explícita, guardaram uma provisão de maná até o dia seguinte, mas criou bichos e cheirava mal (20). Considerando que o maná guardado para o sábado não estragava (24), ficou evidente a desobediência dos ofensores, os quais foram punidos com a deterioração do alimento.
Neste episódio, a lição de Deus para Israel, como também para os cristãos, é que os crentes têm de depender de Deus dia após dia. A vida de Cristo no cristão é preservada a cada momento por sua permanência em Deus. A obediência diária e cuidadosa resulta em provisão regular; o descuido traz perturbação e julgamento. Israel aprendeu a colher o maná pela manhã, antes que o sol o derretesse (21); o alimento espiritual colhido de manhã cedo suporta o calor do dia.
d) A observância do sábado (16.22-31). No sexto dia, quando alguns israelitas colhiam quantidades duplas de maná, todos os príncipes da congregação (22) não entenderam. Moisés repetiu a regra sem deixar dúvidas: Não haveria maná no sábado
(25). No sexto dia, eles tinham de cozer no fogo (assar) ou cozer em água (ferver; usado como pão ou mingau) o que precisavam e guardar para o dia seguinte (23). Aprenderam que o maná guardado para o sétimo dia não se estragava (24).
Estes versículos indicam um conhecimento do sábado anterior ao recebimento dos Dez Mandamentos (20.8-11). Deus estabeleceu um dia de descanso na criação do mundo (Gn 2.2,3); este fato era provavelmente conhecido por Abraão, visto que em certo sentido era observado pelos babilônios. Mas nem os primitivos hebreus nem os egípcios conheciam uma semana de sete dias.47 Levando em conta que depois da criação o sábado é mencionado somente neste momento, podemos supor que esta é uma renovação da observância sabática. Durante a opressão egípcia, a observância teria sido impossível; portanto, para estas pessoas as palavras de Moisés eram novidade.48
Embora Moisés tivesse deixado claro que não haveria pão no dia de sábado (26), mesmo assim alguns do povo saíram para colher (27). Sempre há quem não acredita na palavra de Deus, desta forma recusando guardar seus mandamentos e leis (28). A ordem tornou-se mais explícita: Ninguém deveria sair do seu lugar no sétimo dia
(29). Ninguém deveria sair do acampamento; as pessoas tinham de descansar no sétimo dia (30). Ver mais comentários sobre o sábado em 20.8-11.
O maná era como semente de coentro (31), “uma semente pequena e cinzento- branca, com sabor picante e agradável, usada amplamente como tempero para cozinhar”.49 Tinha gosto de bolos feitos de farinha de trigo, óleo e mel. O alimento que Deus dava era agradável ao paladar.
e) O maná comemorativo (16.32-36). Moisés, sob ordens divinas, ordenou que fosse colocado diante do SENHOR um vaso contendo um gômer cheio de maná (33), na casa de Deus, diante do Testemunho (34). Este recipiente seria guardado para as gerações (32) futuras. O escritor aos Hebreus mencionou a existência de “um vaso de ouro” de “maná” no “Santo dos Santos” (Hb 9.3,4). O texto bíblico não informa se a ordem de Deus foi dada neste momento ou mais tarde quando a arca do concerto foi construída. Presumimos que, perto do fim da vida, Moisés adicionou esta seção (32-36) ao Livro de Êxodo.50 O Testemunho (34) diz respeito aos Dez Mandamentos que também foram depositados na arca do concerto.
Para ficar registrado, Moisés afirmou que os filhos de Israel comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã. Esta afirmação não significa que não tinham outro tipo de comida no caminho, mas que sempre havia a provisão do maná. Josué registrou a cessação deste milagre depois de chegarem à terra da promessa (Js 5.10-12). O gômer e o efa (36) eram medidas de capacidade usadas no Egito, e esta nota era necessária porque somente o efa continuou sendo usado como medida em Israel.51 Um efa correspondia a cerca de 37 litros. O gômer seria, então, de aproximadamente 3,7 litros.

No capítulo 16, o alimento de Deus para Israel aponta para o Pão Vivo do Novo Testamento, “Cristo, o Nosso Maná”. 1) E dado aos famintos e perturbados, 1-3; 2) Torna-se a manifestação da glória de Deus, 4-12; 3) Satisfaz plenamente quem o colhe, 13-18; 4) E eficiente pela obediência cotidiana, 19-30; 5) Trata-se de experiência comemorada para sempre, 31-34.